A notícia é avançada pelo canal britânico Sky News, que cita a autoridade prisional.
Num comunicado publicado no seu site, o Serviço Penitenciário Federal do Distrito Autónomo de Yamalo-Nenets refere que: “A 16 de fevereiro de 2024, na colónia penal nº 3, o condenado AA Navalny sentiu-se mal após uma caminhada, perdendo quase imediatamente a consciência".
“Os profissionais médicos da instalação chegaram imediatamente ao local e uma equipa médica de emergência foi chamada. Todas as medidas de reanimação necessárias foram realizadas, mas não produziram resultados positivos", acrescentam.
"Médicos de emergência confirmaram a morte do condenado. As causas da morte foram estabelecidas", dizem ainda.
O também britânico The Guardian avança que esta morte será vista como um assassinato político atribuível a Vladimir Putin, que já foi informado da sua morte, segundo a agência de notícias estatal TASS.
O porta-voz Dmitry Peskov já terá dito também que o serviço penitenciário federal está a fazer todas as verificações necessárias relativamente à morte do opositor político.
Já Leonid Volkov, chefe de gabinete de Alexei Navalny, disse nas redes sociais não ter tido confirmação de que o crítico de Putin morreu e que a declaração do serviço penitenciário poderia ser interpretada como uma “confissão” de que mataram deliberadamente Navalny.
Também Kira Yarmysh, assessora de Alexei Navalny, revelou à Sky News que os advogados que representam Alexei Navalny estão a caminho da prisão para apurar os factos.
Navalny tinha 47 anos e era conhecido como um dos críticos mais persistentes de Putin. Estava detido numa prisão a cerca de 65 quilómetros a norte do Círculo Polar Ártico, onde foi condenado a 19 anos sob um “regime especial”.
No início de dezembro, o opositor tinha desaparecido de uma prisão na região de Vladimir, onde cumpria uma pena de 30 anos por acusações de extremismo e fraude, que classificou como retribuição política por liderar a oposição anti-Kremlin até 2010. Não se esperava que fosse libertado durante a vida de Putin.
O antigo político ajudou a realizar os protestos de 2011-2012 na Rússia com uma campanha contra a fraude eleitoral e a corrupção governamental e uma investigação dentro círculo íntimo de Putin. Os seus vídeos com conclusões várias sobre diversas investigações tinham centenas de milhões de visualizações.
O ponto alto da sua carreira política aconteceu em 2013, quando obteve 27% dos votos numa eleição para presidente da Câmara de Moscovo que poucos acreditavam ser livre ou justa. Navalny continuou a incomodar o Kremlin, dando conta de um palácio construído no Mar Negro para uso pessoal de Putin, mansões e iates usados pelo ex-presidente Dmitry Medvedev e uma trabalhadora do sexo que ligava um alto funcionário da política externa a um oligarca conhecido.
Em 2020, Navalny entrou em coma depois de uma suspeita de envenenamento com novichok pelo serviço de segurança FSB (Serviço Federal de Segurança) da Rússia e foi evacuado para a Alemanha para tratamento. Recuperou e voltou à Rússia em janeiro de 2021, onde foi preso sob a acusação de violação da liberdade condicional e condenado à primeira de várias penas de prisão que totalizariam mais de 30 anos atrás das grades.
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