Durante uma conferência de imprensa em Lodz, no centro do país, Ziobro disse que o aumento dos preços energéticos se deve não só à invasão russa da Ucrânia, mas, “sobretudo, à política louca, irracional da União Europeia” (UE), em termos de ambiente.

Além de fazer um apelo a “aumentar a extração de carvão e tomar medidas estratégicas que permitam o uso deste ouro polaco”, o vice-primeiro-ministro polaco acusou diretamente Bruxelas de “promover uma política de bloqueio de investimentos em carvão” porque, disse, “a Polónia é o país mais rico em reservas” deste combustível fóssil.

O Tribunal de Contas polaco publicou na semana passada um relatório em que destacou “sérias irregularidades” no projeto de construção e posterior abandono da que seria a maior central elétrica do país com base no carvão, conhecida como Ostroleka C.

Segundo a instituição, o governo gastou mais de 325 milhões de euros na conceção, construção e demolição da central, cujo financiamento e cuja viabilidade se revelaram impossíveis, mas, nas palavra de um executivo citado no relatório, o projeto “era necessário para acalmar os sentimentos” na região da Silésia, no sul.

Esta região tem a maior quantidade de minas de carvão e a maioria dos 170 mil mineiros polacos trabalham na Silésia, que também tem o ar mais contaminado da Europa.

A Polónia obtém cerca de 70% da sua eletricidade a partir do carvão, o que a torna o Estado membro da UE mais dependente desta fronte de energia.