Vieira da Silva, que hoje foi ouvido na Comissão do Trabalho e da Segurança Social, a pedido do PS, sobre o caso das Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, assegurou que só tomou conhecimento desta queixa depois da reportagem da TVI.

“Só tive conhecimento de um anexo de uma carta enviada depois da reportagem feita pela TVI. Nunca tinha dado entrada nem tinha conhecimento dessa afirmação”, disse Vieira da Silva em declarações aos jornalistas no final da audição.

O assunto foi abordado na audição pelo deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro referindo que em janeiro de 2017, numa carta registada e com aviso de receção, Piedade Líbano Monteiro, à altura secretária da FEDRA, questionava a alegada gestão danosa da presidente da Raríssimas.

Nessa carta, adianta o CDS, era referido que a presidente da Raríssimas terá feito, através da FEDRA, uma viagem ao Brasil com o marido e usufruído de um Spa, no valor de quase 400 euros e ainda de ter alugado um carro de luxo.

Ex-presidente da Raríssimas já tinha saído de outra associação depois de serem descobertas despesas não autorizadas
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A carta, adianta o CDS, foi enviada para a Unidade de Desenvolvimento Social do Instituto de Segurança Social e para o Instituto Nacional de Reabilitação.

O ministro explicou durante a audição e no final, em declarações aos jornalistas, que não foi feita uma denuncia dirigida ao gabinete do ministro e ao gabinete dos secretários de Estado.

Após ter conhecimento deste assunto através da reportagem, adiantou Vieira da Silva, remeteu-o para a Inspeção-geral de Segurança Social que está a desenvolver uma investigação.

“Não foi incluída porque não deu entrada na Segurança Social, não era do conhecimento do Instituto de Segurança Social, nem de nenhum membro do Governo. Neste momento está incluída no processo que está a ser dirigido pela inspeção”, disse.

Uma reportagem divulgada em 09 de dezembro pela TVI deu conta de alegadas irregularidades nas contas da Raríssimas, tendo apresentado documentos que colocam a agora ex-presidente da associação, Paula Brito e Costa, como suspeita de utilizar fundos da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) para fins pessoais.

Entre as irregularidades apontadas, conta-se a compra de vestidos de alta costura, de bens alimentares caros e o pagamento de deslocações, apesar de ter um carro de alta gama pago pela Raríssimas. Além disso Paula Brito e Costa terá também beneficiado de um salário de três mil euros, de 1.300 euros em ajudas de custos e de um Plano Poupança Reforma que rondava os 800 euros mensais.