"Hoje, os Estados Unidos estão a treinar (as autoridades ucranianas) para um novo banho de sangue", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Riabkov, num comunicado.

"As armas dos Estados Unidos podem provocar novas vítimas no nosso vizinho", sublinhou o vice-ministro.

Os Estados Unidos anunciaram, na sexta-feira, que reforçarão a sua assistência em matéria de defesa à Ucrânia, para que Kiev possa garantir a "soberania" de seu território e "construir a sua defesa a longo prazo".

Riabkov acusou os norte-americanos de encorajarem a retomada do conflito na região de Donbass, no leste da Ucrânia.

“Os revanchistas de Kiev estão a atirar todos os dias em Donbass, não querem realizar negociações de paz e sonham em fazer desaparecer a população indócil, e os Estados Unidos decidiram dar-lhes armas para o fazer", declarou o vice-ministro.

Outro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Grigori Karassine, disse que a decisão dos Estados Unidos prejudicaria os esforços para alcançar uma solução política para a Ucrânia.

"Esta decisão prejudica o trabalho de implementação os acordos de Minsk de 2015", disse Karassine à agência de notícias russa TASS, referindo-se ao acordo de paz negociado pelos países ocidentais.

Karassine reiterou a posição da Rússia de que as autoridades ucranianas deveriam negociar com os rebeldes através de um "diálogo direto e honesto".

"Não há outra maneira de resolver o conflito interno ucraniano", afirmou Grigori Karassine.

De acordo com o canal de televisão ABC, citando quatro funcionários do Departamento de Estado norte-americano, os Estados Unidos previram fornecer mísseis antitanques à Ucrânia, provavelmente incluindo o sistema avançado Javelin.

O conflito, que se iniciou em 2014, já provocou 10.000 mortos. Kiev e os países ocidentais acusam a Rússia de apoiar os rebeldes separatistas, inclusivamente fornecendo-lhes armas, o que Moscovo nega categoricamente.