“Ainda agora viemos a saber, por exemplo, que metade dos helicópteros do INEM não estão funcionais, tem a ver com manutenção, ou falta dela, neste caso, e isso, de hoje para amanhã, pode ter influência naquilo que é o socorro as pessoas”, sublinhou Rui Rio.
O presidente do PSD falava aos jornalistas no final de uma visita ao Centro de Acolhimento Temporário de crianças de Campo Lindo, no Porto, para visitar e oferecer presentes aos menores ali institucionalizadas e para se solidarizar com quem não pode passar o Natal com a família.
“O Estado falhou em 2017 e em 2018 ainda falhou mais. E se nós não cuidamos de organizar os serviços e fazer manutenção que devemos fazer, obviamente que não podemos esperar que 2019 seja melhor do que 2018”, sublinhou, deixando “um alerta para que o Governo cuide melhor desses aspetos”.
Quando questionado sobre as expectativas para o próximo ano, disse esperar que “o Governo possa emendar uma série de aspetos que ainda são ajustáveis”, nomeadamente “ao nível da segurança, ao nível da qualidade dos serviços públicos, que se têm degradado de uma forma espantosa, em particular o Serviço Nacional de Saúde [SNS]”.
“Há coisas que sabemos que não vão poder correr da melhor maneira, porque já temos aí o quadro financeiro, sabemos, por isso, que o Governo vai continuar na mesma linha, mas pode melhorar a questão da segurança, a questão SNS e de muitos outros serviços públicos”, frisou.
À pergunta se acredita que em 2019 vai ser primeiro ministro, Rio respondeu que a sua “principal preocupação é que os portugueses vivam melhor e que Portugal vá para a frente”.
“Entendo que nas eleições de outubro, Portugal ficará em melhores condições de ir para a frente se o PSD ganhar, acredito que o PSD tem condições de se bater taco a taco com o PS”, afirmou.
Em seu entender, “isso é possível, porque o descontentamento relativamente à governação é efetivamente grande e vai crescer mais, é a leitura que eu faço da realidade, à luz daquilo que é a minha experiência e a minha intuição. Compete agora ao PSD, a começar por mim, estar em condições de construir uma alternativa”.
“Porque se o PSD não oferecer uma alternativa a este Governo, não há alternativa possível, mais ninguém pode construir uma alternativa que não seja a partir da liderança do PSD. Temos de ter esse sentido de responsabilidade, a começar por mim, mas o partido como um todo, porque Portugal precisa efetivamente de uma alternativa forte, dado os resultados que temos vindo a ter na governação, que tem muita ilusão”, frisou.
E acrescentou: “Se nós retirarmos essa ilusão e formos à realidade são estas greves atrás de greves, que significam um falhanço da governação. Em minha opinião, um falhanço precoce, não contava que fosse tão cedo”.
Rui Rio defende igualdade na contagem de tempo de serviço dos professores
“Não faz sentido que o que acontece com os professores no continente não aconteça também nas regiões autónomas e vice-versa”, disse Rui Rio, no final de uma visita ao Centro de Acolhimento Temporário de crianças, de Campo Lindo, no Porto.
O Presidente da República disse no domingo que conta apreciar na quarta-feira o diploma do Governo que recupera parte do tempo de serviço dos professores, pretendendo conhecer a posição assumida nas regiões autónomas sobre esta matéria para formular a sua decisão.
O representante da República para a Madeira assinou e enviou na sexta-feira para publicação o diploma que vai permitir aos docentes deste arquipélago recuperarem integralmente, de forma faseada, o tempo de serviço prestado em funções, enquanto o Governo nacional, liderado por António Costa, aprovou na quinta-feira, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que prevê a recuperação de apenas dois anos, nove meses e 18 dias de tempo congelado aos professores.
Rui Rio lembrou hoje que “o PSD tem uma posição absolutamente clara” sobre esta questão.
“O tempo deve ser contado, a questão é como deve ser contado e ao fim de quanto tempo deve ser contado. O que eu acho é que o Governo deve sentar-se outra vez à mesa com os sindicatos para negociar e encontrar uma posição que salvaguarde esse princípio, mas que ao mesmo tempo seja sustentável para as finanças públicas portuguesas”, disse.
O líder do PSD afirmou não ter dúvidas de que “não é sustentável contar tudo já”, mas considerou ser possível “arranjar alternativas que não tenham impacto financeiro direto”.
“Antecipar o tempo da reforma” seria, em seu entender, uma boa solução, tendo em atenção que “o corpo docente está envelhecido e seria bom que houvesse uma certa renovação".
"Tudo isto deve ser conjugado e voltar a ser negociado de forma justa, dentro daquilo que é possível”, defendeu.
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