Entre as organizações atacadas estão a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), uma agência da ONU com sede em Haia, a Agência Mundial Anti-Dopagem (AMA), localizada em Montreal, ou as equipas que investigavam o desastre do avião da Malaysian Airlines que caiu na Ucrânia em 2014.

Três dos sete militares tinham já sido acusados, em julho, pelo procurador especial Robert Mueller, que investiga as alegadas ligações à Rússia da campanha do então candidato republicano Donald Trump com vista a prejudicar a democrata Hillary Clinton nas presidenciais norte-americanas de 2016.

Um responsável do Departamento de Justiça, John Demers, explicou que a nova acusação não resultou da investigação do procurador especial, mas identificou métodos e objetivos semelhantes: promover a desinformação e a confusão.

A acusação, anunciada hoje por Washington, adianta que na origem dos ataques do GRU está o apoio público das referidas organizações à proibição da participação de atletas russos em competições internacionais e a condenação do programa de "doping" patrocinado pelo Estado russo.

Segundo os procuradores, os russos visaram também uma empresa de energia nuclear sediada na Pennsylvania e uma organização internacional que estava a investigar o uso de armas químicas na Síria e o envenenamento de um antigo oficial do GRU.

A acusação refere que os ataques eram feitos remotamente e que, quando não resultavam, os piratas informáticos conduziam operações no terreno através de membros altamente treinados e equipados do GRU.

O Governo canadiano confirmou ataques à AMA e ao Centro Canadiano para a Ética do Desporto, em 2016, apontando o GRU como "o mais que provável responsável".

"O Canadá junta a sua voz à dos seus aliados para denunciar uma série de ciberoperações maldosas realizadas pelas forças militares russas", disse o ministério canadiano dos Negócios Estrangeiros.

Os Governos do Reino Unido e da Holanda denunciaram hoje uma série de ciberataques russos.

A União Europeia manifestou-se "seriamente preocupada" com os ataques e a NATO exigiu à Rússia que "ponha termo ao seu padrão de comportamento irresponsável, incluindo o uso da força contra vizinhos, tentativas de interferência em processos eleitorais e campanhas de desinformação generalizadas”.