"A discussão na especialidade não é meramente formal. Será o resultado dessa discussão que determinará o nosso posicionamento. Como poderemos votar ou não votar uma coisa que não está acabada? A proposta, no essencial, não anda para trás em termos de reposição de direitos e rendimentos, mas o caminho está mais estreito, sim", alertou Jerónimo de Sousa, após um encontro com os ecologistas, em Lisboa.
Para o líder comunista, há "uma preocupação muito grande, que é a contradição de querer responder à reposição de rendimentos e direitos do povo e, depois, assistir a estas pressões, chantagens, orientações draconianas em relação ao país".
"Cada vez mais esta contradição se agrava e esperemos que não se torne insanável", sublinhou, reiterando a necessidade, por exemplo, de renegociação da dívida.
A líder parlamentar de Os Verdes, Heloísa Apolónia, também demonstrou preocupação, esperando uma resposta por parte do executivo de António Costa e recusou "dar alguma orientação de voto relativamente àquela que será a votação final global, pura e simplesmente, porque o OE2017 não está construído".
"Notamos aqui constrangimentos que também não podemos esquecer. Enquanto Os Verdes puxam por esta necessidade de investimento, particularmente público, temos um Governo absolutamente agarrado a metas de défice de que não descola, uma submissão às regras do Tratado Orçamental de que não descola", continuou.
Para os ecologistas, "o limite, que é o objetivo, é servir os interesses da população portuguesa e as nossas necessidades de desenvolvimento".
"É para isso que trabalhamos. O Governo do PS sabe que Os Verdes não estão aqui a trabalhar para Bruxelas e um Tratado Orçamental criado para servir as grandes economias e submeter as pequenas economias àquelas", vincou.
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