“É um acordo totalmente ineficaz. Foi feito para falhar. As metas já eram insuficientes e as ações que os governos tomam ainda mais”, disse à agência Lusa a ativista Maria Mesquita, que considera que juntamente com o acordo assinado em 2015 se deve enterrar “o institucionalismo, que não vai salvar da crise climática”.

Cerca de duas dezenas de ativistas estiveram frente à Assembleia da República, depois de terem começado no Príncipe Real e passado pelo Ministério do Ambiente, quiseram mostrar que “os movimentos sociais devem tomar as rédeas da ação climática e assumir a responsabilidade de cortar as emissões”.

Signatários, com cerca de 70 organizações internacionais, do chamado Acordo de Glasgow, os ativistas da Climáximo defendem que se devem fazer inventários das estruturas poluentes de cada país e “produzir uma agenda climática que será um plano de ação próprio para tentar manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus” até ao fim do século em relação à temperatura média global da era pré-industrial.

Os métodos passam por “ações de mobilização, desobediência civil” e manifestações que demonstrem “o poder popular” na questão das alterações climáticas, fazendo ver, por exemplo, às empresas, que devem “retrair-se” de continuar a investir em combustíveis fósseis.

“Temos que ser nós a forçar o corte das emissões”, declarou Maria Mesquita.

“Nós estamos num caminho descendente, a caminhar para o colapso. Tudo o que não for um caminho que evite o colapso é errado. As ações e os compromissos do Acordo [de Paris] não são vinculativos. Os governos que com ele supostamente se comprometeram não são obrigados a cumpri-lo. Se as metas já eram insuficientes, as medidas com que os governos se comprometeram são uma total nulidade”, argumentou.

O Acordo de Paris foi assinado há cinco anos na Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.