Segundo o boletim publicado esta quarta-feira, 18 de março, Portugal registou até agora 642 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, covid-19.
Este número, porém, pode incorrer em imprecisões, já que o boletim nacional da Direção-Geral da Saúde fala em três casos nos Açores, mas fonte da Autoridade de Saúde Regional, contactada pela Lusa, sublinhou serem dois os casos positivos na região e adiantou estar em contactos para se corrigir a informação avançada pela DGS, baixando assim para 641.
Segundo o boletim da DGS, o total de casos suspeitos subiu para 5067 e o total de casos não confirmados é de 4074.
Há 351 pessoas a aguardar resultado laboratorial.
Segundo este boletim, o número de recuperados não se alterou, mantendo-se nos três casos. No entanto, confirmou-se esta manhã um quarto caso de recuperação, que vai ainda ter alta do Hospital de São João do Porto.
O documento da DGS regista dois óbitos por infeção contraída de coronavírus — número atualizado na sequência de uma alteração ao documento enviada pela DGS após o primeiro boletim do dia.
Esta informação atualizada vai ao encontro da notícia de um segundo caso de morte conhecido esta manhã, tratando-se do presidente não executivo do Santander Totta, António Vieira Monteiro.
Neste momento há 6656 casos a serem acompanhados com contactos de vigilância pelas autoridades.
Entre os casos importados o registo é de 1 de Alemanha/Áustria, 1 de Andorra, 1 da Bélgica, 18 de Espanha, 13 de França, 17 de Itália, 1 do Irão, 1 dos Países Baixos, 1 do Reino Unido e 8 da Suíça.
Neste momento, Portugal regista 24 cadeias de transmissão ativas.
A região Norte é a que regista mais casos, com 289 casos confirmados até ao momento. Segue-se a de Lisboa e Vale do Tejo com 243 casos, havendo um óbito registado. A região Centro regista 74 casos, o Algarve tem 21 casos, os Açores têm três casos (dois, segundo a Autoridade de Saúde Regional dos Açores) e a Madeira tem um caso confirmado.
Pela primeira vez, foram detetados dois casos na região do Alentejo.
Há ainda a registar 9 casos de infeção no estrangeiro.
O boletim da DGS avança que, no total, estão 89 pessoas internadas, 20 das quais em cuidados intensivos.
Os principais sintomas são tosse (31%), febre (24%), dificuldade respiratória (10%), cefaleia (17%), dores musculares (17%) e fraqueza generalizada (12%).
Se considerarmos as faixas etárias, há 16 casos até aos nove anos de idade, 36 casos entre os 10 e 19 anos, 87 casos entre os 20 e os 29 anos, 117 casos entre os 30 e 39 anos, 138 casos entre os 40 e os 49 anos, 92 casos entre os 50 e os 59 anos, 77 casos entre os 60 e os 69 anos e 79 casos de pessoas com mais de 70 anos.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 198 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 7.900 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 81 mil recuperaram da doença.
A doença espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
A China lidera com o número de casos, com 81086 pessoas infetadas, 3241 das quais morreram. Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão, com 988 mortes (16.169 casos), a Espanha, com 533 mortes (11.826 casos) e a França com 148 mortes (7695 casos). A Alemanha tem mais casos do que França, 9360, mas dos quais apenas resultaram, até à data, 26 mortes.
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Portugal registou segunda-feira, 17 de março, a primeira morte de uma pessoa infetada com o novo coronavírus.
O Governo anunciou no mesmo dia o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, a suspensão do tráfego aéreo e ferroviário, bem com duas ligações fluviais, passando a existir apenas nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham que se deslocar por razões profissionais.
Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália, o país da Europa mais afetado.
Este domingo, Marcelo Rebelo de Sousa convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.
O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
No concelho de Ovar, foi decretado o estado de calamidade pública, procedendo-se, segundo o Governo, à "criação de uma cerca sanitária aplicada todo o município e o estabelecimento de um conjunto de restrições às atividades económicas e à circulação de pessoas". O decreto permanecerá em vigor até, pelo menos, 2 de abril.
Entre várias medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes.
Na sequência destas medidas, foram vários os locais que encerraram portas, cuja lista atualizada pode consultar aqui.
Os governos regionais da Madeira e dos Açores decidiram impor um período de quarentena a todos os passageiros que aterrarem nos arquipélagos, enquanto o Governo da República desaconselhou as deslocações às ilhas.
Onde posso consultar informação oficial?
- https://covid19.min-saude.pt
- https://covid19.min-saude.pt/ponto-de-situacao-atual-em-portugal
- https://www.dgs.pt/em-destaque.aspx
[Notícia atualizada às 12:32 — na sequência de uma "alteração de ultima hora" feita "relativamente aos óbitos", a DGS aumentou o número de óbitos]
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