“O PS está a tentar ganhar as eleições autárquicas na secretaria. O Governo está a travar estes investimentos pois estamos a falar de concelhos liderados pelo PSD. Está descaradamente a fazer campanha política, tentando influenciar as eleições autárquicas, prejudicando claramente estes concelhos, as empresas e as pessoas da região”, afirmou Bragança Fernandes, líder da distrital do PSD.

Em conferência de imprensa, o também presidente da Câmara da Maia explicou estar em causa o anúncio do ministro do Planeamento sobre a revogação das obras de construção da variante à EN14, do IC35 e da EN211, num valor global de cerca de 38 milhões de euros. “Estes problemas não são de falta de dinheiro. Estamos perante uma questão política”, frisou Bragança Fernandes.

“Se o ministro vai parar estas obras com financiamento assegurado, o que vai fazer a este dinheiro? Será que vai servir para fazer obras em concelhos socialistas?”, questionou.

De acordo com o líder distrital do PSD, o partido vai “esperar que o primeiro-ministro revogue a decisão”.

Bragança Fernandes alertou que a EN14 é “o principal eixo exportador de toda a região Norte”, mas está “assente numa via completamente esgotada, insegura e intransitável”.

“Demora-se mais de uma hora para percorrer os 12 quilómetros desde o nó do Jumbo, na Maia, até à Trofa, pela atual EN14”, acrescentou.

De acordo com o autarca, “a variante à EN211 é uma questão de justiça com o interior do distrito e uma questão de segurança, retirando o trânsito dos centros urbanos”.

“Relativamente ao IC35, estamos a falar de uma via importantíssima para a indústria do granito”, disse.

O presidente da câmara de Penafiel, Antonino Sousa, explicou que o IC35 serviria, também, de “alternativa à EN106, uma das vias mais pressionadas e acidentadas do país”.

Manuel Moreira, presidente da Câmara do Marco de Canaveses, lembrou que o IC35 “está prometido desde a queda da ponte de Entre-os-Rios [março 2001]”.

Segundo Bragança Fernandes, no caso da variante à EN14, “o concurso público de construção entre o nó do Jumbo e o interface da Trofa está em fase de avaliação de propostas”.

“Sabemos que a Infraestruturas de Portugal já iniciou processo de expropriações”, vincou.

“Se as empresas públicas, quando lançam concursos, têm de ter verbas cativas, o que vai o ministro fazer com o dinheiro destas obras com financiamento assegurado?”, questionou.

Bragança Fernandes lamenta que “para o Norte”, existam “desculpas esfarrapadas”.

“Exemplo desta pouca vergonha também é o caso do metro. Para o Metro do Porto não há dinheiro, mas para o de Lisboa já há”, afirmou.

Por isso, acrescentou, “é extremamente importante a regionalização, para acabarmos com estas injustiças”.