Seis dias a ouvir o "rugido" do Cumbre Vieja

Marta Pedreira Mixão
Marta Pedreira Mixão

Seis dias depois do início da erupção, o "rugido" do vulcão Cumbre Vieja tem aumentado, bem como a nuvem de fumo e as explosões de lava.

Esta atividade mais explosiva no vulcão e a abertura de duas novas bocas levou a uma fissura no cone principal, gerando um aumento da intensidade da lava. Os geólogos no local captaram imagens através de um drone e partilharam a informação nas redes sociais. Durante a manhã deste sábado, o cone principal do vulcão colapsou parcialmente, criando "um enorme fluxo de blocos muito grandes” que estão agora a descer até ao mar, segundo o geólogo Carlos Lorenzo, do Instituto Espanhol de Geologia e Mineiro (IGME).

Miguel Ángel Morcuende, diretor técnico do Plano de Proteção Especial Civil e Pronto Atendimento de Risco Vulcânico (Pevolca), explicou que a sismicidade está em níveis baixos, embora os movimentos telúricos (movimentos internos da Terra) possam chegar a atingir uma magnitude 4. De momento, todos os sismos registados estão associados ao processo vulcânico.

O National Geographic Institute identificou três sismos de magnitude superior a 2,2 desde o meio-dia de sexta-feira e informou que o tremor vulcânico atingiu os valores mais altos nas últimas 24 horas.

A nova fase da erupção, que parece não dar tréguas, levou à retirada de pessoas das aldeias que rodeiam o vulcão. As casas ficam vazias e aos habitantes não há promessas de uma data exata para o regresso. Além de imprevisível, a erupção do vulcão poderá durar entre 24 e 84 dias, segundo cálculos do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias. Nas contas do vulcão somam-se: 400 habitações, 250 hectares afetados e mais de seis mil deslocados.

As novas bocas de lava comprometem não só a segurança das pessoas, como também a economia da ilha, que depende em muito do turismo e da produção de banana.

O aeroporto de La Palma permanece encerrado devido à acumulação de cinzas, segundo informou a AENA [Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea], empresa que gere os aeroportos espanhóis.

A lava, que percorreu cerca de 3.100 metros e está a cerca de 2.100 metros do mar, está mais quente e, portanto, mais fluida, uma vez que tem origem de partes mais internas da caldeira vulcânica, explicou Miguel Ángel Morcuende. A nova lava avançava, inicialmente, a cerca de 80 metros por hora, mas, à medida que se afastou da origem, diminuiu de velocidade e, agora, desliza a cerca de 30 metros por hora, de acordo com os cálculos.

Agora, as autoridades vigiam a estabilidade do cone vulcânico, que poderá provocar derrocadas, e já declararam a zona como de catástrofe.

Até ao momento, desde o inicio da erupção no domingo, não houve registo de feridos. As autoridades de Saúde do Governo Autónomo das Ilhas Canárias apelaram à população para que evite atividades recreativas e desportivas ao ar livre, já que as cinzas vulcânicas podem causar problemas nos brônquios, pulmões e nos olhos.

Esta é a terceira erupção do vulcão nos últimos cem anos.

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