“Dois dos indivíduos detidos foram presentes ao Ministério Público (MP) e libertados após terem sido notificados para comparecerem em tribunal a fim de serem julgados em processo sumário, respetivamente nos dias 20 e 27 de outubro, ambos indiciados pela prática do crime de dano qualificado e um deles indiciado ainda pela prática dos crimes de detenção de arma proibida e ofensa à integridade física qualificada”, lê-se num comunicado divulgado à tarde no ‘site’ da PGDL.
O terceiro detido será presente ao MP na terça-feira, adianta a PGDL.
Dois dos homens foram detidos junto à Rotunda do Relógio e o outro junto ao aeroporto de Lisboa, onde os taxistas estão concentrados desde hoje de manhã.
Em relação aos detidos na Rotunda do Relógio, fonte oficial da PSP adiantou que um foi detido por ter arremessado alguns objetos contra um carro da polícia e o outro por ter lançado um artefacto pirotécnico contra os agentes.
O outro homem, taxista, foi detido por vandalismo a um carro da Uber.
Quando a marcha lenta de protesto passava a zona do aeroporto, depois de partir do Parque das Nações, os taxistas saíram dos carros e ocuparam a Rotunda do Relógio, tendo os elementos policiais tentado impedi-los.
A situação originou uma atitude mais agressiva por parte dos manifestantes, explicou fonte oficial da PSP, avançando que os taxistas atiraram vários objetos contra os polícias, nomeadamente garrafas.
Segundo a PSP, alguns agentes lançaram gás pimenta contra os manifestantes.
O diretor-geral da Cabify Portugal, Nuno Santos, contactado pela Lusa, escusou-se a comentar os confrontos e consequentes ameaças contra motoristas das plataformas que operam junto à zona das partidas do aeroporto.
“São atos que não merecem o nosso comentário”, afirmou Nuno Santos, acrescentando que os funcionários da empresa não temem pela sua segurança.
Segundo o responsável, durante o dia de hoje não se registaram incidentes com os motoristas da Cabify Portugal e, consequentemente, não houve feridos ou danos materiais.
Numa resposta enviada à Lusa sobre o protesto, o diretor-geral da Uber em Portugal, Rui Bento, afirmou que a empresa respeita “o direito que todos os grupos têm de se manifestar, desde que o façam com espírito cívico, e com respeito pela segurança e ordem públicas”, mas "infelizmente" isso não está a acontecer hoje.
“Este é um momento-chave para a mobilidade nas cidades portuguesas. Acreditamos que este diploma poderá ser um passo importante para que Portugal caminhe para um modelo de mobilidade mais moderno e sustentável, alinhado com as necessidades das pessoas nas nossas cidades, e que proporcione importantes oportunidades económicas e de criação de emprego no setor”, adianta Rui Bento.
Os profissionais do setor estão em luta contra a regulação que o Governo propõe para a atividade das plataformas de transportes de passageiros como a Uber ou a Cabify e tinham como destino a Assembleia da República.
As plataformas Uber e Cabify permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para ‘smartphones’, mas os operadores que a elas estão ligados não têm de cumprir os mesmos requisitos – financeiros, de formação e de segurança – do que os táxis.
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