A Ucrânia não vai abrir hoje corredores humanitários no país para a retirada civis e o fornecimento de produtos básicos, por causa dos bloqueios e violações ao cessar-fogo pelas tropas russas, anunciaram as autoridades.
"Infelizmente, não podem ser abertos hoje", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.
Na região sul de Zaporiyia, "os ocupantes (russos) bloquearam os autocarros de evacuação e na região de Lugansk estão a violar o cessar-fogo", disse a governante na plataforma Telegram.
Zaporijia é um destino comum para os refugiados que abandonam a cidade portuária de Mariupol, que tem estado sob cerco russo desde praticamente o início da invasão, em 24 de fevereiro.
Lugansk, uma região pró-russa que se autoproclamou uma república independente e é reconhecida por Moscovo, é atualmente um dos principais alvos das forças russas.
"Os ocupantes não só ignoram as normas do direito humanitário internacional, como também são incapazes de controlar adequadamente a sua população no terreno", acrescentou Iryna Vereshchuk.
“Estamos a trabalhar para reabrir os corredores humanitários o mais rápidamente possível”, reiterou.
Mais de mil militares ucranianos renderam-se em Mariupol
Mais de mil militares da Ucrânia renderam-se às forças da Rússia em Mariupol, cidade cercada há semanas, disse hoje o Ministério da Defesa russo.
"Na cidade de Mariupol, na área da metalúrgica Ilyich (…), 1.026 militares ucranianos da 36.ª brigada de infantaria da Marinha depuseram voluntariamente as armas e renderam-se", disse o Ministério russo num comunicado.
Segundo a mesma fonte, 150 militares ficaram feridos e foram tratados no hospital Mariupol.
Durante a noite de terça-feira para hoje, uma reportagem da televisão pública russa transmitida no Rossiya 24 anunciou a rendição de mais de mil soldados ucranianos em Mariupol.
As filmagens mostraram homens em uniformes de camuflagem a carregar feridos em macas ou a ser interrogados em pé no que parece ser um porão.
Na terça-feira, as autoridades regionais do sudeste da Ucrânia estimaram em pelo menos 20.000 mortos o número de vítimas em Mariupol, bombardeada por mais de 40 dias.
A luta está agora concentrada na gigantesca zona industrial da cidade.
Tomar Mariupol permitiria aos russos consolidar os seus ganhos territoriais na faixa costeira ao longo do Mar de Azov, ligando a região de Donbass à península da Crimeia, que os russos anexaram em 2014.
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