Catarina Martins justificou que a abstenção do partido que viabilizou o Orçamento do Estado para 2020 se deve a medidas como as aprovadas para o SNS que agora “têm de ser concretizadas” e merecem a atenção.
“É agora necessário estar muito atenta para que estas medidas sejam realmente executadas, porque se a nossa abstenção viabilizou o orçamento foi pelas medidas que negociámos entretanto”, declarou à margem de uma visita à Feira do Fumeiro de Vinhais, que termina hoje em Trás-os-Montes.
Catarina Martins defendeu que o SNS “é uma preocupação gigantesca neste país e que precisa mesmo de ser salvo e é preciso garantir que o investimento, que o orçamento, que as novas regras que foram aprovadas são realmente executadas e para isso é preciso um país que se mobilize na defesa deste serviço público fundamental”.
A líder do Bloco lembrou que conseguiu “aprovar várias coisas, o maior orçamento de sempre, acabar com as cativações na Saúde, impor investimento em equipamentos para que tenha mais capacidade e aprovar matérias fundamentais como o programa de saúde mental, a exclusividade dos cargos de dirigentes médicos, o fim das taxas moderadas”.
O BE não conseguiu fazer aprovar a descida do IVA da energia, mas a coordenadora afirmou que não vai desistir e voltará a insistir no próximo Orçamento do Estado.
Para Catarina Martins “não é verdade que baixar trouxesse algum problema para as contas do país”. Baixar para a taxa mínima “custa menos por ano do que o desvio que no ano passado o Novo Banco teve e que [o ministro das Finanças] Mário Centeno encaixou nas contas públicas sem um soluço, sem nenhum problema”, reiterou.
“E se isso é possível para o Novo Banco seguramente é possível para o IVA da energia porque toda a gente precisa pagar menos pela luz, porque as pessoas precisam de aquecimento e porque a pobreza energética é um problema no nosso país”, vincou.
Catarina Martins referiu-se ainda à reunião magna dos sociais-democratas para dizer que “fica-se sem perceber muito bem o que é que o PSD quer fazer depois do congresso”.
A coordenadora do BE diz que o presidente social-democrata, Rui Rio, “elencou uma série de preocupações pelo país, umas justas outras mais inventadas, fica é com dois problemas”.
“Por um lado, parece não compreender as responsabilidades que o PSD tem em muitos dos problemas que identifica e, por outro lado, não apresentou uma única proposta concreta para resolver qualquer dos problemas”, afirmou.
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