“Eu não tenho nenhuma ambiguidade. O meu adversário chama-se António Costa, chama-se Partido Socialista (PS)”, disse o candidato social-democrata, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita à feira agropecuária Ovibeja, que decorre em Beja.
Questionado sobre declarações do outro candidato à liderança do PSD, Jorge Moreira da Silva, que assumiu como objetivo clarificar a natureza das relações com outros partidos e afastou diálogo como Chega, Luís Montenegro respondeu que o seu foco é o PS.
“O que é a minha concentração é isto. Eu não vou olhar para os partidos que estão à direita do PSD como adversários a combater. Esqueçam isso. O meu PSD é o PSD que quer dar ao país uma alternativa de governo”, disse.
Montenegro insistiu que não quer vencer o Chega, que “tem o seu espaço”, mas sim o PS. E, “para vencer o PS”, acrescentou que pretende “que as pessoas moderadas acreditem” no seu projeto e no do PSD.
“E quero que as pessoas que também votaram noutros partidos, como a Iniciativa Liberal e o Chega, acreditem que no PSD têm a esperança da resposta às preocupações que motivaram esse seu voto”, argumentou.
O candidato manteve a tónica de que está “preocupado com as pessoas, não com a politiquice, mais à esquerda, mais à direita, mais ao Chega, mais ao Bloco”.
Nesta visita à Ovibeja, em que esteve acompanhado por uma comitiva que incluiu figuras locais do PSD, como o presidente da distrital de Beja, Gonçalo Valente, mas também outras figuras nacionais, como os eurodeputados Álvaro Amaro e Maria da Graça Carvalho, Montenegro criticou o facto de Portugal ter “socialismo há muitos anos”, pois, “nos últimos 27 anos, 20 foram governados” pelo PS”.
“É tempo a mais com resultados a menos. As pessoas não vivem hoje o efeito positivo de terem tido tantos anos de socialismo”, segundo Luís Montenegro, que classificou o atual executivo de António Costa como “um Governo de empatas”, que “não resolve problemas” e “não olha para o futuro”.
“Preocupa-se apenas em gerir o dia-a-dia, em dar aquela respostazinha que é precisa hoje para adiar o problema para amanhã”, continuou, criticando ainda António Costa por ser “doutorado em adiar soluções de problemas”.
“Estamos com a taxa de inflação altíssima, a cavalgar, com a agricultura fustigada por preços de matérias-primas cada vez mais caros, fertilizantes mais caros, alimentos animais mais caros. É preciso dar resposta a isso” e fazer com “as pessoas saibam que o poder público serve para lhes resolver um problema”.
Questionado pelos jornalistas sobre a entrada de Jorge Moreira da Silva na ‘corrida’ eleitoral interna, cuja campanha disse esperar que seja “elevada”, Montenegro saudou o seu “amigo e companheiro” pela disponibilidade em candidatar-se e poder “enriquecer o debate” no partido.
Luís Montenegro afiançou ainda que será “presidente do PSD no dia 28 de maio” e que espera que Jorge Moreira da Silva esteja disponível para trabalhar consigo
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