Num mundo que está perigoso, as paixões podem matar
O que é que leva mais de 50 pessoas a morrerem involuntariamente numa demonstração pública? Fervor e solidariedade, dirão alguns. Fanatismo doentio, apregoarão outros.
O cisma entre os EUA e o Irão continua a provocar mortos, mas desta vez foi uma perda — arrisca-se a dizer — autoinfligida, do lado do país do Médio Oriente. Foi tanta a gente a acorrer ao cortejo fúnebre do general Qassem Soleimani — cuja morte através de um drone norte-americano, recorde-se, foi o despoletar desta crise — que as ruas de Kerman não foram suficientes para toda aquela massa humana.
A pulsão resultou em debandada e, segundo se sabe, pelo menos 56 pessoas morreram asfixiadas no meio da turba. Mas este número diz-nos algo para além da triste ironia de se somarem óbitos num funeral.
É que, como nos recorda a BBC, foi só há sete semanas que o Irão viu algumas das mais violentas demonstrações anti-governamentais da sua história — com a repressão securitária a causar a morte num número compreendido algures entre 300 e 1500 pessoas —, mas esse estado de instabilidade em que o país estava afundado deu agora lugar a uma espécie de unidade temporária contra um inimigo maior: os Estados Unidos.
Ninguém sabe ao certo onde é que esta subida de tensões vai parar. O primeiro “golpe” — chamemos-lhe o que é, um ato de guerra — foi dado pelo executivo de Donald Trump e as ameaças só continuam a subir de tom. Isto, quando amanhã se assinalam 29 anos desde que ocorreu a escalada decisiva que desembocou na Guerra do Golfo, com o presidente norte-americano à época, George Bush, a pedir aos aliados para não aceitarem compromissos com o Iraque.
Quase três décadas depois, os ânimos estão mais acirrados que nunca e, da parte do Irão, a demonstração de hoje é que aparentemente o estado de alma é tal que as suas ruas estão tomadas de raiva e desespero.
As pulsões desenfreadas podem matar e, quando tal não acontece, moem e muito. O amor por um clube pode dar lugar à “marcha de um pelotão de guerra”, como descreveu hoje Jorge Jesus a entrada dos agressores no ataque à Academia de Alcochete.
O episódio ocorreu em 2018, mas as marcas permanecem à vista de todos, não só porque o caso continua a ser julgado em tribunal — e foi por isso que o ex-técnico do Sporting hoje se pronunciou —, mas porque a desunião que afeta o clube conheceu hoje um novo capítulo. O Movimento Dar Futuro ao Sporting avançou com um processo de destituição de Frederico Varandas, entregando a documentação necessária para a convocatória de uma Assembleia Geral Extraordinária com um único ponto de ordem de trabalhos: a destituição dos atuais órgãos sociais.
O timing desta iniciativa tem o condão de ocorrer um dia antes do presidente do Sporting ser recebido pelo secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, e pelo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, para abordar o tema da segurança no contexto desportivo. Não se sabe o que é que vai se exactamente falado, mas decerto que a fratura de Varandas com as claques do clube — uma delas responsabilizada pelo ataque de Alcochete — será motivo de conversa.
Mas se as paixões podem ser frutíferas quando regradas, há ocasiões onde têm mesmo de ficar à porta e dar o lugar à discussão fria e desinteressada.
Uma delas é a discussão de um Orçamento do Estado. Com a votação na generalidade a acontecer na próxima sexta-feira, os partidos continuam a afinar posições e a mais recente “novidade” (as aspas justificam-se por ser novo mas não surpreendente) é a decisão do PSD de votar contra o OE2020, como explicou Rui Rio após uma longa diegese com os argumentos para tal decisão. O anúncio dos sociais-democratas ocorre antes do Ministro das Finanças, Mário Centeno, apresentar amanhã as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2020 na sede do PS, no Largo do Rato.
Mas amanhã é também um dia que pode ser antecipado por outros motivos, esses sim causadores de infinitas paixões, passíveis de serem nutridas com todo o excesso necessário. É amanhã celebram-se também os 85 anos do nascimento de Elvis Presley. O “Rei do Rock”, recorde-se, deixou este mundo em 1977, mas a sua obra fica para nossa audição.
O meu nome é António Moura dos Santos e hoje o dia foi assim.
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