Quando o fogo chegou a Cadafaz, na terça-feira, a dúzia de habitantes fugiu para Góis pela estrada esburacada da montanha, deixando na casa mortuária um dos seus, que tinha morrido na véspera, de acidente.
"É só desolação em volta", resume Jorge Henriques, que hoje de manhã regressou ao Cadafaz, Góis, onde o seu pai nasceu e onde este habitante de Abrantes quer continuar a investir na produção de mirtilos.
Os moradores das aldeias serranas do concelho de Góis começaram hoje a avaliar os danos provocados pelos incêndios dos últimos dias nas suas propriedades e terrenos, ainda assustados pela dimensão do fogo e por reacendimentos pontuais.
O primeiro-ministro, António Costa, cancelou a visita de sexta-feira a Vila Nova de Gaia prevista para participar nos festejos de São João, em virtude da tragédia que ocorreu em Pedrógão Grande, indicou fonte governamental e a autarquia local.
As seguradoras criaram um fundo especial de 2,5 milhões de euros para apoio extraordinário aos familiares dos pelo menos 64 mortos do incêndio de Pedrógão Grande, distrito de Leiria.
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande alertou hoje a população para a vaga de assaltos nas aldeias evacuadas devido ao incêndio que lavrou no concelho e pediu atenção ao surgimento de falsos técnicos de apoio, assim como de falsas contas solidárias.
O comandante operacional do combate ao incêndio de Góis garantiu hoje que já não há focos de fogo no perímetro controlado pelos bombeiros, mas alertou para eventuais reacendimentos devido à subida de temperatura e ventos fortes.
O primeiro-ministro, António Costa, declarou hoje que esta é a altura para ser feita a "reforma há muito adiada da floresta", mas ressalvou que não produzirá resultados "num mês, num ano ou em dois anos".
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje em Bruxelas a necessidade de uma comissão técnica independente começar a trabalhar "tão depressa quanto possível" para dar "todas as explicações" aos portugueses sobre a tragédia de Pedrógão Grande.
No incêndio de Pedrógão Grande, houve viaturas de combate isoladas e estradas impedidas, numa luta inglória contra chamas que andavam "mais depressa que os carros", contam os bombeiros da região.
O quinto dia consecutivo de combate aos incêndios em Pedrógão Grande (Leiria) e em Góis (Coimbra), arranca hoje com um cenário mais animador: um dos fogos está dominado e o outro reduzido a uma frente ativa.
A Estrada Nacional 2 e a Estrada Municipal 543, ambas no concelho de Góis (Coimbra), onde deflagrou no sábado um incêndio, foram reabertas durante a madrugada de hoje, disse à agência Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).
O fogo em Góis, distrito de Coimbra, que começou sábado mantém-se com duas frentes ativas, mas o combate às chamas está a evoluir favoravelmente, disse o comandante operacional Carlos Luís Tavares.
Esta é a história de pessoas que não vemos, não ouvimos, não conhecemos. A não ser quando o pior acontece. Esta é a história de pessoas perdidas algures na mudança entre uma sociedade rural e tradicional e outra moderna e urbana, sem água nas suas casas a arder, fechadas nos seus carros, a fugirem p
Tiago Magro estava com a família em Vale da Nogueira, Figueiró dos Vinhos, no passado sábado, 17 de junho. Em cinco minutos tudo mudou, o fogo estava a 100 metros de casa. Estão bem, estão todos bem. Só quando chegaram a Lisboa perceberam que tinham atravessado a fatídica estrada N236 até entrar no
O presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, José Brito, avançou hoje à agência Lusa que esta manhã o fogo esteve "praticamente dominado", mas que agora os "reacendimentos são muitos".
O SAPO24 embarcou numa viagem de Lisboa a Pombal, o trajeto mais rápido encontrado pelos Bombeiros Voluntários de Lisboa e de Campo de Ourique para fazer chegar a Pedrógão Grande a "incalculável" solidariedade dos que nos últimos dias não pararam de trazer mantimentos para os quartéis.
As atividades letivas que tinham sido suspensas devido aos incêndios ainda ativos em Pedrógão Grande e em Góis foram retomadas na Sertã e, parcialmente, em Figueiró dos Vinhos, anunciou hoje o Ministério da Educação.
A ministra espanhola da Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente, Isabel Garcia Tejerina, reconheceu hoje que nenhum país está livre de sofrer um incêndio como o de Portugal (Pedrógão Grande), em que morreram 64 pessoas.
Em caso de proximidade de incêndio florestal, uma das piores opções é fugir de carro, diz Ricardo Ribeiro, presidente da Associação de Técnicos de Segurança e Proteção Civil (Asprocivil). As pessoas devem ficar em casa com as janelas e as portas calafetadas de forma a protegerem-se do fumo.
O combate ao incêndio que lavra em Góis desde sábado estava ao início da manhã desta quarta-feira a evoluir favoravelmente, estando já em "rescaldo e vigilância" três das suas cinco frentes, disse à agência Lusa o adjunto do Comando Nacional de Bombeiros, Pedro Nunes.
A circulação continua hoje impedida no troço da Estrada Nacional (EN) 2 em Góis (Coimbra), mas já reabriu em Pedrógão Grande (Leiria), onde também esteve cortada devido ao incêndio que deflagrou no sábado, disse fonte da GNR.