JOGO: Uruguai - Portugal
DATA: 30 junho, 2018
HORA: 18:00 | RTP 1
ESTÁDIO: Fisht Olympic Stadium, Sochi, Rússia
ANTEVISÃO: Contra os canhões, marchar. Assim dita "A Portuguesa". E no próximo dia 30 não será contra os canhões, mas vai ser igualmente contra artilharia pesada. Pelo menos assim terão de pensar Pepe e Fonte (se não houver nenhuma troca, lesão ou surpresa de última hora) quando tiverem Suárez e Cavani pela frente. A seleção das Quinas disputou três encontros: o primeiro num jogo de superação, Ronaldo empata Espanha (3-3); depois, foi necessário fazer um apelo ao técnico português com um "Fernando, já percebemos que sabemos sofrer. Mas tem que ser sempre?" (1-0 frente a Marrocos); finalmente, houve um de VAR em VAR, em que foi um aguenta coração bem grande diante do Irão (1-1).
Esboçadas as crónicas, há sempre aquele receio, aquele medo que ninguém quer sujeitar a mente a espreguiçar, mas que invariavelmente ela teima em estar a matutar até à nuca. É a ideia de não existirem soluções capazes de enfrentar os problemas que têm existido. Porque há que contar sempre com a possibilidade mais difícil de encarar: apesar de termos o melhor do Mundo, Cristiano Ronaldo poderá não ser suficiente. Especialmente quando o adversário tem qualidade.
O Uruguai vai aterrar em Sóchi, levando no bolso argumentos que devem colocar em sentido a seleção nacional: três jogos, três vitórias, nenhum golo sofrido, cinco golos marcados, e dois dos melhores artilheiros do mundo a mostrar pontaria afinada. Mas não é só. Rodrigo Bentancur e Matías Vecino são igualmente fortes técnica e tacticamente, controlando muito bem o espaço no centro do campo, zona em que Portugal se tem demonstrado algo débil e por largos períodos dos três jogos disputados. No setor mais recuado, José Giménez e Godín parecem ligados por betão armado e são temíveis em lances de bola parada. Em suma, apesar de não ser uma missão impossível, há talento e um trajeto imaculado que Portugal tem que levar pela frente.
JOGO: França - Argentina
DATA: 30 de junho, 2018
HORA: 18:00 | Sport TV1
ESTÁDIO: Kazan Arena, Kazan , Rússia
ANTEVISÃO: A França terá pela frente a Argentina e Lionel Messi logo no primeiro jogo dos oitavos-de-final. Não que fosse um encontro totalmente inesperado, mas as previsões apontavam para pudesse acontecer numa fase mais tardia da competição. Mas o Mundial é ainda assim mesmo, e das previsões ao que se passa dentro das quatro linhas ainda vai uma distância considerável. Não se avizinha vida fácil para nenhum conjunto. No entanto, há um ligeira inclinação para a turma europeia. Aliás, de acordo com as casas de apostas, os gauleses são mesmo os favoritos a seguir em frente. É um galo jovem, bem balanceado e que dominou o seu grupo sem ter a necessidade de jogar de forma exuberante. Mesmo parecendo jogar muitas vezes em "mínimos olímpicos”, arrancou o primeiro lugar sem grandes problemas.
A França capitalizou a sua passagem logo à segunda jornada da fase de grupos. Dois jogos, duas vitórias (2-1 diante a Austrália, 1-0 frente o Perú), mas alguma desinspiração a nível do chamado "jogo jogado". No entanto, como são os pontos que fazem avançar na competição, e não as exibições, os Les Bleus jogaram a passo e em modo de gestão no último encontro, contra a Dinamarca, que terminou com o primeiro nulo do Mundial de 2018.
Por sua vez, a Argentina chega aos oitavos-de-final graças a um golo de Marcos Rojo — de pé direito, ele que é canhoto — que subiu no terreno e finalizou como se de um n.º 9 de raiz se tratasse. Foi o herói improvável de uma vitória arrancada a ferros, mas que mantém viva a esperança dos adeptos argentinos verem Messi levantar o ceptro mais importante a nível de seleções do mundo. Foi aos 86’, frente à Nigéria, na vitória por 2-1, e garantiu a segunda posição no grupo, atrás da Croácia.
Contudo, Argentina não está bem, nem se recomenda. A qualificação foi arrancada no cair do pano, o futebol está tremido e as notícias que saem nos jornais locais não auguram o mais auspicioso dos ambientes a nível de balneário. Messi, apesar de ter aparecido e marcado o primeiro dos dois golos no jogou que carimbou a passagem aos oitavos, teima em não convencer, assim como as decisões do técnico Sampaoli parecem merecer cada vez mais dúvidas. No último jogo, Dybala não chegou a pisar a relva, Kun Aguero entrou só no modo desespero no segundo tempo e até houve direito a mudança do esquema táctico.
A última vez que as seleções se encontraram em Campeonatos do Mundo foi na fase de grupos no Mundial de 78, e o jogo foi ganho pelos argentinos. São duas seleções que as casas de apostas, antes do torneio ter o seu início, acreditavam que podiam ser campeãs. Por agora, uma terá que ficar pelo caminho. Porém, até aqui chegar, nenhuma delas demonstrou um futebol que se assemelhasse àquele que um crónico candidato pratica. (Na verdade, quase nenhuma o fez).
JOGO: Brasil - México
DATA: 2 de julho, 2018
HORA: 14:00 | Sport TV1
ESTÁDIO: Kazan Arena, Kazan, Rússia
ANTEVISÃO: A dança no relvado promete ser intensa. O Brasil vence, mas não convence como um todo. Por outro lado, Coutinho continua apresentar um excelente momento de forma: com dois golos e uma assistência, tem sido um dos mais consistentes jogadores da canarinha (e um dos destaques do Mundial, já agora). Paulinho também tem estado em evidência e Casemiro tem feito aquele trabalho pouco glamoroso, mas ainda assim indispensável para o equilíbrio dos setores. Contudo, diga-se que o escrete tem tido azar na defesa. Danilo num jogo, Marcelo noutro, saíram a conta com lesões. Ainda assim, continuaram bem na hora de proibir o gol adversário. O que não deixa de ser irónico, tendo em conta que o Brasil sempre foi um tanto ou quanto criticado por descurar a defesa em prol do ataque, e neste Mundial, sob a batuta de Tite, apenas sofreu um golo e demonstra um quarteto-com-mudanças-via-lesões-jornada-a-jornada pronto a contrariar a adversidades. Só os suíços conseguiram fazer um golo (num lance que muitos alegam que foi precedido de falta), num encontro que terminou empatado a uma bola. Thiago Silva, o companheiro de Miranda no eixo defensivo e um dos responsáveis por manter o perigo afastado da baliza dos brasileiros, diz estar à espera da velocidade do conjunto mexicano e da sua técnica e considera que, para passarem à fase seguinte, os jogadores do escrete precisam de fazer o “jogo perfeito”.
Do outro lado do campo, vai estar uma seleção que chegou aos oitavos-de-final em todos os mundiais desde 1994 (em 1990 estavam impedidos de participar por falsificação de documentos no mundial de sub-20 em 1989, naquele que foi um caso que ficou conhecido como “Escândalo dos Cachirules”). Um dos destaques dos mexicanos tem sido Herrera. O jogador do FC Porto tem estado um verdadeiro todo-o-terreno e um mestre na hora de desarmar adversários. De acordo com o GoalPoint, o centro-campista azul e branco é o jogador com mais desarmes até ao momento no Mundial, com 14 conseguidos com sucesso (o nigeriano Ndidi com 15, é aquele que efetivamente é o desarmador-mor de serviço, mas a sua equipa foi eliminada e portanto já não entra para estas contas dos oitavos).
Orientados pelo colombiano Juan Carlos Osorio, técnico conhecido por ser um apreciador do aspeto tático do jogo, os seus jogadores estão em campo em modo camaleónico, adaptando-se partida a partida, consoante o plano desenhado pelo treinador e de acordo com aquilo que considera ser importante fazer perante um adversário específico. No relvado, dir-se-á que alinham num 4-3-2-1, mas há mais reboliço posicional (coerente) das peças em campo do que outra coisa qualquer. Lazano, Chicharito, Herrera, Carlos Vela e Moreno são as pedras basilares, mas todos desempenham o seu papel em campo. A derrota frente à Suécia (0-3) não espelhou o melhor da equipa, mas certamente que alguma rotação e o apuramento assegurado ajudou a relaxar em momentos do jogo, algo que não aconteceu frente a Alemanha (1-0) e Coreia do Sul (2-1).
JOGO: Espanha - Rússia
DATA: 1 de julho, 2018
HORA: 14:00 | SIC
ESTÁDIO: Luzhniki Stadium, Moscow, Rússia
ANTEVISÃO: Hierro não está para brincadeiras e equaciona todos os cenários e desfechos possíveis. Tanto assim que o jornal espanhol As diz que já estão escolhidos os eleitos para bater os penáltis (caso o jogo com a Rússia tenha de ser decidido dessa forma): David Silva será o primeiro, seguindo-se Diego Costa, Isco, Sergio Busquets e Iniesta, que se encarregará de marcar a bola, à partida, decisiva. Sabe-se também que um eventual prolongamento já terá uma estratégia equacionada. É que, convém não esquecer, há possibilidade de uma inédita quarta substituição durante os 30 minutos adicionais.
Porém, a Espanha dificilmente quererá arriscar um tempo extra e vai procurar resolver o jogo dentro dos 90’. O jogo com Marrocos foi de nervos, de VAR e de muita crítica. Mas a verdade é que os espanhóis conseguiram o apuramento no lugar que as casas de apostas previram: em 1º. Mal ou bem, com menos ou mais queixas (marroquinas), foi lá que terminaram. Contra Portugal terminou 3-3, contra o Irão foi um 1-0 arrancado a ferros, sendo que diante de Marrocos o 2-2 foi alcançado bem perto do final. Não foi fácil, mas chegaram onde era suposto.
Contudo, do outro lado está uma Rússia que joga em casa e que está motivada pelas vitórias expressivas das duas primeiras jornadas. O que deixa a questão no ar: vai acabar-se o gás natural ou será que ainda há muita energia para dar e vender nas pernas dos jogadores da seleção anfitriã? Akinfeev, o GR e capitão, é o nome mais sonante, mas Golovin tem pegado de estaca no esquema de Cherchesov. No ataque, Smolov começou a competição a titular, como ponta-de-lança, mas perdeu terreno para o gigante Artem Dzyuba (que marcou frente ao Egito, embora tenha feito um jogo muito sofrido frente ao Uruguai). Yuri Gazinskiy e Roman Zobnin estão de pedra e cal no miolo, enquanto o naturalizado Mário Fernandes tem dado a profundidade no ataque a partir do corredor direito.
JOGO: Croácia - Dinamarca
DATA: 1 de julho, 2018
HORA: 14:00 | SportTV 1
ESTÁDIO: Nizhny Novgorod Stadium, Nizhny Novgorod, Rússia
ANTEVISÃO: No domingo, a bola começa a rolar quando a Croácia entrar em campo com o intuito de derrotar a Dinamarca sabendo de antemão que vai encontrar o vencedor do jogo entre Espanha e Rússia.
No papel, a ter que existir um favorito, a equipa orientada por Zlatko Dalic assume esse estatuto. Três jogos, três vitórias, 9 pontos. Este é o saldo dos croatas que dominaram o grupo D e superaram Nigéria, Argentina e Islândia. E não só ganharam todas as partidas, como ainda enfatizaram as fragilidades defensivas dos sul-americanos com uma vitória esclarecedora por 3-0, quando em campo estavam Sergio Aguero, Paulo Dybala e Lionel Messi. Em 1998, participaram pela primeira vez num Mundial e acabaram por conquistar o 3.º lugar. Agora, vinte anos depois, os Vatreni apresentam um futebol que faz sonhar os adeptos com um feito idêntico, depois de uma fase de qualificação em que foi necessário vencer a Grécia no playoff para marcar presença na Rússia. E se o pulmão da equipa reside no meio campo (encabeçado por Modric e Rakitic), não convém descurar a defesa, pois Corluka, Vrasljko e companhia já enfrentaram Dybala, Messi, Higuain e Aguero e não cederam golos — a Croácia sofreu apenas um e de penálti (Islândia).
Já os dinamarqueses não produziram um futebol com a mesma qualidade que os seus adversários, mas possuem um conjunto extremamente coeso e difícil de bater e que os coloca naquele estatuto de “osso duro de roer” — aquelas seleções que não são favoritas à vitória mas que podem fazer uma gracinha via perseverança e união. Paralelamente, conta com Christian Eriksen para os principais momentos de desequilíbrio. O médio do Tottenham lê o jogo como poucos, tem uma técnica apuradíssima e ainda é capaz de aparecer nas zonas de finalização. No entanto, o conjunto orientado por Age Hareide não se limita ao seu 10. Kjaer e Christensen formam uma dupla de centrais muito física e bem capaz, Kvist é um guerreiro com capacidade para “varrer” o meio-campo e Pione Sisto, nas alas, é o artista de serviço que pode sacar um momento mais inesperado da cartola e fazer daquilo que parece um lance banal um de perigo eminente.
JOGO: Suécia - Suíça
DATA: 3 de julho, 2018
HORA: 14:00 | SportTV 1
ESTÁDIO: Krestovsky Stadium, São Petersburgo, Rússia
ANTEVISÃO: A equipa dos Alpes chega a esta fase com cinco pontos conquistados em 3 jogos. É uma seleção que à partida estava condenada logo no jogo de estreia no Mundial, frente ao todo-poderoso Brasil, mas que aos poucos foi apresentando uma resiliência que os portugueses já conheciam com os jogos disputados contra as Quinas na fase de apuramento para o Mundial (foi única derrota da seleção nacional em jogos oficiais desde que Fernando Santos assumiu a equipa portuguesa). Empatou 2-2 com a Costa Rica, mas venceu a Sérvia num jogo eletrizante (e com festejos polémicos) por 2-1. Aparentam estar confiantes, motivados e empolgados. Xhaka e Xherdan Shaqiri estão ambos com o pé esquerdo afinado, Drmic parece querer ajudar na hora do golo e Embolo quer vingar. E já se sabe que os homens do poliglota Vladimir Petkovic (fala seis línguas e tem três passaportes) estão obrigados à concentração máxima.
Por seu turno, os suecos vêm de uma vitória improvável por 3-0 frente ao México, arrebatando o lugar que, à partida, teria sido dos campeões mundiais em título, a Alemanha, mas que disseram auf wiedersehen ao Mundial após derrota surpreendente diante da Coreia do Sul por 2-0.
O capitão Granqvist (penálti) e Augustinsson marcaram os golos desse jogo contra os aztecas (o golo que sobra foi um autogolo mexicano), mas ficou registada a capacidade dos nórdicos saírem em contra-ataque. Marcaram cinco golos no total, assinaram uma boa exibição na derrota frente à Alemanha (em que sofreram um golo de Kroos ao cair do pano, de livre) e entram em campo de espírito elevado. Num 4-4-2 clássico e sem grandes aprumos técnicos, têm em Forsberg o seu elemento mais criativo, sendo o miolo ocupado por Larsson e o “músculo” do Hamburgo, Albin Ekdal.
É um jogo que contraria a casa de apostas, pois opõem duas seleções que muitos condenaram demasiado cedo e que as previsões ditavam que não teriam grandes hipóteses de chegar à fase a eliminar na competição. Porém, é um encontro onde vai reinar a incerteza e onde ambas as equipa vão tentar aproveitar o erro do adversário para fechar o encontro assim que puderem.
JOGO: Bélgica - Japão
DATA: 2 de julho, 2018
HORA: 18:00 | Sport TV1
ESTÁDIO: Rostov Arena, Rostov-on-Don, Rússia
ANTEVISÃO: Nesta Bélgica há fluidez, há movimento, há passe no espaço, há entrosamento, há criatividade. Na verdade, são mais as coisas que existem do que aquelas que faltam. O maior teste dos Diabos Vermelhos aconteceu quando a equipa de Roberto Martínez defrontou a Inglaterra. Deu vitória, fizeram os 9 pontos e garantiram o 1.º lugar do Grupo G, num encontro da terceira jornada entre duas equipas já apuradas, disputado em Kaliningrado, na Rússia. E pouco interessa se aconteceu com os melhores (de cada lado) de fora. A verdade é que Kane não jogou, mas Lukaku também não. Porque não é que ninguém quisesse tirar mérito aos 8 golos marcados em apenas dois jogos, mas era preciso passar num teste um bocadinho mais complicado do que Panamá e Tunísia para colocar a Bélgica como uma das seleções que podem levantar o caneco. Porque é agora ou nunca, como explica o próprio Lukaku. "Esta pode muito bem ser o último torneio da nossa geração, porque alguns jogadores vão retirar-se. Portanto, estamos a jogar por eles e estamos a tentar marcar um bocadinho da história", disse o n.º 9 belga. "No último torneio que jogámos elevámos tanto a fasquia que não atingimos os nossos objetivos. Agora, estamos a tentar apenas de desfrutá-lo", concluiu o ponta-de-lança do Manchester United. Será? No papel, o Japão não deverá ter força para parar o carrossel belga. Mas no futebol nunca se sabe…
Os nipónicos atingiram a fase seguinte entrando na história. Não porque tenham atingido algum feito estatístico inacreditável ou que valesse recordes, mas porque a forma como o conseguiram é inédita: o Japão garantiu uma qualificação sem precedentes, ao levar a melhor diante do Senegal via cartões amarelos. No cômputo geral, viram menos amarelos e foram mais “limpos” na hora desportiva, o que lhes valeu uma vaga nos oitavos. Confronto direto, diferença de golos e golos marcados ditou empate técnico com os senegaleses. Já os cartões deram vantagem aos Leões de Terenga; só que se tratou de uma "vantagem" que não permite seguir em frente, pois é a única valência estatística em que menos é mais. Apesar da derrota diante a Polónia, a vitória na primeira jornada frente à Colômbia (2-1) e o empate frente ao Senegal (2-2) asseguram os quatro pontos necessários para ocupar a vaga que ditou que jogassem agora contra a Bélgica.
JOGO: Colômbia - Inglaterra
DATA: 3 de julho, 2018
HORA: 18:00 | Sport TV1
ESTÁDIO: Spartak Arena, Moscovo, Rússia
ANTEVISÃO: Entusiasmo em torno da seleção inglesa costuma existir sempre. Não há adepto com fé maior na conquista de um trófeu, a cada competição internacional de seleções, do que o inglês. Há sempre uma estrela, um conjunto delas, uma referência que vai finalmente fazer com que a última geração de atletas se juntem aos campeões do Mundo de 1966. Contudo, por norma, o que acontece é que os Três Leões encontram sempre alguém que lhes trama o destino. Durante uns anos, esses foram os portugueses. Só que em 2018 há uma nova esperança, um novo D. Sebastião a dar à costa. E a culpa é da pontaria afinada de Kane e dos bons resultados de uma Inglaterra que joga num esquema táctico pouco habitual (3 centrais) para território britânico, que Gareth Southgate decidiu implementar. Uma vitória frente à Tunísia (2-1) entusiasmou, mas a expressiva e gorducha goleada (6-1) contra o estreante Panamá é que elevou os ânimos para novos patamares. Nem mesmo a derrota (0-1), na última jornada, sem as principais referências de parte a parte, na partida frente à Bélgica, parece esfriar os ânimos. Na mente inglesa, este é o ano, esta é a equipa, este é o momento. Há muito de bom nesta Inglaterra, para além de um Kane letal na hora H, com cinco golos apontados — o artilheiro máximo da competição —, mas será que é suficiente? Pela frente estão os sempre difíceis cafeteros.
Do lado colombiano, a principal arma é também a principal preocupação. James Rodriguez lesionou-se aos 30’ na partida frente ao Senegal (que a Colômbia venceu com um golo do central Yerry Mina, aos 74 minutos) e o seu timoneiro, o argentino Jose Pekerman, afirmou estar "muito preocupado" com a lesão, embora não tenha fornecido mais detalhes sobre o n.º 10 do Bayern Munique. O jogo será no próximo dia 3, ou seja, ainda existem alguns dias para recuperar, mas caso não consiga, será um duro golpe nas esperanças da seleção colombiana, que tem em Rodriguez um dos seus melhores executantes. Mateus Uribe/Carlos Sánchez e Abel Aguilar/Wílmar Barrios dividiram as despesas do centro do terreno, mas é Quintero que a par de James criam os desequilíbrios com ajuda da velocidade de Cuadrado. Falcao, apesar de no último jogo frente ao Senegal não ter estado particularmente feliz, aparenta estar num momento de forma mais perto daquilo que pode fazer. E há também o central goleador Yerry Mina (dois golos na competição).
Todavia, será sempre um jogo complicado. Os ingleses estão empolgados e acreditam que os resultados obtidos nos dois primeiros jogos não são obra do caso. O desfecho da partida vai passar muito pela capacidade de James estar recuperado ou minimamente apto para alinhar e ajudar os companheiros. Se já com o esquerdino iria ser complicado, sem ele as contas complicam-se. Mas há talento para o fazer — embora a Inglaterra pareça estar no "seu" momento.
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