“Dizem umas coisas, fazem umas coisas, mas parece — parece, não -, a convicção não é muita, vão é à boleia de uma qualquer circunstância, ou de um qualquer tabu ideológico, ou de uma qualquer reivindicação de um Bloco de Esquerda, de um PCP ou de um PAN”, referiu Rui Rio, no encerramento de uma sessão sobre saúde, em Faro.
Segundo Rui Rio, também aqui, no caso da TAP, o PS “anda aos ziguezagues”, depois de António Costa ter nacionalizado metade da companhia quando chegou ao poder e, mais recentemente, ter adquirido a outra metade, para depois, há poucos dias, ter dito “estar na disposição de vender mais metade da TAP”.
“Eu estou de acordo. Mas a pergunta que eu faço é: então para que é que foi tudo isto?”, rematou o líder do PSD, depois de ter ouvido a intervenção do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, para quem a TAP, no Algarve, “não serve para nada”, servindo, sim, para “todos os anos se meter lá dinheiro”.
Rui Rio aproveitou para contar um episódio em que quis ir do Porto para Faro na TAP, mas que, devido a atrasos nos voos, teve de ficar sete horas à espera no aeroporto de Lisboa, uma vez que não há voos diretos da TAP entre o Porto e a capital algarvia, pelo que quase “mais valia ir de bicicleta”.
E prosseguiu: “Que raio de empresa é esta, para a qual nós pagamos milhões e milhões e milhões de euros para ela ser pública e depois não presta serviço público nenhum, quem ainda faz as ligações são os privados”, questionou.
A saúde era o tema da edição de Faro das Conversas Centrais, formato que a campanha de Rui Rio tem promovido nas localidades por onde passa e cujo convidado foi hoje o cabeça de lista do PSD por Lisboa Ricardo Batista, mas durante a sessão falou-se também sobre a falta de água e de transportes púbicos na região.
Francisco Amaral, médico e presidente da Câmara de Castro Marim, no Algarve, falou dos problemas com que se confronta “diariamente” que levam a uma consequente “desumanidade” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), situação que, por ser crónica, faz com que os doentes já pensem “que é o destino e que não há nada a fazer”.
Segundo o autarca, pesar dos esforços “desumanos” dos técnicos de saúde, que são em número “manifestamente insuficiente” para fazer face às necessidades -, ao contrário dos “propagandeados números de reforço” anunciados por António Costa -, não se conseguem resolver as longas listas de espera para consultas e cirurgias nos hospitais da região.
A construção do Hospital Central do Algarve, um projeto com 20 anos, foi outro dos temas em debate, com Rui Rio a dizer que, apesar das promessas do PS nesse sentido, até agora nada se fez.
O projeto do novo hospital remonta a 2002, tendo em 2003 sido aprovado o terreno para a sua construção, em 2007 aprovado o perfil assistencial e o dimensionamento.
Em 2008, o então primeiro-ministro, José Sócrates, chegou mesmo a lançar a primeira pedra do hospital, que estaria pronto, segundo foi anunciado na altura, em 2013.
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