Birmânia e Bangladesh acordaram, nesta terça-feira, um prazo de dois anos para solucionar o retorno dos mais de 650 mil rohingyas que abandonaram o território birmanês desde o final de agosto, a fim de fugir da repressão do exército.
Dois jornalistas da agência Reuters foram hoje formalmente indiciados por violação de "segredos de Estado" no âmbito de uma investigação sobre a situação no oeste da Birmânia, onde o exército é acusado de "limpeza étnica" contra a minoria rohingya.
A Unicef disse esta terça-feira que desconhece o paradeiro de milhares de crianças da minoria muçulmana rohingya no Estado birmanês de Rakhine, denunciando que aquela região, de acesso negado, enfrenta uma grave carência de bens e de serviços essenciais.
O Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos disse hoje que Birmânia (atual Myanmar)"planificou" claramente os ataques violentos dirigidos à minoria muçulmana dos rohingyas, provocando um êxodo em massa e um possível "genocídio".
A Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje que outras 40 aldeias da minoria muçulmana rohingya no oeste da Birmânia foram queimadas no âmbito da ofensiva militar que levou mais de 655 mil pessoas a fugir para o Bangladesh.
A ONU elevou esta quinta-feira para 655.000 o número de rohingyas que fugiram da Birmânia (atualmente Myanmar) em direção ao Bangladesh desde o início do atual êxodo em massa dos membros desta minoria muçulmana, em agosto passado.
Pelo menos nove mil rohingyas morreram no Estado de Rakhine, na Birmânia (Myanmar), entre 25 de agosto e 24 de setembro, segundo investigações dos Médicos Sem Fronteiras em acampamentos de refugiados no Bangladesh, divulgou hoje a organização.
O acordo alcançado há duas semanas entre o Bangladesh e a Birmânia para a repatriação dos milhares de rohingya não tem ainda efeitos concretos no terreno, disse fonte do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
A repressão sistemática e generalizada do exército da Birmânia (Myanmar) sobre a minoria muçulmana rohingya tem elementos de genocídio, denunciou o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al-Hussein.
O Papa Francisco chegou hoje à capital do Bangladesh, após uma visita diplomaticamente delicada à Birmânia devido ao êxodo de centenas de rohingyas, a minoria muçulmana alvo de descriminação pelos militares birmaneses.
O porta-voz do Vaticano afirmou hoje que o líder da Igreja não "resolve problemas impossíveis", após críticas ao papa Francisco por não abordar de forma explícita o tratamento da minoria rohingya na Birmânia, durante a visita àquele país.
O papa Francisco instou hoje o povo da Birmânia a resistir à tentação de se vingar pela dor sofrida, pregando uma mensagem de perdão diante da multidão que assistiu à sua primeira missa pública no país predominantemente budista.
O papa Francisco considerou hoje que o futuro da Birmânia passa pelo "respeito por todos os grupos étnicos", após a dirigente Aung San Suu Kyi se ter comprometido a proteger os direitos e a promover a tolerância "para todos".
O papa reuniu-se hoje com um grupo de 17 líderes, representantes das diferentes religiões presentes na Birmânia e instou-os a defender a sua identidade, a não terem medo da diferença e a "não se deixarem colonizar".
O papa Francisco foi acolhido hoje em Rangum por milhares de birmaneses trajando vestes tradicionais e com bandeiras do Vaticano e da Birmânia, país budista e acusado de "depuração étnica" contra a minoria muçulmana rohingyas.
O Papa chegou hoje à Birmânia para uma viagem que se estenderá ao Bangladesh onde pretende apoiar as comunidades católicas e promover o "diálogo e reconciliação" em pleno processo que atinge o povo rohingya alvo de descriminação.
As autoridades da Birmânia impuseram restrições à imprensa internacional durante a visita de quatro dias que o papa Francisco inicia na segunda-feira ao país, indicaram hoje fontes próximas da organização da viagem.
O Bangladesh e a Birmânia (Myanmar) assinaram hoje em Naypyidaw um acordo para o repatriamento de mais de 620 mil membros da minoria 'rohingya' que fugiram da violência em território birmanês para aquele país.
As forças armadas birmanesas praticaram "sistematicamente" violações coletivas a mulheres rohingyas, afirmou este domingo, 12 de novembro, uma representante especial da ONU que reuniu depoimentos no Bangladesh, onde se refugiaram centenas de milhares de membros desta minoria muçulmana.
A líder do Governo birmanês, Aung San Suu Kyi, alertou hoje que a pressão que a ONU tem exercido devido à crise dos rohingyas pode revelar-se "prejudicial" ao regresso de centenas de milhares de refugiados muçulmanos do Bangladesh.
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, pediu na quinta-feira ao chefe do exército birmanês para ajudar a acabar com a violência contra os membros da minoria muçulmana dos rohingyas, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado.
A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje que as forças de segurança da Birmânia mataram centenas de pessoas numa campanha sistemática para expulsar os muçulmanos rohingyas, e pediu um embargo de armas ao país.
O antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan apelou ao Conselho de Segurança da ONU para pressionar a Birmânia para um regresso às regiões de origem dos refugiados rohyinga que têm fugido em massa para o Bangladesh.
O embaixador do Bangladesh na ONU denunciou, na quinta-feira, a continuação da violência no estado birmanês de Rakhine, ao contrário do que têm afirmado as autoridades da Birmânia.