A festa dos Óscares celebra com pompa a excelência no cinema de Hollywood, mas também uma monocultura dos Estados Unidos da América. As estrelas e os heróis continuam sempre a ser de cor branca, ainda que desta vez o anfitrião tenha sido um negro. A diversidade com os não-brancos fica nas sobras do
O ministro Augusto Santos Silva anunciou-nos que o Governo está empenhado em ganhar um novo mandato em 2019, coisa que, na verdade, não precisava de ter feito, porque se há coisa que fica clara deste Orçamento do Estado para 2016 e dos três meses de governação é isso mesmo. Se não há primeiro-minist
Somos hoje uma sociedade de insatisfeitos, de excluídos e de lesados. E, quais ratinhos na roda, parece que não conseguimos sair do mesmo sítio, por muito que todos os sinais nos apontem para uma provável dissonância cognitiva entre o que sabemos e o que fazemos. A forma como decidimos quem é ou não
O debate entre António Guterres e Durão Barroso, que a RTP promoveu na terça-feira passada, teve todo o tipo de comentários e análises. Mas houve duas tendências maioritárias e divergentes nessas reacções: as que elogiaram a carreira internacional de ambos, e os conhecimentos e sabedoria que daí res
Fruto dos necessários entendimentos para chegar ao poder, António Costa trocou a sua "visão para a década" pelo orçamento possível para os próximos nove meses. Pouco ou nada resta dos planos iniciais dos socialistas, que eram um guião consistente, independentemente de se concordar ou não com a sua b
Eco. Três letras. Vinha a calhar dobrar o "c" para ganhar a grafia italiana, ecco: eis, aqui está! Eco, Umberto Eco é o sábio que nos enquadra o mundo em que vivemos e que nos ajuda a compreender muito do que ficou para trás. Soube não se fechar numa torre de marfim da sabedoria, escolheu meter-se c
David Cameron conseguiu o acordo que queria, e que precisava de ter, com os outros líderes europeus para defender a continuação do Reino Unido na União Europeia. Graças a mais uma mão-cheia de exceções, particularmente o estatuto especial do país na zona euro e a defesa de mecanismos de supervisão b
Achei interessante ir ler, no Facebook, o que se diz de Umberto Eco. Soa-me como a vingança. O homem que abominava as redes sociais – 'deram o direito a falar a legiões de idiotas' – não escapou, na sua morte, ao escrutínio das mesmas. Mas presto-lhe vassalagem. Ele tinha razão quando disse – e se m
Os alimentos orgânicos são um requinte da civilização ou a salvação da Humanidade? O que não falta são pessoas a seguir dietas específicas, seguindo as suas próprias convicções ou a conselho de nutricionistas. Os supermercados abrem secções de alimentos "orgânicos" e as lojas da especialidade multip
Não sou fã de concursos, nunca acreditei na sorte ao jogo e talvez por isso não senti qualquer emoção forte quando, a 6 de fevereiro de 2014, o Governo de Passos Coelho aprovou a criação de um sorteio chamado "Fatura da Sorte" com a finalidade de "valorizar e premiar a cidadania fiscal dos contribui
A notícia começa a ser recorrente: um jornal que decide "migrar" para o digital e deixar a versão em papel impresso, ou mesmo (como aconteceu com a revista FHM) fechar de vez e terminar um ciclo de vida. Esta semana, depois de meses de boataria, foi o britânico The Independent - e o excelente domini
O conservadorismo moral e comportamental é absolutamente legítimo e cada um deve praticar o que quer para si. O que já não é legítimo é que os que o escolhem para si no uso da sua inalienável liberdade e em nome do ideal de sociedade que defendem, o queiram impor ao resto dos cidadãos.
A campanha presidencial em curso nos Estados Unidos da América sugere uma questão: como é que em Portugal estamos a lidar com os nossos mais velhos? Seria possível, numa sociedade como a nossa, tão deslumbrada com o culto de quem é jovem e telegénico, como fica evidenciado no sistema mediático, term
António Costa entrou em São Bento a promover uma viragem na página da austeridade, uma coisa que, como sabemos, nem chegou a ser, a página foi, no limite, virada do avesso com este orçamento e a respetiva errata. Ficou um governo à medida, à medida dos funcionários públicos, dos pensionistas e dos e
Fazer rir é difícil. É muito mais difícil do que fazer chorar. Fazer humor é, por inerência, mais difícil do que fazer drama e em Portugal é ainda mais difícil. Desde a falta de inteligência até ao excesso de preconceitos, vale quase tudo para que vingue o grande desígnio da nação que é, continua a
Houve um tempo em que ter carro era coisa de rico. Reconheço a ideia em filmes dos anos 40 e 50 do século passado, e em muitos romances que recuam a essas décadas. Mas não era nascido na época em que o mundo ocidental considerava o automóvel um objecto de luxo.
Este título deveria ser em português, mas ficava "A Revolta das Ratinhas chega à América", o que, convenhamos, ou não faz sentido, ou fica abaixo dos nossos padrões de decência e bom gosto.
Quando se diz que a função pública pode trabalhar menos 12,5% do tempo sem acréscimo de custos, não se está directamente a desvalorizar o trabalho no Estado, a sua qualidade e a produtividade dos funcionários? Então o que têm os funcionários públicos feito durante as 20 horas mensais adicionais em
Quem são os odiados oito do novo filme de Quentin Tarantino, com esse título? Confundem-se criminosos e representantes da lei, ainda que quase ninguém seja quem diz ser. Todos são racistas, tanto os crápulas brancos como o vingativo major negro veterano da guerra civil. O filme é um western glacial
António Costa mudou as regras de formação de governos e, agora, também mudou a estratégia política que manda executar as medidas impopulares no início dos mandatos... O primeiro orçamento de Costa é eleitoralista, aposta tudo nos funcionários públicos, pensionistas e empresários da restauração e dil
Não é um trocadilho fácil – apesar de a tentação ser grande. Mas não é esse o móbil. Na tarde de ontem, quinta-feira, a Assembleia da República discutiu não um, mas quatro diplomas que visam defender a alheira. Não qualquer alheira, mas a alheira de Trás-os-Montes, cujo consumo tem sido afectado des
Tenho lido e ouvido o depoimento de muitos profissionais da hotelaria que declaram, sem qualquer espécie de vergonha na cara, que os preços não vão baixar na restauração mesmo que o IVA volte aos 13% de há uns anos. Ou seja: os mesmos que, quando o IVA subiu para os actuais 23%, fizeram recair sobre
A nossa cultura de despesa, défice e dívida é tão sólida e está-nos tão entranhada que consideramos indigno que alguém nos diga para fazermos aquilo que, à partida, devia partir das nossas instituições, dos nossos governos, de uma generalizada vontade popular: não gastar mais do que se recebe.