Atendendo à dimensão dos danos provocados no seu território nos dias 13 e 14, que “configuram uma situação excecional”, a CIM da Região de Coimbra reuniu hoje para tomar uma posição.
Depois de analisar a proposta de resolução do Conselho de Ministros que definirá os apoios aos territórios atingidos, a CIM defende ser urgente a concretização de algumas medidas, entre as quais “garantir a concessão de auxílios financeiros aos municípios afetados através do Fundo de Emergência Municipal com uma taxa de cofinanciamento de 80%”.
No seu entender, devem também ser disponibilizados “apoios não reembolsáveis para as empresas afetadas na componente não coberta por seguros, que permitam o rápido restabelecimento da atividade económica e laboral das empresas atingidas, a recuperação de edifícios, equipamentos, instalações e outros bens da atividade produtiva danificados”.
Na sua tomada de posição, a CIM aponta igualmente como urgente “garantir a concessão de apoios financeiros que permitam a rápida reposição do potencial produtivo agrícola e florestal e a recuperação das áreas florestais atingidas”.
A última medida defendida é “assegurar a efetiva existência de programas financeiros que possibilitem o apoio às instituições particulares de solidariedade social, às instituições religiosas, aos movimentos associativos, recreativos, desportivos e de apoio às populações, cujas infraestruturas e equipamentos foram severamente afetados”.
Dadas as “tragédias naturais que têm vindo a assolar o país e a região e que as alterações climáticas potenciarão nos próximos anos”, a CIM sugere ainda ao Governo que prepare urgentemente “um mecanismo estrutural de prevenção, gestão e recuperação de catástrofes e eventos extremos”.
Este mecanismo deverá permitir “o acionamento e implementação de medidas de forma mais eficaz e eficiente, em substituição de respostas casuísticas às situações já ocorridas”, acrescenta.
A posição hoje tomada foi remetida ao primeiro-ministro e dada a conhecer ao Presidente da República e ao presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
A passagem da tempestade tropical Leslie nas zonas mais afetadas de Portugal terá causado ventos de 180 a 190 quilómetros/hora, superiores aos registados nas estações meteorológicas oficiais, segundo estimativa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Na Figueira da Foz, a rajada de 176km/hora foi a mais elevada registada nas estações meteorológicas do IPMA, em Portugal.
A passagem do Leslie por Portugal, a 13 e 14 de outubro, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.
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