“Tal como a Europa, que foi devastada pela Segunda Guerra Mundial, a Ucrânia precisa agora de um Plano Marshall para a sua reconstrução”, disse Scholz aos deputados do parlamento alemão, em Berlim, citado pela agência francesa AFP.
“Precisaremos de vários milhares de milhões de euros e de dólares suplementares, e isto durará anos”, alertou o chanceler, num discurso antes das cimeiras da União Europeia (UE), do G7 e da NATO.
Scholz disse esperar uma frente unida no apoio a longo prazo à Ucrânia quando acolher a cimeira anual do G7 na Baviera (sudeste), na próxima semana.
Além da Alemanha, que preside atualmente ao G7, o grupo das principais potências económicas mundiais integra Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Japão.
Scholz recordou a visita que fez na semana passada a Irpin, um subúrbio de Kiev onde ocorreram combates intensos entre as forças ucranianas e russas, e disse que o que viu lhe fez lembrar “imagens das cidades alemãs depois da Segunda Guerra Mundial”.
Patrocinado pelos Estados Unidos, o Plano Marshall ajudou a reanimar as economias europeias após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Scholz disse que um plano de reconstrução da Ucrânia terá de envolver um trabalho conjunto dos países europeus, de outros países e de organizações internacional.
O líder alemão disse que convidou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a discutir tal plano com os líderes do G7 na segunda-feira, por videoconferência.
Além do financiamento, Scholz lembrou que será decisivo um acordo sobre o funcionamento de um Plano Marshall para a Ucrânia.
“Como o coordenamos internacionalmente, como decidimos juntos, no futuro, que investimentos fazem a Ucrânia avançar mais rapidamente no seu caminho europeu”, disse, citado pela agência noticiosa norte-americana AP.
Scholz anunciou que, juntamente com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, convocará uma conferência de peritos de alto nível sobre a Ucrânia, sob a égide da presidência alemã do G7.
Os líderes da UE esperam, numa cimeira a realizar na quinta e sexta-feira, conceder à Ucrânia o estatuto de candidato à adesão, dando início a um progresso que provavelmente levará anos e cujo sucesso não está garantido.
Sobre a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro, Scholz disse que as duas partes ainda estão muito longe de negociações e culpou o líder russo, Vladimir Putin, por essa situação.
“Putin ainda acredita na possibilidade de poder ditar a paz”, justificou.
Scholz apelou, por isso, aos aliados ocidentais para “manterem firmemente o rumo” do apoio à Ucrânia através de sanções à Rússia, bem como do fornecimento de armas e apoio financeiro a Kiev.
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