“A questão que continua colocada na atual fase da vida política nacional é a da escolha entre enfrentar os constrangimentos e chantagens do grande capital e da União Europeia e afirmar uma política alternativa em rutura com a política de direita e de submissão nacional”, afirmou Jerónimo de Sousa, durante a sessão pública evocativa do aniversário do 103.º aniversário do nascimento de Álvaro Cunhal, fundador e líder histórico do PCP.
Para o secretário-geral do PCP há uma “submissão” e “enfeudamento” do país aos “interesses estrangeiros” que é “evidente na sistemática ingerência externa na vida do país, traduzida em inaceitáveis pressões, manobras e chantagens da União Europeia” e ainda nas “limitações e insuficiências de um Governo que resiste a libertar-se das imposições europeias”.
Jerónimo de Sousa considerou existirem “constrangimentos que determinam” as opções do Governo, bem como “condicionamentos que marcam a proposta de Orçamento do Estado” onde “prevalece a resistência da adequada tributação sobre os lucros e dividendos do grande capital e da especulação e a adoção de metas orçamentais associadas às exigências da União Europeia”.
“Uma proposta de Orçamento que contém em si o conjunto de contradições do atual quadro político”, assinalou o secretário-geral dos comunistas, para quem é também uma proposta “com insuficiências e limitações” que o PCP, no decorrer do debate na especialidade, “não deixará” de procurar anular.
Jerónimo de Sousa defendeu ainda ser “possível assegurar um projeto de desenvolvimento ao serviço do país e do povo” e que “existem em Portugal forças capazes de resgatar o país da dependência e da submissão” e de o libertar do “enfeudamento aos interesses estrangeiros e do capital transnacional”.
No dia em que se assinala o nascimento de Álvaro Cunhal, Jerónimo de Sousa destacou como o líder histórico do PCP chegou a antever “a previsível influência dos fatores externos, num quadro de submissão aos interesses do grande capital transnacional, como o que temos vivido no país”.
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