No Centro de Congressos do Estoril, em Cascais, o presidente do CDS-PP Nuno Melo anunciou três promessas a que a AD se compromete se ganhar as eleições marcadas para o dia 10 de março: "a AD vai reduzir a taxa de IRS em todos escalões, menos no último. A classe média tem de sobreviver, tem de sustentar as suas famílias. A AD não quer empresas cheias de problemas porque os socialistas não as deixam ser competitivas", disse Melo, explicando que "a AD vai retomar aquela boa reforma do IRC de 2014, que esteve pactuada com o PS de José António Seguro e depois rasgada por António Costa e Pedro Nuno Santos. Vamos reduzir os IRC em dois pontos por ano até aos 15%".
Quanto aos jovens, Nuno Melo referiu que a AD se compromete com a "taxa máxima de IRS de 15% até aos 35 anos e isenção de IMT na compra da primeira habitação", porque a AD não quer "um país em que um em três jovens têm de viver fora e uma taxa de desemprego jovem que já chegou aos 20%".
Nuno Melo adereçou os que "querem o insucesso da AD", começando por dizer que "o único governo que a AD vai viabilizar é o da AD depois de vencermos as eleições, depois de contados todos os votos", em referência à polémica dos últimos dias.. Melo deixou o aviso a André Ventura, afirmando que "pare lá de ler o pensamento dos outros e deixe de ser o aliado único das esquerdas disponível para apresentar moções de rejeição a este governo da AD para dar a mão a governos do PS, Bloco de Esquerda, à CDU, ao PAN e ao Livre. Perceba quais são as prioridades em Portugal, porque nós nisso não fazemos nenhuma confusão".
"A política em Portugal precisa de senso e lucidez. Quanto mais se percebe neste momento o delírio de promessas da extrema esquerda ao populismo radical, percebe-se que é de interesse nacional uma vitória da AD", afirmou Melo.
"O BE propôs um imposto sobre os lucros das gasolineiras. Veio o Chega e copiou a ideia, aumentando a parada para um lucro de 40% das gasolineiras. Gostaria de dizer aos dois que os lucros não vão ser pagos pelas empresas, mas sim pelos contribuintes, consumidores, por todos nós", disse Melo. "Mariana Mortágua e André Ventura têm a capacidade de levar Portugal à bancarrota, tal como José Sócrates, só que mais rápido".
Para Nuno Melo, o real adversário da AD é o PS, e "a melhor avaliação do governo socialista foi feita por Pedro Nuno Santos que disse que 'não quero ver mais Portugal a arrastar os pés'. Mas foi António Costa, Pedro Nuno Santos e o PS que fez Portugal a arrastar os pés neste últimos oito anos. Não são eles que vão por o país a correr e a saltar obstáculos".
"Se o Partido Socialista já merecia perder eleições por incompetência, agora merece perder por razão de principio e de decência. Se o Pedro Nuno Santos vencer, por acaso, as eleições, vamos pagar impostos mais altos, quando comemos, quando sorrimos, quando fumámos, quando bebemos, quando trabalhamos, quando conduzimos, quando queremos ser proprietários e agora quando morrermos. Já nem mortos nos livraremos do fisco, é até à campa. Votar no PS é como comprar um bilhete para viajar no Titanic, mas sabendo que vai afundar. As pessoas estão avisadas", afirmou Nuno Melo.
"A AD vai executar com competência os fundos da PAC até ao PRE. A AD vai tomar medidas para os jovens poderem viver em Portugal. Os jovens que não vivem em Portugal não é por causa do [Pedro] Passos [Coelho], do [Paulo] Portas, mas sim do António Costa", afirmou Melo.
"Portugal connosco pode ser um país muito melhor. Damos a cara pela AD porque queremos dar esperança ao país, crescimento à economia e credibilidade às instituições democráticas. Viva a AD! Vamos salvar Portugal! Viva, Portugal!", exclamou o presidente do CDS-PP no fim do seu discurso.
O congresso começou com a intervenção de Pedro Reis, coordenador Movimento Acreditar, plataforma de discussão do PSD com a sociedade civil que arrancou em janeiro de 2023. Reis começou por explicar que o "Movimento Acreditar foi inspirado desde o primeiro dia por Luís Montenegro, quando assumiu a presidência do PSD. Agora, é entregue à AD, para ser colocado agora ao serviço de Portugal.
"O que fizemos foi ouvir Portugal, sermos um termómetro dos problemas das pessoas e das suas prioridades. Funcionamos como um radar, para identificar o talento disponível por Portugal fora, para mudar Portugal. Fomos ao encontro do país, longe dos holofotes, longe dos microfones.", explicou Reis.
"Não vale complicar. Ou temos uma viragem radical à esquerda, ou optámos por um rumo diferente liderado por Luís Montenegro e esta AD. Ou bem que passámos do sonho que foi estes anos ou para um pesadelo ainda pior. No fundo, ou temos mais do mesmo ou exigimos à AD que nos traga respostas concretas aos problemas reais da pessoas", alertou Reis.
Luís Montenegro fala no encerramento, previsto para as 18:00, não constando do programa a presença do presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, numa iniciativa que terá como oradores vários cabeças de lista e candidatos a deputados pela AD.
Numa nota à imprensa divulgada na sexta-feira, era referido que a ”AD juntará como oradores na convenção um conjunto de personalidades independentes e partidárias” com o objetivo de mostrar que “mais do que um projeto partidário, este é um projeto de governo”.
Ainda durante esta manhã, estão previstas intervenções por parte do presidente do Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, Paulo Carmona, ex-dirigente da Iniciativa Liberal que deixou o partido no ano passado, e do secretário Regional do Mar e Pescas no Governo dos Açores, Humberto Lopes São João, do PPM.
Também o antigo secretário de Estado do PSD e advogado José Eduardo Martins vai intervir ao final da manhã, antes do antigo vice-primeiro-ministro e ex-líder do CDS-PP Paulo Portas, que deverá falar às 13:00.
A tarde da convenção começará com intervenções de candidatos da coligação, como Ana Paula Martins, ex-bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e antiga vice-presidente de Rui Rio - que será número três por Lisboa - e Eduardo Oliveira e Sousa, ex-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal e cabeça de lista por Santarém.
Os cabeças de lista por Coimbra, Rita Júdice, Viana do Castelo, José Pedro Aguiar-Branco, e os candidatos pelo Porto Alexandre Homem Cristo e Ana Gabriela Cabilhas, também vão também intervir durante a tarde.
Na reta final do evento, estão previstas intervenções da advogada e antiga deputada do CDS-PP Cecília Meireles - que não integra as listas da AD -, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e da presidente da Fundação Champalimaud e antiga ministra da Saúde, Leonor Beleza.
*Com Lusa.
Comentários