Este mês, os Estados Unidos anunciaram um reforço das alianças no Indo-Pacífico, com um acordo que inclui o fornecimento à Austrália de submarinos movidos a energia nuclear, maior acesso a bases nas Filipinas e aumentos da cooperação de defesa com Taiwan.

Hoje - após mais um encontro entre Putin e Xi, no âmbito da visita oficial de três dias do líder chinês - os dois países declararam que se opõem à formação de blocos militares na Ásia-Pacífico, alegando receios de que promovam o antagonismo na região.

O documento assinado pelos dois líderes expressa a preocupação de russos e chineses com os alegados planos dos Estados Unidos de implantar mísseis de médio e pequeno alcance naquela região e também na Europa.

Xi e Putin também se manifestam contra as tentativas de desestabilizar a situação de segurança no nordeste da Ásia, criticando a forma como o Ocidente está a lidar com a questão na península da Coreia.

Os líderes russo e chinês pedem às partes envolvidas no conflito coreano que mostrem moderação e façam todos os esforços para reduzir a tensão; e pedem aos EUA, em particular, que respeitem os interesses da Coreia do Norte.

Sobre a situação na Ucrânia, Putin e Xi pedem o fim de qualquer medida que vise prolongar as ações militares, para evitar o agravamento da crise e a entrada do conflito numa “fase descontrolada”.

Para esclarecer o teor deste documento, os líderes da Rússia e da China sublinham que o seu relacionamento não representa uma aliança político-militar ao estilo da Guerra Fria, argumentando que o propósito da sua parceria não tem natureza conflituosa e não é dirigida contra um qualquer país terceiro.

O documento pede à Aliança Atlântica que respeite rigorosamente o caráter regional e defensivo do bloco, os interesses de outros Estados e que não interfira nos assuntos internos dos países.

O texto rejeita ainda a utilização dos princípios democráticos como instrumento político para exercer pressão sobre outros países, com base na oposição entre democracia e autocracia.

Ambos os países opõem-se ao envio de armas estratégicas por parte das potências nucleares para fora das suas fronteiras e pedem a todos aqueles que já o fizeram para as recuperarem.