O “pontinho” que Costa não quer que mexa na Páscoa

Marta Pedreira Mixão
Marta Pedreira Mixão

Portugal registou hoje o valor mais baixo de mortes relacionadas com a covid-19 desde 25 de setembro de 2020: cinco. O número de novos casos de infeção foi de 488, o que significa que, para já, Portugal está no "verde" do semáforo do governo, com uma incidência a 14 dias de 75,7 casos por 100 mil habitantes e um índice de transmissibilidade R(t) de 0,93.

Isto significa que desde que o país se mantenha abaixo dos 120 casos por 100 mil habitantes e com o Rt abaixo de 1 (no verde), o plano de desconfinamento pode avançar como previsto. No entanto, do Conselho de Ministros, veio um alerta:

"Apesar de continuarmos na zona verde desta matriz, isso não significa que estejamos livres de fazer todas as coisas, não significa que todas as atividades estejam abertas — pelo contrário, significa que o Governo entende que tem condições para prosseguir o desconfinamento a conta-gotas que decidiu", referiu Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, no briefing do Conselho de Ministros.

E, pelo menos para já, não há novidades no plano de desconfinamento. No briefing, o Governo anunciou o prolongamento das atuais regras em vigor e informou que só vai definir as regras para o “pós-Páscoa” na próxima quinta-feira, dia 1 de abril. Desta forma, até 5 daquele mês, as regras "serão exatamente as mesmas com que vivemos hoje, incluindo-se a proibição de circulação para fora do concelho".

Por isso, se sair de casa no período da Páscoa para uns dias fora, sem devida justificação, pode acabar por ser multado. O decreto é igual ao anterior — incluindo as regras sobre ajuntamentos, deslocações permitidas e o dever geral de recolhimento.

A ministra referiu que, na Páscoa, "as práticas de todos os portugueses são de ir ao encontro da sua família neste período, mas essa não pode ser a regra nesta Páscoa", reforçando a ideia de um desconfinamento "lento e cauteloso" e que "para poder garantir que todas as crianças vão às escolas, para garantir que as lojas abram dia 5, para poder garantir que as esplanadas podem abrir a partir do dia 5" temos de cumprir as regras e ficar na zona verde.

Assim, como a Páscoa deste ano ainda está longe de ser semelhante à habitual, o SAPO24 preparou um guia com a informação essencial para os dias que aí vêm.

Também o primeiro-ministro, António Costa, reiterou hoje que esta "Páscoa será diferente” e fez questão de relembrar que estamos "numa semana decisiva e crítica" da luta contra a pandemia.

Chamando à atenção para a matriz apresentada há duas semanas, que guia o avanço, paragem ou recuo do desconfinamento, Costa avisou que "naquele quadradinho, o pontinho vai-se mexendo", "por um lado, no bom sentido, mas por outro, num sentido perigoso, em direção ao lado amarelo” e alertou que o país "não pode perder o que conquistou nas duas semanas", mas que "nada está ganho ainda".

"Assumamos todos que a Páscoa vai ser completamente diferente das Páscoas das nossas vidas, para que as nossas vidas possam ser retomadas como habitualmente eram e possamos voltar a ter, no futuro, as Páscoas que todos desejamos, com aqueles entes queridos que queremos que estejam cá para passar outras Páscoas connosco”, afirmou.

Devido à pandemia, o que nos pedem é que esta Páscoa seja diferente e que os convívios familiares se limitem àqueles com quem vivemos para evitar eventuais contágios e manter o "pontinho" no "verde", para que possamos continuar a desconfinar.

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