A comissão política do BE esteve hoje à noite reunida extraordinariamente depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter ameaçado com a demissão do Governo caso o tempo de serviço dos professores seja aprovado em votação final global.
O secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), João Dias da Silva, defendeu hoje que o Governo tem de acatar as decisões da Assembleia da República, que deve respeitar enquanto órgão de soberania.
O presidente do Governo dos Açores disse hoje ver com “naturalidade” a divergência do executivo nacional face ao açoriano na matéria da reposição integral do tempo de serviço dos professores, que foi aprovada na região autónoma em dezembro.
O Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) acusou hoje o primeiro-ministro de “intransigência e falta de clareza” e de ter demonstrado uma “estratégia eleitoralista” com a ameaça de demissão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou hoje que tratar os professores de forma diferente da restante função pública e da generalidade dos portugueses em termos da contabilização do tempo de serviço será “uma enorme injustiça”.
A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, acusou hoje o primeiro-ministro de “querer virar as costas” ao país e não ter credibilidade e admitiu que o executivo “não tem como governar” se perder “a sua maioria” no parlamento.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou hoje que a aprovação das propostas de alteração que recuperam o tempo integral de serviço dos professores mostram “a esquerda a desviar-se para ser ultrapassada pela direita”.
O constitucionalista Reis Novais defendeu hoje que o Governo “esgotou todas as opções” a que poderia recorrer, após o anúncio do primeiro-ministro de que se demitirá se o parlamento aprovar a contabilização total do tempo de serviço dos professores.
O primeiro-ministro António Costa ameaçou apresentar a demissão do Governo se o parlamento aprovar em plenário as medidas aprovadas em sede de especialidade que devolvem na íntegra o tempo de serviço congelado aos professores, naquele que constitui um novo patamar nas longas negociações entre as dua
A CGTP, UGT, FESAP, sindicato dos Magistrados e associações da polícia e dos militares já reivindicaram tratamento igual ao dos professores no que respeita à contagem do tempo de serviço. Enfermeiros acusam o PSD e o CDS de preferir professores em detrimento de outros profissionais.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusa o PSD e o CDS de mostrar de forma inequívoca preferência pelos professores em detrimento de outros profissionais, como os enfermeiros.
Os sindicatos de polícia pediram hoje "tratamento idêntico" aos dos professores ao exigirem a contagem total do tempo em que as carreiras dos polícias estiveram congeladas e ameaçam com protestos.
A Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) disse ter o compromisso do Governo de que será aplicado aos funcionários da Polícia Judiciária as mesmas regras aprovadas para os professores quanto à recuperação do tempo de serviço.
O PCP usou hoje, por quatro vezes, a acusação de “calculismo eleitoral” para qualificar a criação de um ambiente de crise pelo Governo em torno da contabilização total do tempo de serviço dos professores.
O BE garantiu hoje que vai manter a votação sobre os diplomas dos professores, que diz serem constitucionais, e acusou o PS de ter duas posições, uma nas regiões autónomas e outra em Portugal Continental.
O presidente do PSD, Rui Rio, disse hoje que o Governo está a fazer um "golpe de teatro" ao convocar uma reunião de urgência para debater a aprovação pelo parlamento da contabilização total do tempo de serviço dos professores.
As associações socioprofissionais dos militares defenderam hoje a aplicação à progressão das carreiras das Forças Armadas de “solução idêntica” à que o parlamento consagrou quinta-feira para os professores.
A Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) reclamou hoje a contagem integral do tempo de serviço congelado em “mais de 16 carreiras” do Estado, defendendo “que a justiça se reponha para todos” e não apenas para os professores.
O secretário-geral da UGT mostrou-se hoje satisfeito com a aprovação pelos partidos da contabilização total do tempo de serviço congelado dos professores, considerando que abre expectativas para as outras carreiras da administração pública.
A coordenadora do BE desvalorizou hoje as "tentativas de criar um ambiente de crise política" por causa dos professores, que considerou "totalmente artificial", afirmando que a alteração aprovada pelo parlamento "respeita a autonomia negocial do próximo Governo".
O Aliança criticou o “desespero eleitoral” que levou os partidos a aprovar a recuperação integral do tempo de serviço congelado aos professores, esquecendo a responsabilidade de acrescer 800 milhões de euros à despesa do Estado.
PCP e Bloco de Esquerda acusaram na quinta-feira o PSD de impedir o parlamento de ir mais longe no tempo de serviço dos professores e o PS acusou esquerda e direita de irresponsabilidade e de pôr em causa a legislatura.
O secretário-geral da Fenprof considera que hoje “é um dia importante” para os professores que viram reconhecidos pelo parlamento todo o tempo de serviço congelado, mas lembra que a suspensão da luta está dependente de 10 estruturas sindicais.
O primeiro-ministro convocou esta sexta-feira de manhã, com caráter de urgência, uma reunião extraordinária de coordenação política do Governo, depois de o parlamento ter aprovado a contabilização total do tempo de serviço dos professores.