“Precisamos estar preparados para que os generais russos e as classes políticas russas vejam claramente que vir contra a Europa é impossível”, disse Karins numa entrevista ao jornal britânico The Telegraph.
Karins salientou que o objetivo é enviar à Rússia uma mensagem clara que “as defesas europeias estão completamente à altura da tarefa”, que uma vitória não seria possível “sem perdas tremendas” ou que “nenhum ganho seria viável”.
O político letão reconheceu que embora neste momento não haja “nenhuma ameaça militar direta” contra um país da NATO, estão a preparar-se para essa possibilidade. “Só por ser difícil de imaginar não significa que [os russos] não possam tentar”, argumentou.
Karins destacou que mesmo que a Ucrânia vença a guerra, “a Rússia continua a ser uma ameaça” e se Moscovo conseguir ter sucesso no território ucraniano, poderá mais tarde estabelecer outros objetivos.
“É mais barato e muito mais inteligente apoiar a Ucrânia e, ao mesmo tempo, reforçar as nossas próprias defesas”, afirmou o ministro letão.
O serviço militar vai abranger homens entre os 18 e os 27 anos, que terão de cumprir um ano de serviço militar, mesmo que vivam no estrangeiro.
“É para aumentar o tamanho da nossa reserva ativa e preparada”, explicou.
O plano inclui sanções monetárias e até penas de prisão para quem recusar esse ano de treino militar, embora estejam contempladas algumas exceções, como por razões médicas ou familiares, ou para os cidadãos com dupla nacionalidade que já tenham prestado serviço militar no estrangeiro.
A Letónia aboliu o recrutamento em 2006, dois anos depois de aderir à NATO. Agora, o objetivo é ter uma força pronta para o combate com 61 mil soldados.
Desde o início da invasão da Ucrânia, os países bálticos têm alertado para os alegados riscos a que estão expostos. Há um mês, anunciaram um plano comum para erguer “instalações defensivas” ao longo das fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia, a fim de evitar um “conflito militar” na região.
A Letónia planeia aumentar os gastos com a defesa para 3%, para fazer face não só aos envios de armas para a Ucrânia, mas também aos seus acordos comerciais com os Estados Unidos e a Alemanha.
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