Pedro Passos Coelho, que falava à margem de um encontro da distrital do Porto do PSD, acusou ainda o Governo de ser “chantagista” para conseguir o acordo de concertação social.

“Eu já prestei muitas declarações sobre esta matéria do salário mínimo nacional e da TSU e não sinto necessidade de acrescentar mais nada, nem de justificar mais nada”, afirmou o líder dos sociais-democratas, para quem “o que é importante que se sublinhe nesta matéria é que o PSD não servirá para que o Governo faça aprovar esta matéria no Parlamento”.

Passos Coelho destacou que “o Governo assumiu um compromisso que deve poder cumprir com os parceiros sociais e esse compromisso tem de ser construído dentro da solução maioritária do Governo, não é recorrendo à oposição”.

“Os primeiros-ministros têm de resolver chatices todos os dias. Se isto é uma chatice para ele, ele resolvê-la-á dentro do Governo e da maioria”, sublinhou.

Sobre as críticas à posição do PSD de votar contra a descida da Taxa Social Única, Passos Coelho respondeu: “ninguém está imune às críticas, as pessoas são livres de criticar as posições, isso não me incomoda nada”.

“Não modifica, evidentemente, a posição que tenho expressado e aquela que é a posição do PSD”, acrescentou.

Quanto ao acordo de concertação social, Passos Coelho acusou o Governo de António Costa de fazer “uma simulação de concertação social” e de fazer “uma cena chantagista”.

“É um acordo de chantagem com os parceiros”, sublinhou o ex-primeiro-ministro.

Questionado sobre o acordo que fez em 2014, enquanto líder do Governo, e que previa a descida da TSU, Passos Coelho destacou que aquela foi “uma medida excecional” e que representa o “contrário” do que o atual Governo está a fazer.

“Nós tomamos uma medida excecional que tinha uma contrapartida, que no futuro as atualizações do salário mínimo estariam relacionadas com a produtividade (…). Este Governo fez exatamente o contrário, não podem esperar que a gente apoie o contrário”, frisou.

A descida da TSU está prevista no acordo de concertação social que consagrou o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para os 557 euros.