Tomando os países europeus de surpresa, o covid-19 começou a fazer estragos no cerne do Velho Continente de uma maneira que apenas se julgava imaginável ocorrer na China, onde a doença terá originalmente surgido, no final de 2019.

No entanto, em meados de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) é perentória ao afirmar que hoje é a Europa, e não a China, o epicentro da pandemia de coronavírus.

“Neste momento, estão a ser registados na Europa mais casos todos os dias do que os reportados na China, no auge da sua epidemia”, disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em declarações aos jornalistas, em Genebra.

Itália é de longe o país mais afetado pelo novo coronavírus, mas outros estados europeus preparam-se para os picos da pandemia nos seus respetivos territórios. Mas para além de pretender evitar perdas humanas, os executivos dos países estão também a reunir esforços para suster o impacto económico que o coronavírus já começou a ter nas suas economias.

Portugal, com 169 casos confirmados e 1704 casos suspeitos, já declarou o estado de alerta e começou a pôr em curso uma série de medidas de saúde pública, assim como já delineou um plano para apoiar empresas e funcionários afetados pelas consequências económicas da pandemia.

A União Europeia não só já anunciou uma verba de 37 mil milhões de euros — dos quais 1,8 mil milhões poderão vir para Portugal — para apoiar o setor da saúde e as pequenas e médias empresas, como admitiu suspender as suas regras orçamentais em caso de crise. No entanto, para lá dos esforços supranacionais, cada país está a lidar com o coronavírus atendendo às suas especificidades. Veja aqui como os cinco países mais afetados da Europa estão a combater o covid-19.

1) Itália:

Saúde Pública:

Sendo o país mais afetado pelo coronavírus a seguir à China, Itália implementou as medidas mais rigorosas de todos os países europeus para impedir a proliferação da pandemia. O território encontra-se em quarentena, afetando mais de 60 milhões de habitantes, e só se pode circular com uma justificação comprovada, seja por motivos de trabalho, de saúde ou de regresso a casa.

Lojas, restaurantes e bares encontram-se fechados, à exceção de supermercados, mercearias e farmácias. Não há eventos públicos nem desportivos e praticamente todos os prestadores de serviços, de ginásios a cinemas e a cabeleireiros, não estão a operar. Escolas e universidades encontram-se também encerradas. O estado de exceção vai perdurar, pelo menos, até dia 3 de abril.

Tendo em conta que o norte do país — em particular a região da Lombardia — é centro dos surtos no país, não obstante o facto de ser a zona mais rica de Itália, as autoridades encontram-se agora particularmente alarmadas com a possibilidade de a pandemia se expandir para o sul, menos desenvolvido, com frágeis estruturas sanitárias, menos pessoal e material obsoleto.

As sete regiões do sul e as ilhas da Sicília e Sardenha contam com 1.582 unidades de cuidados intensivos (UCI) dos 5.400 que existem em todo país, segundo um balanço do jornal La Repubblica.

Economia:

O governo italiano anunciou um pacote de 25 mil milhões de euros para lidar com a crise económica provocada pela pandemia. A primeira tranche é de 12 mil milhões e o resto ficará de reserva para quaisquer medidas de futuro, sendo que o governo de Giuseppe Conte já pediu ao parlamento italiano para aumentar a margem do défice em 20 mil milhões de euros para lá do previsto.

O valor deverá servir para compensar empresas que perderam faturação, trabalhadores alvo de lay-off e suspensão do pagamento de empréstimos aos bancos a pequenas e médias empresas. As verbas também vão compensar empresas cujos receitas tenham caído em mais de 25% e como moratória para negócios e pagamentos de hipotecas.

Os valores projetados tiveram de triplicar desde a semana passada, dado o agravar da situação no país. Uma equipa de economistas do banco JPMorgan Chase previu que o PIB do país deverá cair 7,5% no primeiro trimestre de 2020, mas as previsões são mais positivas para o remanescente do ano.

O governo italiano pediu ainda assistência ao Banco Central Europeu para que fizesse “tudo o que fosse preciso” para ajudar a sua economia em queda. Porém, Christine Lagarde, líder da instituição bancária, defraudou expectativas ao anunciar um conjunto de medidas conservador — que não incluiu a baixa de taxas de juro da dívida pública — e a dizer que essa não era a função do BCE. Como resultado, os mercados reagiram negativamente e as taxas de juro das obrigações italianas a dez anos subiram.

Em sentido inverso, a Comissão Europeia garantiu que vai ser flexível na avaliação do cumprimento, por Itália, das regras orçamentais comunitárias, devido aos impactos no país do coronavírus, admitindo também que Roma avance com ajudas estatais em “circunstâncias excecionais”.

Depois de uma vídeoconferência realizada entre a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen e Conte, ficou decidido também que a Itália “será aplicado o regime de auxílios estatais para circunstâncias excecionais”, com Bruxelas a admitir que Roma possa avançar com ajudas a operadores económicos no país afetado pelo novo coronavírus, entretanto declarado como pandemia.

Número de casos confirmados: 17660

Número de casos mortais: 1266

Número de casos recuperados: 1439

2) Espanha:

Saúde Pública:

Apesar de ser o segundo país europeu com mais casos de infeção, só este sábado é que o executivo de Pedro Sánchez, primeiro-ministro, decreta o estado de alerta, através de um Conselho de Ministros extraordinário. A decisão, ao abrigo da constituição espanhola, permitirá ao estado limitar a circulação de pessoas durante um tempo de inicialmente 15 dias em todo o país, assim como impor limites na compra de vários produtos.

As sessões parlamentares estão suspensas porque a segurança dos deputados foi comprometida. Tanto ministros — como Irene Montero, com a pasta da Igualdade — como deputados — Santiago Abascal, líder do partido de extrema-direita Vox — deram casos positivos, e todo o executivo espanhol está a ser monitorizado para despiste, incluindo Pedro Sánchez.

As escolas e universidades estão encerradas por todo o país, em muitos locais já é proibido organizar eventos com mais de 1000 pessoas e o governo espanhol já proibiu voos e ferries que tenham Itália como origem ou destino. Entre os dias 13 e 26 de março não poderão atracar nos portos espanhóis navios de cruzeiro "de qualquer origem".

O campeonato espanhol de futebol estará suspenso nas duas próximas jornadas, tanto na primeira como na segunda divisões, e os jogadores de futebol e basquetebol do Real Madrid estão de quarentena, depois de ter sido confirmado um caso positivo de coronavírus.

No entanto, dado que o território espanhol é composto de comunidades autónomas, há especificidades a considerar.

A região de Madrid é a mais afetada, sendo que a partir deste sábado vai fechar todos os estabelecimentos exceto lojas de alimentos e farmácias para evitar a propagação do coronavírus. Nesta região, mesmo as unidades de saúde privadas estão agora debaixo da responsabilidade do governo local.

Depois de Madrid, a comunidade com mais casos é o País Basco, que decretou o estado de "alerta ou emergência sanitária" nesse território, o que lhe permite a partir de hoje, se for considerado necessário, adotar medidas excecionais, como o isolamento de pessoas nas suas casas.

A Catalunha é a terceira comunidade que registou mais casos, tendo o governo regional ordenado o isolamento da população residente nas localidades dos arredores de Barcelona de Igualada, Vilanova del Camí, Santa Margarida de Montbui e Òdena para evitar a propagação do surto do Covid-19 que afeta esta zona.

Uma das maiores polémicas prende-se com a região da Andaluzia. Apesar do executivo local estar a seguir a maioria das recomendações de Madrid, suspendendo eventos com mais de 1000 pessoas, o governo autónomo já fez saber que não planeia em cancelar as celebrações da Semana Santa, durante a Páscoa, que atraem milhares de pessoas. 

Economia:

O Governo espanhol anunciou no dia 12 um “primeiro pacote” de medidas para lutar contra o novo coronavírus, do qual faz parte uma transferência de 2,8 mil milhões de euros para ajudar as autoridades regionais a mitigar o impacto económico do coronavírus. 

O Governo aprovou também, entre outras medidas, a criação de uma linha de crédito de 400 milhões de euros para ajudar as empresas dos setores de turismo, transporte e hotelaria, assim como o adiamento da dívida fiscal à administração pública para as pequenas e médias empresas afetadas pelo impacto na economia, durante seis meses e sem juros. Sánchez estimou que esta medida permitirá injetar na economia espanhola 14.000 milhões de euros.

Madrid vai ainda mobilizar 1.000 milhões de euros do fundo de contingência para realizar intervenções "prioritárias" no setor da Saúde, flexibilizar as regras dos “slots aéreos”, para que as companhias de aviação não sejam forçadas a usá-las com medo de as perder, e fazer com que a Renfe, a companhia de comboios do país, facilite reembolsos e cancelamentos.

No que toca aos trabalhadores, para preservar empregos, os bónus da segurança social para contratos descontínuos vão ser expandidos até junho de 2020 e a segurança social vai também pagar 75% dos salários para baixas médicas.

Número de casos confirmados: 5232

Número de casos mortais: 133

Número de casos recuperados: 193

3) Alemanha:

Saúde Pública:

Até 70% da população alemã pode vir a ser infetada pelo novo coronavírus. Os números foram dados por Angela Merkel, tendo a chanceler alemã se baseado em estimativas de especialistas.

Contando com já com mais de 3000 mil casos, o governo alemão começou a desdobrar-se em iniciativas para retardar a propagação do coronavírus. A pedido do executivo central, todos os eventos com mais de 1.000 pessoas devem ser cancelados. A restrição já foi imposta em Berlim, assim como na maioria dos estados alemães.

As autoridades alemãs estão a promover cada vez mais controlos nas fronteiras, sendo que se um caso suspeito for encontrado, poderá ser posto em quarentena. Outra medida tem passado pelo estabelecimento de pontos de acesso por carro para fazer análises. A companhia de comboios da Alemanha, a Deutsche Bahn, declarou a suspensão dos seus serviços de viagem até à Itália, tal como algumas companhias aéreas.

Com um modelo governativo com alguma flexibilidade, na Alemanha só alguns estados é que avançaram com o fecho de escolas. A Baixa Saxónia, localizada a noroeste, decretou encerramento para a partir de dia 16, tal como a Bavária, a Turíngia e o Protetorado de Sarre. Já a Renânia do Norte-Vestfália, não só seguiu a mesma ação, como ainda restringiu visitas a lares de idosos e proibiu conferências públicas.

Um dos aspetos mais polémicos da atuação alemã foi a resistência ao cancelamento de eventos desportivos. Inicialmente organizados para decorrer à porta fechada, a Liga alemã de futebol acabou por adiar os jogos da próxima jornada da primeira e segundas divisões da ‘Bundesliga’ depois de pressão pública e dos jogadores.

De mencionar ainda que a cidade de Neustadt/Dosse, no estado de Brandeburgo, entrou voluntariamente em quarentena, com mais de 2200 cidadãos em isolamento.

Economia:

O Governo alemão prometeu um programa de créditos "sem limites" para empresas para evitar problemas de liquidez no tecido empresarial devido aos efeitos associados à pandemia.

O ministro das Finanças, Olaf Scholz, assegurou numa conferência de imprensa que a solidez orçamental deixou de ser a prioridade em detrimento da luta contra a extensão do Covid-19 e que o Governo alemão vai pôr em andamento uma "rede de segurança" de "muitos milhares de milhões" para ajudar as empresas a conservar o emprego.

Scholz argumentou que o facto de ter mantido a estabilidade orçamental nos últimos anos lhe permite agora, em tempo de crise, "fazer o necessário" e tirar a "bazuca" financeira.

A "mensagem essencial" para afiançar a "confiança" entre as empresas e a população é que "não há limite superior para os créditos" que o banco público KfW pode conceder através da banca comercial.

"Vamos pôr desde o princípio todas as armas na mesa", afirmou o ministro das Finanças quando apresentava o plano de choque contra as consequências económicas do Covid-19 em conjunto com o ministro da Economia, Peter Altmaier.

O Governo alemão, indicou Scholz, também vai ajudar a nível orçamental as empresas, permitindo adiar pagamentos antecipados e reduzindo impostos com o objetivo de que nenhuma empresa viável entre em falência.

Além destas medidas para assegurar a liquidez, o Governo alemão e o Bundestag (câmara baixa) já aprovaram um sistema para facilitar o Kurzarbeit, a redução da jornada temporal e com garantia de emprego.

Altmaier indicou que o Governo dará a garantia necessária para que o KfW possa cumprir com o anunciado, e isso mediante uma ampliação das garantias que estabelece o Orçamento federal, até ultrapassar meio bilião de euros.

Entre as medidas anunciadas está também a ampliação dos programas existentes para ajudar a liquidez das empresas e com o objetivo de "mobilizar" empréstimos à banca privada.

Número de casos confirmados: 3758

Número de casos mortais: 8

Número de casos recuperados: 46

4) França:

Saúde Pública:

Com todas as suas regiões afetadas pelo covid-19, França está neste momento na fase dois do seu plano de ação para lidar com a epidemia, centrado na deteção e isolamento de casos, mas poderá vir a passar para a fase três.

Uma das medidas passa pelo adiamento de operações cirúrgicas não essenciais para libertar meios, sendo que o governo francês assumiu a produção de máscaras faciais e os preços dos desinfetantes estão tabelados pelo estado. A Air France cancelou as suas rotas para Itália até 3 de abril para evitar futuros contágios.

França decidiu proibir qualquer reunião ou evento que reúna mais de 100 pessoas, com o objetivo de frear a disseminação do coronavírus. Na prática, isto significa que museus, cinemas, teatros e outros espaços públicos vão ser encerrados. Lugares icónicos como o Museu do Louvre, a Torre Eiffel ou o Palácio de Versailles já se encontra, inclusive, fechados ao público.

Em toda a França, os cancelamentos de espetáculos e festivais também se aceleraram nos últimos dias, estando o próprio festival de cinema de Cannes em dúvida. As competições desportivas também estão paradas, como os campeonatos de futebol e de râguebi ou a maratona de Paris, que foi adiada.

As creches, escolas e universidades vão ser encerradas no dia 16 e Emmanuel Macron fez um apelo a pessoas com mais de 70 anos, com doenças crónicas ou deficiências, para que não saiam de casa para além do estritamente necessário. A visita a lares de idosos foi também proibida.

Os transportes públicos não foram encerrados, para permitir a circulação de profissionais de saúde, nem a primeira volta das eleições autárquicas, marcada para dia 15, vai ser adiada. A decisão foi tomada por Macron depois de este consultar cientistas que estimam que "não há nada que impeça os franceses de ir às urnas". 

Economia:

“Nenhum funcionário vai perder sequer um cêntimo”. A promessa, feita pelo ministro da Economia, Bruno Le Maire, marca uma viragem da postura liberal do executivo francês para uma série de medidas de caráter intervencionista.

Prometendo gastar “milhares de milhões de euros” para salvaguardar a economia francesa, o ministro já fez saber que vai cobrir as perdas de mais de cinco mil empresas devido à falta de mão de obra, a cumprir isolamento.

“O Estado vai aguentar com o fardo financeiro das pessoas que têm de ficar em casa”, disse também o presidente Emmanuel Macron, que pediu a toda a gente que pudesse trabalhar a partir de casa que o fizesse. O líder francês indicou ainda que ai ser implementado um mecanismo de “desemprego parcial massivo e excecional” para subsidiar funcionários impedidos de trabalhar, assim como vai ser permitido às empresas adiar “sem justificação, sem formalidades nem penalizações o pagamento das contribuições e impostos relativos a março”.

O governo francês prometeu ainda ajudar empresas com participação estatal — e outras fundamentais para a economia francesa, como a Air France e a Renault —, assim como ajudar as PME com uma série de medidas, como empréstimos de curto prazo.

Mas a resposta francesa à crise não é apenas interna, estando o país na linha da frente para pedir à União Europeia uma reação concertada. Le Maire, aliás, sublinhou que a crise é mundial e pediu, por isso, uma resposta "massiva" por parte da União Europeia (UE).

Na reunião de ministros das Finanças, em 16 de março, a França proporá "uma série de medidas orçamentais que permitam definir um plano de impulso económico massivo que permita pôr de novo a funcionar a maquinaria económica no dia depois da crise".

Número de casos confirmados: 3667

Número de casos mortais: 79

Número de casos recuperados: 12

5) Suíça

Saúde Pública:

Apesar do seu tamanho diminuto, a Suíça é neste momento um dos países mais afetados da Europa, contando com mais de 1000 casos. A sua centralidade no continente europeu — fazendo fronteiras com França, Alemanha e, principalmente, Itália — tornou-o particularmente suscetível à transmissão do surto.

Para conter o pandemia no seu território, a Suíça, que não é membro da União Europeia mas integra o espaço Schengen, decidiu reintroduzir “com efeito imediato e caso a caso, controlos Schengen em todas as suas fronteiras”.

Uma coisa é certa, italianos, por enquanto, não entram em território suíço. A entrada na Suíça a partir da Itália é somente autorizada “aos cidadãos suíços, às pessoas que tenham autorização de residência na Suíça e às que viajem para a Suíça por motivos profissionais”. O trânsito e transporte de mercadorias, porém, permanecem autorizados.

Perante a rápida propagação do novo coronavírus, presente na quase totalidade dos 26 cantões do país, a Suíça adotou medidas também para favorecer o “distanciamento social”.

Neste âmbito, até ao final de abril estão proibidas concentrações com mais de 100 pessoas. Esta regra é também válida para locais de lazer, museus, centros desportivos, piscinas e estâncias de esqui. Os restaurantes, bares e discotecas não poderão acolher em simultâneo mais de 50 clientes.

As escolas também não poderão dar aulas diretamente aos alunos até 4 de abril, tal como a universidades. No entanto, o Governo pediu aos pais para não deixarem os seus filhos com os avós para evitar riscos aos mais idosos.

No cantão de Ticino, junto à fronteira italiana, as medidas foram ainda mais drásticas: qualquer espaço público dos acima referidos foi encerrado até dia 31 de março. 

Economia:

Similar à postura adotada por outros governos — se bem que não contando com o auxílio da União Europeia — a Suíça aprovou um pacote de 10 mil milhões de francos suíços (aproximadamente 9,4 mil milhões de euros) para suavizar o impacto económico da epidemia.

O ministro da economia da Suíça, Guy Parmelin, informou que a grande maioria do dinheiro disponibilizado servirá para permitir às empresas que não façam lay-off a trabalhadores de curta duração, assim como para empréstimos para apoiar alguns setores estratégicos da economia.

A medida especialmente drástica quando comparada com o orçamento do estado para 2020: o parlamento suíço aprovou um valor aproximado de 75 mil milhões de francos suíços (aproximadamente 70 mil milhões de euros).

Número de casos confirmados: 1359

Número de casos mortais: 13

Número de casos recuperados: 4

Ponto de situação em Portugal

O Governo decidiu um conjunto de medidas devido à pandemia Covid-19, entre as quais a suspensão de aulas presenciais nas escolas para todos os graus de ensino, já a partir de segunda-feira, anunciou o primeiro-ministro, António Costa.

Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população

O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:

  • Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
  • Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Evitar contacto direto com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
  • Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24).

O Governo decidiu também declarar o estado de alerta em todo o país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Esta quinta-feira, 12 de março, o Conselho de Ministros aprovou ainda um conjunto de "medidas extraordinárias e de caráter urgente" de resposta à situação epidemiológica do novo Coronavírus. Uma lista que se reparte essencialmente por quatro áreas: apoio às famílias, às empresas, reforço do Sistema Nacional de Saúde e medidas na educação.

O surto de Covid-19 está a motivar, desde a semana passada, o encerramento ou o condicionamento do acesso a serviços públicos, escolas, hospitais e outros equipamentos em Portugal. Conferências, provas desportivas ou eventos culturais também estão a ser afectados. A lista completa pode ser consultada aqui.

Onde posso consultar informação oficial?

A DGS criou para o efeito vários site onde concentra toda a informação atualizada e onde pode acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo. Pode ainda consultar as medidas de segurança recomendadas e esclarecer dúvidas sobre a doença.

Quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas em Portugal - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.

Até este sábado, 13 de março, o país registou 169 casos confirmados de infeção, há 1704 casos suspeitos, sendo que 126 aguardam resultado laboratorial. Mais de cinco mil pessoas estão em contacto de vigilância para a monitorização de sintomas com as autoridades de saúde.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro de 2019, na China, e já provocou mais de 5500 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 148 mil pessoas, com casos registados em mais de 130 países e territórios. Mais de 71 mil dos infetados já recuperou.

*Com agências

[Números de casos recolhidos a partir da Johns Hopkins University]