O tribunal especial que trata deste tipo de casos, a Audiência Nacional, informou em comunicado que rejeitou um recurso final apresentado pelo ex-militar, que se opõe à sua extradição para os Estados Unidos, que pretendem julgá-lo num caso de tráfico de droga.
Com esta decisão, “não há mais obstáculos ou procedimentos que possam bloquear a entrega” de Hugo Carvajal às autoridades norte-americanas, disse à agência francesa AFP um porta-voz daquele Tribunal que, no entanto, não indicou quando é que a extradição poderia ter lugar.
Esta ‘luz verde’ final tem lugar após uma suspensão do procedimento de extradição em outubro devido a uma questão técnica que permitiu à defesa de Hugo Carvajal apresentar mais um recurso.
Chefe dos serviços secretos militares durante a Presidência do falecido Hugo Chávez, Hugo Carvajal foi detido pela primeira vez em abril de 2019 pela polícia espanhola. A justiça recusou então a sua extradição, com o argumento de que o pedido dos Estados Unidos tinha motivações políticas.
Após um recurso do ministério público, a Audiência Nacional reverteu finalmente a sua decisão em novembro de 2019 e deu luz verde à extradição do antigo chefe dos serviços secretos venezuelanos, alcunhado “El Pollo” (O Frango), mas entretanto este tinha fugido.
Hugo Carvajal acabou por ser novamente detido a 09 de setembro em Madrid, após dois anos de perseguição, durante os quais se submeteu a várias cirurgias plásticas para alterar a sua fisionomia e adquiriu o hábito de usar bigodes falsos e perucas, segundo a polícia.
Indiciado por tráfico de drogas em 2011 por um procurador de Nova Iorque, “El Pollo” é acusado de envolvimento na importação de cocaína para os Estados Unidos, incluindo um carregamento de 5,6 toneladas transportado da Venezuela para o México em 2006.
Poderá ser condenado a uma pena de entre dez anos de prisão e prisão perpétua nos Estados Unidos.
O antigo general foi afastado do exército venezuelano por decisão do chefe de Estado, Nicolás Maduro, por ter reconhecido, no início de 2019, o opositor e Presidente autoproclamado Juan Guaidó.
Carvajal fugiu então da Venezuela por mar até à República Dominicana e daí para Espanha.
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