"Tenho de falar com Putin [...] porque essa é a única maneira de parar esta guerra". As palavras são do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa altura em que negociadores russos e ucranianos estão reunidos na Bielorrússia. Os avanços? Já concordam quanto à criação de corredores humanitários para proceder à retirada de civis, mas não em relação a um cessar-fogo generalizado. A terceira ronda de negociações será para breve, mas sem data fechada.
Zelensky reiterou os apelos ao Ocidente: sem apoio, a Ucrânia deixará de ter condições de resistir à incursão russa.
"Se desaparecermos, que Deus nos proteja, em seguida será a Letónia, a Lituânia, a Estónia etc. (...) Até ao Muro de Berlim, acreditem em mim", disse o presidente ucraniano.
Aos apelos, Putin respondeu com a garantia de que "operação militar" na Ucrânia está a decorrer "de acordo com o planeado". E insiste na narrativa de que a Rússia está a combater "neo-nazis" e que russos e ucranianos são "um só povo".
Estas são as imagens de um país em guerra há uma semana: edifícios bombardeados, despedidas dolorosas, pessoas refugiadas no metro, destruição e desespero.
Por cá, governo, municípios e organizações civis unem-se para ajudar aqueles que, para fugir ao conflito, escolherem Portugal como segunda casa. Depois de quatro dias de viagem, Tatiana e a filha foram as primeiras a chegar. Este é o relato da sua longa viagem. O marido, o pai, ficou na Ucrânia.
Deixam a vida toda para trás, os que fogem e outros que se metem a caminho da pátria para lutar.
Com a guerra a entrar-nos casa dentro pelas televisões, telemóveis e computadores, é preciso dar contexto aos mais novos. A guerra é um "assunto sério" e "não deve ser um tabu", pelo que profissionais de saúde aconselham "uma conversa" com linguagem “adequada e simples" sobre a situação para prevenir ansiedades e medos.
Mas se há coisa que uma guerra sabe criar é medo, do presente e do futuro, para miúdos e graúdos.
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