O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) sofreu constrangimentos no atendimento de chamadas com a greve às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que terminou na quinta-feira.
As mortes alegadamente relacionadas com a falta de socorro por parte do INEM já motivaram a abertura de cinco inquéritos pelo Ministério Público (MP), um dos quais arquivado por ausência de indícios de crime.
O Presidente da República insistiu hoje que é preciso soluções rápidas para os problemas no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e recusou comentar se a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, tem condições para se manter no cargo.
O secretário-geral do PS responsabilizou hoje o primeiro-ministro pela crise no INEM, advertindo que não é um problema exclusivo da ministra da Saúde e exigindo que se retirem consequências políticas.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito aos casos de mortes noticiados nos últimos dias por alegados atrasos no atendimento do INEM, anunciou hoje a entidade.
O ministro da Presidência lamentou hoje as mortes por alegada falta de socorro do INEM e acusou o PS de inação e de falta investimento no instituto de emergência médica durante oito anos.
O Ministério Público anunciou hoje que abriu um inquérito à morte de uma mulher no Hospital Garcia de Orta, em Almada, para onde foi transportada na segunda-feira pela PSP, após o INEM não responder ao pedido de socorro.
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) disse hoje que espera conseguir encontrar condições com a tutela para "levantar a greve", que tem provocado constrangimentos na emergência médica há cerca de uma semana.
O primeiro-ministro disse hoje não ter "a certeza de que as mortes foram causadas por falta de assistência" e afirmou que a continuidade da ministra da Saúde não está em causa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que é preciso encontrar respostas rápidas para os problemas na emergência médica, ressalvando não querer comentar negociações em curso nem casos concretos.
A ministra "vem lamentar a greve no INEM como se a desconhecesse" afirmou disse hoje o PS aos jornalistas, que considerou existir uma "situação de calamidade". O maior partido da oposição colocou em causa a continuidade da ministra da Saúde no cargo.
O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) afirmou que o INEM já registava constrangimentos antes da greve às horas extraordinárias e alertou que algumas das medidas hoje anunciadas apenas vão permitir mitigar essas dificuldades.
A ministra da Saúde reconheceu a "enorme falta de recursos no INEM" e que as medidas de contingência anunciadas hoje surgem devido à indisponibilidade dos técnicos de emergência pré-hospitalar para fazerem horas extraordinárias.
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sérgio Janeiro, reconheceu hoje que os centros de orientação de doentes urgentes (CODU) estão "a trabalhar abaixo dos mínimos", avançando que seriam necessários cerca de 80 profissionais para o atendimento.
Uma idosa utente de um lar em Castelo de Vide morreu na segunda-feira devido a paragem cardiorrespiratória, após cerca de hora e meia de espera por socorro, disse o presidente da instituição.
O secretário-geral do PS manifestou hoje muita preocupação com a situação no INEM, considerando inconcebível que a ministra da Saúde tenha afirmado que não sabia que ia haver uma greve e acusando o Governo de não a ter antecipado devidamente.
O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) elogiou hoje a disponibilidade do Governo para negociar, mas disse que a greve às horas extra só será levantada com “soluções em cima da mesa”.
O ministro da Presidência afirmou hoje, sobre os problemas na resposta em emergência médica, que "salvar, resgatar os portugueses é importante, mas também é preciso salvar e resgatar o INEM".
A Comissão de Trabalhadores do INEM acusou hoje a ministra da Saúde de ignorar as reivindicações dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) e alertou que a refundação do instituto passa pelo reconhecimento do trabalho dos seus profissionais.
A ministra da Saúde disse hoje que "não estava à espera da greve" dos técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM, mas reconhece que há poucos profissionais no sector.
As greves de hoje dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigaram à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, mantendo-se os atrasos no atendimento da linha 112, adiantou fonte sindical.
A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica vai apresentar queixa ao Tribunal de Justiça da UE e Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por considerar que a emergência médica em Portugal não garante o direito à saúde previsto na Constituição.