A Direção-Geral de Saúde disse que vai rever e atualizar a orientação que permite a enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica assegurar partos considerados normais, depois das reservas levantadas pela Ordem dos Médicos. O objetivo era resolver a falta de obstetras, anestesistas e pediatras, que tem fechado alguns blocos nos hospitais no último ano.

Além de considerar que a forma como a norma foi aprovada põe em causa a segurança das grávidas e dos recém-nascidos, e de ter avançado com um pedido de revogação da mesma, a Ordem dos Médicos retirou a confiança institucional ao coordenador do grupo de trabalho sobre os cuidados de saúde em blocos de parto, Diogo Ayres de Campos.

Numa carta dirigida à diretora-geral da DGS, a Ordem já tinha manifestado intenção de retirar a confiança institucional ao especialista, que foi também recentemente demitido do cargo de diretor de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução do Centro Hospitalar Lisboa Norte, depois de colocar em causa o plano de obras previsto para o serviço e a consequente colaboração com o Hospital de São Francisco Xavier.

O bastonário da ordem dos Médicos, Carlos Cortes, defendeu hoje que "é preciso abrir um caminho diferente" e que já sentiu essa abertura por parte da DGS. "O que a Ordem dos Médicos pediu é que a coordenação fosse diferente com protagonistas diferentes. É isso que está em cima da mesa”.

*Com Lusa