Num comunicado, a RSF considera que hoje “é um dia negro para a liberdade de imprensa na Birmânia”, assinalando que “o único crime (dos jornalistas) foi fazerem o seu trabalho”.
Os dois jornalistas birmaneses, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, acusados de “violação do segredo de Estado” por investigarem o massacre de muçulmanos rohingyas pelo exército birmanês, foram condenados hoje a sete anos de prisão.
O secretário-geral dos RSF, Christophe Deloire, considera no comunicado que o julgamento “coloca em causa o processo de transição democrática na Birmânia”.
Os jornalistas foram detidos a 12 de dezembro de 2017 após uma reunião com dois polícias que lhe terão dado “documentos secretos importantes”.
Segundo os RSF, “durante as audiências preliminares, um agente da polícia confessou que os seus superiores criaram um ardil para entregar documentos supostamente confidenciais aos dois jornalistas e depois prendê-los”.
A União Europeia, as Nações Unidas e organizações dos direitos humanos já criticaram a condenação dos jornalistas na Birmânia, que a RSF classifica em 137.º lugar num total de 180 países em termos de liberdade de imprensa.
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