Não sou fã de concursos, nunca acreditei na sorte ao jogo e talvez por isso não senti qualquer emoção forte quando, a 6 de fevereiro de 2014, o Governo de Passos Coelho aprovou a criação de um sorteio chamado "Fatura da Sorte" com a finalidade de "valorizar e premiar a cidadania fiscal dos contribui
A notícia começa a ser recorrente: um jornal que decide "migrar" para o digital e deixar a versão em papel impresso, ou mesmo (como aconteceu com a revista FHM) fechar de vez e terminar um ciclo de vida. Esta semana, depois de meses de boataria, foi o britânico The Independent - e o excelente domini
O conservadorismo moral e comportamental é absolutamente legítimo e cada um deve praticar o que quer para si. O que já não é legítimo é que os que o escolhem para si no uso da sua inalienável liberdade e em nome do ideal de sociedade que defendem, o queiram impor ao resto dos cidadãos.
A campanha presidencial em curso nos Estados Unidos da América sugere uma questão: como é que em Portugal estamos a lidar com os nossos mais velhos? Seria possível, numa sociedade como a nossa, tão deslumbrada com o culto de quem é jovem e telegénico, como fica evidenciado no sistema mediático, term
António Costa entrou em São Bento a promover uma viragem na página da austeridade, uma coisa que, como sabemos, nem chegou a ser, a página foi, no limite, virada do avesso com este orçamento e a respetiva errata. Ficou um governo à medida, à medida dos funcionários públicos, dos pensionistas e dos e
Fazer rir é difícil. É muito mais difícil do que fazer chorar. Fazer humor é, por inerência, mais difícil do que fazer drama e em Portugal é ainda mais difícil. Desde a falta de inteligência até ao excesso de preconceitos, vale quase tudo para que vingue o grande desígnio da nação que é, continua a
Houve um tempo em que ter carro era coisa de rico. Reconheço a ideia em filmes dos anos 40 e 50 do século passado, e em muitos romances que recuam a essas décadas. Mas não era nascido na época em que o mundo ocidental considerava o automóvel um objecto de luxo.
Este título deveria ser em português, mas ficava "A Revolta das Ratinhas chega à América", o que, convenhamos, ou não faz sentido, ou fica abaixo dos nossos padrões de decência e bom gosto.
Quando se diz que a função pública pode trabalhar menos 12,5% do tempo sem acréscimo de custos, não se está directamente a desvalorizar o trabalho no Estado, a sua qualidade e a produtividade dos funcionários? Então o que têm os funcionários públicos feito durante as 20 horas mensais adicionais em
Quem são os odiados oito do novo filme de Quentin Tarantino, com esse título? Confundem-se criminosos e representantes da lei, ainda que quase ninguém seja quem diz ser. Todos são racistas, tanto os crápulas brancos como o vingativo major negro veterano da guerra civil. O filme é um western glacial
António Costa mudou as regras de formação de governos e, agora, também mudou a estratégia política que manda executar as medidas impopulares no início dos mandatos... O primeiro orçamento de Costa é eleitoralista, aposta tudo nos funcionários públicos, pensionistas e empresários da restauração e dil
Não é um trocadilho fácil – apesar de a tentação ser grande. Mas não é esse o móbil. Na tarde de ontem, quinta-feira, a Assembleia da República discutiu não um, mas quatro diplomas que visam defender a alheira. Não qualquer alheira, mas a alheira de Trás-os-Montes, cujo consumo tem sido afectado des
Tenho lido e ouvido o depoimento de muitos profissionais da hotelaria que declaram, sem qualquer espécie de vergonha na cara, que os preços não vão baixar na restauração mesmo que o IVA volte aos 13% de há uns anos. Ou seja: os mesmos que, quando o IVA subiu para os actuais 23%, fizeram recair sobre
A nossa cultura de despesa, défice e dívida é tão sólida e está-nos tão entranhada que consideramos indigno que alguém nos diga para fazermos aquilo que, à partida, devia partir das nossas instituições, dos nossos governos, de uma generalizada vontade popular: não gastar mais do que se recebe.
Martin Baron tomou posse do cargo de editor do Boston Globe em 2 de junho de 2001. Nesse mesmo dia, este jornalista então com 47 anos de idade e 25 de ofício, reuniu-se, primeiro, com toda a equipa do jornal e, logo a seguir, com cada uma das editorias da redação. O Boston Globe tinha a funcionar de
António Costa vai entrar na primeira semana do resto da sua vida política como primeiro-ministro, vai tentar convencer Bruxelas – e as agências de rating e os organismos nacionais – da bondade de uma estratégia económica e financeira que tem tudo para correr mal. E ao mesmo tempo recupera – ou deixa
É uma grande sorte ou um enorme azar, é o que vos digo. Vários problemas da humanidade podiam resolver-se assim num piscar de olhos. Se pelo menos as estátuas, como a pintura e outras representações artísticas, colaborassem. Há que pôr esta gente na ordem. Mas vamos por partes.
Sempre que há eleições, lembro-me de um episódio caricato que vivi há duas ou três vidas - e que me ajuda a relativizar a vida, as pessoas, a política. Ao ver a reportagem da SIC, com Marcelo Rebelo de Sousa, na passada segunda-feira, primeiro dia do candidato eleito, essa historieta voltou a sentar
O Governo tem que convencer os analistas com números realistas e não com insinuações de incompetência. É que os incompetentes das agências de rating têm um poder muito superior aos dos gabinetes ministeriais, porque os primeiros é que decidem a que taxas de juro é que os segundos conseguem financiar
Vamos ter a política portuguesa menos mal disposta. Com um Presidente comunicador como é Marcelo e um Primeiro-ministro negociador como é Costa, anunciam-se meses de equilíbrio harmónico no topo do Estado e na governação do país. É um alívio numa época em que há que suturar a fratura social. Não é q
Marcelo Rebelo de Sousa é o novo Presidente da República, ganhou à primeira volta, ele, sem apoios partidários, sozinho, suportado numa reputação, construída anos a fio no comentário político televisivo, numa carreira académica e na capacidade, única, de falar ao Centro-Esquerda sendo de Direita. An
Das eleições presidenciais cuja campanha para a primeira ou única volta hoje termina, já se ouviu dizer muita coisa. Que são maçadoras, que são favas contadas, que são pitorescas, que não interessam para nada, que põem fim ao cavaquismo, que são plurais, que puxam pelas mulheres, que são uma fantoch
Tornou-se um dos temas mais debatidos nesta campanha morna: Marcelo Rebelo de Sousa levaria vantagem porque foi, ao longo dos últimos anos, comentador politico na TV e na rádio. Ou seja, tornou-se popular. Que eu saiba, não há estudos que comprovem essa relação directa - e a minha intuição diz-me qu
Houvesse um Ali Babá na história e o título desta crónica era outro. Mas não há. Os 30 deputados que pediram ao Tribunal Constitucional para verificar a constitucionalidade da redução das subvenções vitalícias optaram por fazê-lo pela calada. Entende-se porquê. O despudor é tão grande que até eles o