O "sim" dentro do Parlamento e os "nãos" gritados no exterior

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Chegar hoje a Lisboa foi ouvir em força o tema que já se vinha a anunciar. Um pouco por todo o lado — nas notícias, nas conversas no metro e até nas pessoas apressadas nas ruas —, a palavra era uma: eutanásia.

Diz o dicionário que significa “morte sem dor nem sofrimento”. Vem do grego, é a “morte fácil” ou a “morte feliz”.

A discussão tem-se aguçado. As opiniões divergem. Fala-se em morrer com dignidade. E em não sofrer ou fazer sofrer, pela dependência de alguém.

Frente ao Parlamento as vozes fizeram-se ouvir. Eram milhares de pessoas — a maioria jovens. E empunharam-se cartazes.

“Os médicos devem matar a dor, não o paciente”
“Toda a vida pede amor”
“Sim à vida. Amar, cuidar e tratar sempre pela vida!”
“Escute e conheça”
“Propor a morte? How dare you!”

À hora em que escrevo esta crónica já se sabe o que decidiu o Parlamento. De lá saiu um “sim” à despenalização da eutanásia, depois de tantos “nãos” gritados no exterior.

Foram aprovados na generalidade os cinco projetos (BE, PAN, PS, PEV e IL) para a despenalização da morte medicamente assistida. Uma vez aprovada, vai agora descer à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. E, depois disso, o processo continua — e pode saber tudo aqui.

Mas há outro tema que quero referir sobre o dia de hoje. A 20 de fevereiro de 1920 morreu, no Hospital D. Estefânia, Jacinta Marto, a quem Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria. A data foi assinalada em Lisboa com uma conferência, exposição e missa, com a presença do Cardeal Patriarca e do Reitor do Santuário de Fátima.

Calhou-me a sorte de estar lá. E de falar com o senhor Manuel, que, em criança, esteve internado no hospital, tendo passado pela cama onde Jacinta havia morrido anos antes. Falou-me de sofrimento, mas da alegria inocente de miúdos que não tinham mais senão a vida na enfermaria, com a visita de fiéis que olhavam para uma cama, rezando. É uma história que vale a pena ler.

Sobre a restante atualidade do dia de hoje, deixo duas sugestões — que também fazem pensar:

- A história da aposta que podia ter corrido mal e que foi inicialmente interpretada como racismo;

- A divulgação das fotografias, pela GNR, dos cães que foram apreendidos ontem na propriedade do cavaleiro João Moura.

Deixando algumas notícias que marcaram este 20 de fevereiro, eu sou a Alexandra Antunes e hoje o dia foi assim.

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