“O inverno está a chegar e vai ser difícil e o que vemos agora é uma guerra de desgaste. Esta é uma batalha de vontades e uma batalha de logística e, por isso, devemos manter o nosso apoio à Ucrânia a longo prazo para que a Ucrânia prevaleça como uma nação soberana e independente”, declarou Stoltenberg.
Numa intervenção durante a segunda cimeira da “Plataforma da Crimeia”, um fórum de diálogo diplomático lançado por Kiev para coordenação da resposta internacional à ocupação da região pela Rússia em 2014, o líder da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) vincou que “uma Ucrânia forte, estável e independente é essencial para a segurança euro-atlântica”.
Depois de, em junho passado, os Aliados terem acordado um pacote reforçado de assistência à Ucrânia para aquisição de combustível, alimentos, material médico, equipamento militar protegido e comunicações seguras, bem como equipamento para combater, por exemplo, ameaças químicas e biológicas, Jens Stoltenberg revelou que a Aliança Atlântica tem agora “mais de uma dúzia de novos projetos em preparação para o inverno”.
“A NATO tem estado com a Ucrânia ao longo de três décadas de independência. Estamos agora com a Ucrânia e continuaremos a estar durante o tempo que for necessário”, assegurou.
No evento realizado por videoconferência, que reuniu hoje líderes mundiais e de organizações internacionais, Stoltenberg assinalou ainda que, com a anexação da Crimeia há oito anos pela Rússia, esta tornou-se “numa das áreas mais militarizadas da Europa”.
Além disso, a Rússia “utilizou-a como rampa de lançamento para uma invasão em larga escala da Ucrânia há seis meses”, prosseguiu o secretário-geral da NATO.
A “Plataforma da Crimeia” é uma iniciativa diplomática promovida pela Ucrânia e pelo seu Presidente, Volodymyr Zelensky, visando ser um mecanismo de coordenação internacional após a anexação em 2014 pela Rússia.
Esta plataforma foi apresentada inicialmente em 23 de setembro de 2020 por Zelensky durante a sua intervenção na Assembleia-Geral da ONU.
Quase dois anos depois, esta plataforma ganha uma maior relevância, uma vez que todo o país é atualmente alvo de uma nova ofensiva militar russa, iniciada em 24 de fevereiro deste ano.
A cimeira acontece na véspera do dia em que se cumprem seis meses de conflito no território ucraniano, que coincide com o Dia da Independência da Ucrânia.
A ofensiva militar russa na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
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