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"As pessoas querem que as façamos rir. A partir do momento em que isso deixar de acontecer, vão ouvir outra pessoa"
Simples. O humor pode mudar mentalidades, mas não é o seu primeiro objetivo. Tem graça? É para avançar. Mas vale tudo? "Acho que se pode procurar ter uma sociedade mais justa sem que o humor deixe de existir", responde Manuel Cardoso. Isso não é censura? "A comédia é tudo menos uma torrente direta d -
Antigamente as pessoas gostavam de andar de joelhos esfolados e a brincar com paus? É porque não estava a dar nada de jeito na televisão
As pessoas veem muito mais televisão tradicional do pensam (ou assumem). Há uma "trepidação, uma alegria" que a Netflix não consegue replicar. Esse é o segredo da sobrevivência, diz-nos Pedro Boucherie Mendes. Sim, há novos players no mercado e o futuro pode passar também por um "abasteça aqui o seu -
“A tecnologia entretém muita criança. Para que é que nos vamos estar a preocupar com regras?”
Aos cinco anos eles já dominam as plataformas tecnológicas como ninguém, mas "ainda tenho pais a dizer que o computador e o telemóvel são para estudar. Isso é um mito”, sentencia Ivone Patrão, psicóloga, especialista em dependências online. A tecnologia não nos faz mal à cabeça: entretém, aproxima, -
Júlio Isidro: "Não vivo no passado. Vou lá de visita, só"
Falar de televisão em Portugal é falar de (ou com) Júlio Isidro e foi o que fizemos. Com o presente bem presente, fomos ao passado onde este não vive, mas que visita. Esta é uma entrevista ao "último dinossauro" sobre televisão, sobre audiências, sobre entretenimento, sobre serviço público e sobre a -
"Sabes o que é que também estraga o ritmo de jogo? Jogadores a fingirem lesões e a discutirem com o árbitro"
Imaginar o futuro do futebol sem "o melhor jogador de todos os tempos" não será fácil, mas não falta talento em Portugal e — por maiores que sejam os sapatos a calçar (ou as chuteiras) — João Félix está em linha para ser a próxima grande marca, diz Pedro Pinto. Mas não chega, os clubes "têm de parar -
"A pior doença que uma pessoa pode ter é ser pobre"
A igualdade no acesso à saúde é "inegociável" para Céu Mateus, professora catedrática da Universidade de Lancaster e especialista de Economia da Saúde. Mas que saúde será essa? Implicará escolhas, não começa na sala de espera do hospital e será definida mais pelos valores que defendemos do que pelo -
“Ok, eu mostro, mas não a cara”. Os novos códigos de relacionamento na era das redes sociais
Eu confio porque amo. A premissa é sempre a mesma, face a face ou à frente de um ecrã. Mas as famílias já não são iguais, há novas formas de viver a intimidade, o consentimento é palavra-chave ou palavra-travão e a violência também assume outros contornos. Não há problema nenhum em cair de amores na -
"O medo é terra fértil e é preciso muito pouco para que ele cresça"
Todos os processos de mudança trazem desconforto e o medo precisa de pouco para crescer. É "terra fértil", diz-nos Pedro Neto, diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal. Mas, otimista ou utópico, acredita numa sociedade multicultural, respeitadora da diferença, onde os direitos humanos sã
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Já imaginou sair de um prédio em chamas a marcar passo? Mudar tem um custo, não fazer nada também.
As alterações climáticas não são um problema de ursos polares, são um problema das pessoas, custam vidas, não há nelas uma dimensão de justiça e são incontornáveis — para bem e para o mal, há um preço a pagar. Quem o diz é Diogo Silva, ativista, um dos rostos da greve climática em Portugal. -
Francisco Henriques da Silva: "Às vezes, aqueles que pensamos que são uns valentões são os primeiros a fugir"
É caso único: esteve na Guiné-Bissau duas vezes, primeiro como militar, trinta anos depois como embaixador, em ambas as ocasiões em guerra. Um dia depois deste país disputar a segunda volta das presidenciais, uma entrevista que podia ser o guião de um filme de Woody Allen.por Isabel Tavares -
Vítor Feytor Pinto: "A morte é apenas uma porta: do lado de cá é o limite da natureza, do lado de lá é a ternura de Deus"
Os anos permitiram-lhe contactar com políticos de todos os quadrantes, que hoje quase trata por tu. Diz que hoje manter o equilíbrio entre a fé e as decisões políticas é muito difícil. -
Leitão de Barros, o renascentista que viveu no século XX e foi esquecido pelas voltas da História
José Leitão de Barros era um criador. Não merece o esquecimento a que foi votado, pelo que a sua biografia, finalmente escrita por Joana Leitão de Barros e Ana Mantero, vem iluminar um buraco escuro da nossa História. A propósito da publicação pela Editorial Bizâncio, trocamos impressões com Joana s -
Valete: “Eu percebo o que a Joacine está a fazer, mas é importante que ela defina quais são as prioridades”
Em vésperas do seu regresso aos palcos (contemos: dois Capitólios e um Hard Club esgotados, e outro Capitólio também a esgotar), falámos com Valete no sentido não só de antecipar estes espetáculos como também de antecipar o seu novo álbum, “Em Movimento”, a sair em 2021. O rap foi a base para a conv -
Conan Osiris: "As pessoas que são sempre exatamente a mesma coisa é que são uma personagem"
A três dias da estreia no Coliseu de Lisboa, Conan Osiris desvenda um pouco do concerto que será em formato arena. Mas não só. Uma conversa que não é sobre um fim de ciclo, mas sobre "um namoro que se prolongou durante estes dois anos e que dá agora em casamento". -
O sossego de Camané e Mário Laginha. Porque "os silêncios do fado ficam super bem ao piano"
Editado esta sexta-feira, "Aqui está-se sossegado" é o primeiro trabalho de estúdio do fadista Camané e do pianista e compositor Mário Laginha. Começou por ser um espetáculo, mas o momento garantiu um disco: de voz e piano. -
Roger Eatwell e Matthew Goodwin: "É preciso levar em conta que os apoiantes do populismo não são todos homens brancos, velhos e zangados”
Roger Eatwell, 70 anos, é professor emérito de política na Universidade de Bath, no Reino Unido, com um longo historial e muitas publicações sobre o fascismo e o populismo. Juntamente com o seu ex-aluno e atual professor de política na Universidade de Kent, Matthew Goodwin, 37 anos, escreveu um livr -
“Sou negro, homossexual e tenho doença mental”. As vozes que Célio Dias ouve e a luta contra os estereótipos
Considera-se um louco no bom e no mau sentido. Não se ofende se o tratarem por louco e considera que a doença mental pode ser, de alguma forma, um luxo. Revelações feitas pelo judoca Célio Dias, numa conversa que foi das vozes que ouve - e que ouviu o tempo todo enquanto falámos - à voz que quer terpor Margarida Alpuim
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"Não tens uma mulher lá em casa que trate disso?”: Elas recebem menos, mas eles também são vítimas de discriminação no trabalho
A pergunta do título é muitas vezes dirigida a homens trabalhadores e chega da boca tanto de chefias como de colegas. Quem o descreve é Joana Gíria, presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), numa entrevista ao SAPO24, a propósito da sua participação no encontro “O homepor Margarida Alpuim -
Adelino Cunha: "O PCP foi fiel politicamente a Estaline por uma questão de sobrevivência"
Adelino Cunha escreveu em 2010 "Álvaro Cunhal, retrato pessoal e íntimo", obra que acaba de ser reeditada pela Desassossego. A propósito desta segunda edição, que recebeu algumas alterações em relação à primeira, conversamos com o professor. Tendo sido jornalista, a sua escrita é fluida e factual, e -
Pedro Caetano: "As pessoas não percebem que enquanto tiverem Minis a governá-las, vão continuar a ser pobres, porque um Mini não consegue dar mais que aquilo"
Conta que Seguro recusou quatro vezes receber Ricardo Salgado no Rato. Depois, as coisas mudaram. A tentativa era a de acabar com a promiscuidade entre negócios e política. O PS está dividido em dois. -
Entrevista a Mark Lanegan: Poesia, rock n' roll e o livro de memórias que Anthony Bourdain o desafiou a escrever
De regresso a Portugal para apresentar “Somebody's Knocking”, o seu novo álbum, Mark Lanegan esteve à conversa com o SAPO24 em jeito de antecipação dos concertos que dará em Lisboa e Porto, esta semana. De Anthony Bourdain a Fernando Pessoa e aos Dead Combo, e com uma autobiografia a caminho, foram -
Ney Matogrosso: "Palco para mim não é palanque. Palco é palco"
Ney Matogrosso regressa em novembro a Portugal, país a que faz questão de vir. "Bloco na Rua" é agora o mote. Em jeito de antevisão, falou com o SAPO24. Uma conversa que não deixou de fora o Prémio Camões, o "comando tosco" que dirige o Brasil, direitos adquiridos e as exigências dos povos indígenas -
Sam The Kid: “O hip-hop está mais forte do que nunca, o que faz com que toda a gente queira um pedaço”
Sam The Kid está de volta. Calma. Está de volta aos palcos. Por agora com dois concertos nos Coliseus de Lisboa e Porto. Com os 'seus' Orelha Negra e uma orquestra. Datas fruto de um conforto e de uma vontade que há muito tempo não tinha, confessa numa entrevista perto da casa onde cresceu, no bairr