A rutura das negociações entre o CaixaBank e Isabel dos Santos não é um problema apenas para o BPI – que não merecia isto. É mais um caso que abre novas fontes de incerteza num sistema financeiro que está longe de estar resolvido– leia-se, preparado – para ultrapassar a crise de negócio e de capital
O Bloco de Esquerda é o partido mais surpreendente da Assembleia da República (e, quiçá, mesmo fora da AR, incluindo os agrupamentos dos Srs. Marinho Pinto e Manuel Coelho, se ainda os têm). Para começar, não se chama Partido, mas sim Bloco, como aqueles grupos mais pequenos do Carnaval carioca, que
Depois de, na semana passada, termos sabido que alguns agentes e responsáveis pelas investigações policiais no tráfico de droga, no activo ou na reforma, eram parte interessada do negócio, recebendo luvas, camuflando operações, ou mesmo desviando o olhar das autoridades para horizontes dourados enqu
Mais de 30 anos depois da abertura do sector, das privatizações e da desregulação, voltamos a andar com a banca ao colo e a pagar o lastro de dívidas que vão deixando. Alguma coisa de estrutural haverá para mudar também no sector financeiro, não?
Os cidadãos que se classificaram de indignados, e que há faz agora cinco anos acamparam na Puerta del Sol de Madrid e noutras praças de Espanha, desencadearam o estilhaçar da ordem partidária espanhola, como agora fica evidenciado com o impasse pós-eleições. Depois dos indignados espanhóis, surgiram
Já está o que chegou a parecer impossível: o Caixabank e Isabel dos Santos chegaram a um acordo que vai transformar o BPI num banco catalão em Portugal. Ainda não se sabe quase nada do acordo, mas sabe-se o mais importante, o que preserva o BPI e a estabilidade do sistema financeiro. Mas as mudanças
A semana não tem sido apenas de chuva - tem sido mais escura que cinzenta, mais triste do que a palavra Primavera anunciava. Parece que a jornalista Tereza Coelho tinha razão: quando mais se bate no fundo, mais ele desce.
Não há solução para os "off-shores" que não seja global. Enquanto existir um, o dinheiro sujo irá lá parar. Pior do que não cobrar ou cobrar poucos impostos é garantir o sigilo absoluto dos seus beneficários e recusar colaborar com as autoridades de outros países em investigações fiscais ou criminai
Estamos perante a evidência de como a imprensa, com o jornalismo de investigação, é vital para promover a transparência nas sociedades contemporâneas. Recebemos nestes dias enormes boas notícias para os cidadãos comuns: a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ),
Pedro Passos Coelho não é um líder isolado, não era antes deste congresso do PSD, tem o partido consigo, já tinha, mas tem sobretudo o partido atrás de si, da sua capacidade para devolver-lhe o poder. O presidente do PSD mudou alguma coisa, pelo menos mudou de sítio, assumiu finalmente o seu lugar c
Era uma vez um banco muito, muito mau, um banco tão mau, tão mau, que, na realidade, era um banco péssimo. Depois veio um Estado, tão comprometido, tão comprometido, que, na realidade, era um Estado incapaz. E depois chegaram os cavaleiros da resolução que em três tempos decidiram que o Estado incap
Havia alguém - julgo que a Catarina Portas, agora na lista das presidenciáveis para a Câmara de Lisboa, e muito justamente… - que escrevia, há pouco tempo, que o futuro mais provável do turismo em Lisboa seria o triste cenário dos turistas virem à capital de Portugal verem… outros turistas. Era o fe
Com o garrote da austeridade mais aliviado, era bom que evitássemos o regresso a essa forma enviezada de olhar para as intervenções do Estado: a virtuosidade das políticas públicas está nos resultados que podem produzir e não na dimensão de despesa que fazem.
Vivemos um tempo em que as tragédias nos chegam transformadas pelos media em espetáculo. Tivemos na última semana exemplos de sobra dessa exploração mediática da dor e da morte. Tanto com um desastre rodoviário numa estrada de França como com os atentados em Bruxelas.
Mais de um ano depois de se saber que o BPI tem de reduzir a sua exposição a Angola, e a dias do fim do prazo imposto pelo BCE, os acionistas CaixaBank e Isabel dos Santos continuam desavindos e agora até o primeiro-ministro está "metido" nas negociações deste casamento de conveniência com divórcio
Todas as guerras em que as partes em confronto não têm as mesmas armas são, por natureza, injustas. Todas as guerras em que as partes em confronto têm princípios diferentes sobre a forma de combater, e sobre ideias simples como "não matarás à traição", estão por natureza perdidas por quem, apesar de
O terrorismo trouxe uma vez mais a sua feroz guerra para o coração da Europa. Agora, em Bruxelas, à hora de ponta. A capital da União Europeia está bloqueada e o medo instala-se.
António Costa meteu as mãos na massa. Leia-se: o primeiro-ministro é um dos participantes ativos na nova configuração do sistema bancário nacional, no futuro do Novo Banco, do BPI e do Millennium bcp, o que nos faz recordar outros tempos, não tão distantes, em que a intervenção do Governo na "coisa
Não tens opinião? Não és ferozmente contra o livro de Henrique Raposo sobre o Alentejo ou inequivocamente a favor do fim dos happy meals para o menino e para a menina? Não tens opinião? Não achas abominável o fim dos exames de aferição ou inominável o processo de reversão da privatização da TAP? Não
Sei que já se disse tudo sobre Nicolau Breyner. A sua morte, além de nos apanhar de surpresa, revelou o lado transversal da sua existência. Não foi apenas o grande actor que morreu. Nem o realizador, ou o criativo, ou o humorista. Ou até mesmo o ser humano generoso. Foi um pouco mais do que isso: fo
O edifício kafkiano que o Estado continua a construir para fazer a redistribuição de rendimentos é assustador. São dezenas, centenas, de mecanismos, sistemas, subsídios, benefícios, taxas e taxinhas que, nalguns casos, consomem mais recursos na burocracia do que a chegar às famílias.
Há uns anos, tive o meu primeiro trabalho profissional como guionista do "Aqui Não Há Quem Viva", uma sitcom diferente, na qual Nicolau Breyner acumulava um dos papéis principais com a direcção de actores. Era normal, em todos os episódios, termos actores convidados com papéis pequenos e, na escrita