Há dias que nos apanham em contrapé. Primeiro, o dia nasce com a notícia de um trágico acidente na segunda circular em que morreram três pessoas. Depois, a notícia da morte súbita do deputado João Ataíde que ainda ontem participava na votação aos projetos de lei da Eutanásia. Mais tarde, o óbito de José Carlos Saldanha, o homem que interrompeu o parlamento para pedir ao ministro que não o deixasse morrer, um dos rostos da luta por medicação inovadora contra hepatite C.

Quando a manhã já parece ter sido uma longa maratona de dor, eis que, uma notificação do Público anuncia a morte do seu cronista de uma vida: Vasco Pulido Valente morreu. Tinha 78 anos e foi uma das figuras da praça que é a democracia portuguesa menos consensuais. Conheci quem não o pudesse sequer ler, conheci quem louvasse cada escrito, mas não conheci ninguém que ignorasse o génio.

Às 16 horas o dia já parecia ter demorado uma semana a passar e é quase incómodo pensar que logo à noite começa uma festa carnavalesca que se prolongará por longos dias. A folia vai tomar conta das noites e das ruas em desfiles como se fosse completamente independente de tudo o que aconteceu hoje.

É estranho como a dor e a alegria dançam como se não se conhecessem.

Sugestões para o fim-de-semana:

Esta entrevista da Isabel Tavares ao Vasco Pulido Valente: "A nova geração do PS é indistinguível da geração do Bloco"

Esta bela reportagem da Alexandra Antunes: “Chegavam e ajoelhavam-se a rezar”. A cama onde Manuel esteve internado foi onde morreu Santa Jacinta — e já lá vão cem anos

Este belo guia da Rita Sousa Vieira para o Festival da Canção: Os temas, o júri e o que muda nesta edição: Um guia do Festival da Canção 2020

Este texto do Pedro Carreira: Premier League: Arsène Wenger quer mudar o futebol

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