Alguns minutos depois de ter saudado os manifestantes na rua Tverskaïa, em Moscovo, Alexeï Navalny foi interpelado por uma dezena de polícias e levado à força para uma carrinha, segundo imagens hoje divulgadas pelos seus apoiantes.
“Vêm prender-me. Não tem nenhuma importância. Atacam Tverskaïa. Vocês não estão aqui por mim, mas por vocês e pelo vosso futuro", escreveu Alexei Navalny, na rede social twitter, advertindo que “a prisão de uma pessoa não tem importância se formos muitos”.
Em Moscovo, cerca de 4.000 pessoas, segundo as estimativas locais, noticiadas pela AFP, e aproximadamente 1.000, de acordo com a polícia, juntaram-se no centro da cidade, respondendo ao apelo de Alexei Navalny, tendo sido rodeados de um forte dispositivo de segurança.
Milhares de manifestantes juntaram-se em pelo menos 120 cidades de província, nomeadamente Nijni-Novgorod, Tcheboksari (Rússia Central), Tomsk (Sibéria) e ainda Iakoutsk, no extremo oriente da Rússia, apesar da temperatura de -45°C.
Segundo a ONG russa OVD-Info, pelo menos 243 militantes foram presos em todo o país, durante as manifestações.
O líder da oposição extraparlamentar russa tinha patrocinado hoje manifestações contra o regime de Vladimir Putin em 115 cidades da Rússia.
Mas as autoridades tinham emitido um aviso contra os protestos convocados para hoje, referindo que não tinham sido autorizados.
Navalny convocou para hoje uma “greve de votantes” em toda a Rússia, após a rejeição pela comissão eleitoral da sua candidatura às eleições presidenciais de março, alegando que está inabilitado devido a antecedentes penais.
O líder da oposição extraparlamentar na Rússia tinha escrito na sua página digital que, “por muito que tentem meter medo, não pode haver repressões em massa contra os participantes no ato” de hoje, 28 de janeiro.
O opositor encorajou os seus apoiantes a responderem à sua convocatória porque, “em 99% dos casos, a forma de luta política mais segura, efetiva e simples são as manifestações”.
Centenas de manifestantes foram detidos em março e junho de 2017, sobretudo em Moscovo e São Petersburgo, no decurso dos protestos não autorizados convocados por Navalny.
Segundo os analistas, o Presidente russo Vladimir Putin, 65 anos, será reeleito no escrutínio de março com um resultado histórico de mais de dois terços dos votos, permitindo-lhe permanecer no Kremlin até 2024.
Navalny já considerou que, com a vitória de Putin garantida, as autoridades não vão manipular os resultados de março mas antes a taxa de participação, pelo facto de a abstenção nas últimas legislativas de setembro de 2016 ter ultrapassado 50% dos eleitores inscritos.
Putin acusou na semana passada Navanly de ser o candidato preferido dos Estados Unidos.
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