Numa conferência de imprensa no final de uma reunião de chefes de diplomacia da União Europeia, Augusto Santos Silva explicou que, num jantar que tem agendado para hoje com os deputados portugueses ao Parlamento Europeu – na primeira vez que terá a oportunidade de reunir-se com todos eles –, irá agradecer a todos, "sem qualquer exceção", o papel que tiveram quer no processo de sanções devido ao défice excessivo que terminou com o cancelamento da multa a Portugal, quer, mais recentemente, no diálogo com a Comissão Europeia sobre possível suspensão de fundos.

“Tenho uma palavra de agradecimento muito sentida a todos os eurodeputados e eurodeputadas portuguesas sem qualquer exceção, e essa palavra de agradecimento é motivada por esta razão simples: eles têm sido inexcedíveis na defesa do interesse nacional, quer no processo dito das sanções, quer agora, e com particular relevância, no debate sobre a eventual suspensão de fundos comunitários a Portugal”, declarou.

Santos Silva considerou que “a presença, a influência e a consonância de intervenções dos deputados portugueses no Parlamento Europeu” teve uma influência decisiva na recomendação adotada pela assembleia, que, a 8 de novembro, deu por encerrado o “diálogo estruturado” com o executivo comunitário com uma recomendação à Comissão para que não suspenda fundos a Portugal e Espanha.

“(A intervenção dos eurodeputados portugueses) foi, tem sido, não tenho a mínima dúvida sobre isso, uma das razoes que explica a clareza com que o Parlamento Europeu tomou uma posição inteiramente contrária a qualquer possibilidade de serem suspensos os fundos comunitários a Portugal”, apontou o “número dois” do Governo liderado por António Costa.

A posição da Comissão sobre a possível suspensão de fundos é aguardada para a próxima quarta-feira, quando o executivo comunitário emitir a sua opinião não só sobre o plano orçamental português para 2017, como também sobre a “ação efetiva” levada a cabo pelas autoridades nacionais para corrigir a trajetória do défice e desse modo prevenir a suspensão de fundos estruturais e de investimento.