Quem é que deve ir aos centros de teste?
Segundo a Autoridade Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, apenas devem dirigir-se aos centros de teste os utentes que tenham prescrição do médico de família ou a indicação da linha SNS24 - 808 24 24 24.
Quem não tiver médico de família atribuído, está, ainda assim, inscrito numa unidade de saúde ou num centro de saúde e deve igualmente contactar por telefone, apesar de não ter uma equipa de saúde fixa atribuída.
A linha SNS24 pode, inclusive, encaminhar um potencial doente para uma ADC (Área Dedicada a Covid-19).
De resto, só devem recorrer a estes serviços casos suspeitos de Covid-19, o que actualmente a Direção-Geral da Saúde determina como sendo pessoas que padeçam de sintomas como tosse persistente, febre com temperatura igual ou superior a 38.0ºC e dificuldade respiratória.
O que são as ADC?
As ADC são uma medida implementada pela Direção-Geral da Saúde e implica a criação de zonas especiais para avaliação e tratamento de doentes infetados com o novo coronavírus. A ARS de Lisboa e Vale do Tejo, por exemplo, criou 35 destas ADCs.
Tornadas norma pela DGS a 16 de março, foram implementadas no dia 26, quando Portugal entrou na fase de mitigação, a terceira e mais grave fase de resposta à doença, ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.
As ADCs podem ser criadas em dois locais: em serviços de urgência e em estabelecimentos de cuidados de saúde primários, ou seja, nos agrupamentos dos centros de saúde.
A norma da DGS estipula que as áreas dedicadas devem ser compostas, no mínimo, por duas salas de observação e uma área de tratamentos, devem ter áreas de receção e de espera separadas das dos doentes sem suspeita de Covid-19 e acesso a instalação sanitária com sabão e toalhetes de papel para uso exclusivo.
Para que servem as ADCs?
A vantagem das ADCs é criar zonas específicas nos espaços dos centros de saúde de triagem para que pessoas assintomáticas e sintomáticas não se misturem, o que diminui o potencial de contágio.
Para além disso, as pessoas com sintomas com tosse, febre e dificuldade respiratória podem não ter necessariamente o coronavírus, pelo que são observadas por um médico na ADC. Este decidirá se os utentes são enviados para o centro de testes para fazer um despiste.
Outra vantagem é que, canalizando potenciais infetados para estas áreas, consegue-se assim retirar dos hospitais pessoas que, ainda que sintomáticas, possam não ter necessariamente o vírus ou que o tenham, mas este cause apenas sintomas ligeiros. Assim, os hospitais ficam reservados apenas para pessoas que requerem cuidados de internamento ou internamento com ventilação.
As pessoas assintomáticas, de resto, não têm indicação para fazer o teste.
Qual é lógica por trás desta estratégia das ADCs?
Não assoberbar o Sistema Nacional de Saúde com doentes. O plano da fase de mitigação segue a regra 80-15-5, já várias vezes mencionada pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Nesta, prevê-se que 80% das pessoas infetadas vão ter sintomas muito ligeiros, ou seja, ficam em casa e são acompanhadas diariamente por um médico para perceber se a sintomatologia agudiza de ligeira para moderada ou grave. Já 15% são pessoas sintomáticas cujo estado clínico se agudiza e que passam a necessitar de cuidados de internamento no hospital. Finalmente, os 5% são pessoas também sintomáticas e cuja gravidade do seu quadro clínico necessita, além de cuidados hospitalares, de suporte ventilatório, ou seja, de ficar nos Cuidados Intensivos.
Quem é que faz os testes?
Existem dois eixos no que toca aos esforços de deteção da Covid-19 em Portugal, o setor público e o setor privado.
Os serviços do setor público são assegurados pelo laboratório de referência nacional, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), e por laboratórios hospitalares capacitados para o efeito. O Laboratório Militar, em Lisboa, também começou a colaborar.
Já os serviços do setor privado são compostos por uma rede de laboratórios privados a trabalhar em colaboração com o Ministério da Saúde. Ao todo, existem 75 postos de colheita, sendo que 37 podem fazer colheitas ao domicílio.
São estes, por exemplo, que têm assegurado a criação de postos de colheita estilo “Drive Thru” — de acesso via automóvel — em parceria com vários municípios.
Mas para além disso, outras entidades já começaram também a prestar apoio às unidades de saúde, como é exemplo das instituições do ensino superior, que se têm disposto a ajudar, de Bragança a Faro, passando pela Covilhã, Lisboa ou Porto.
Que tipo de teste se usa para detetar a Covid-19?
Conforme explicado por Fernando Almeida, presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, os testes que estão a ser usados em Portugal são os RT-PCR, recomendados tanto pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças como pela Organização Mundial de Saúde.
Estes são os testes usados para “vigiar e fazer estudos de sequenciação e de identificação do gene para diagnóstico rápido”.
Este teste é diferente de outros que também têm sido mencionados como os de base serológica, que detetam os anticorpos que as pessoas produzem para combater a infeção. Estes testes não têm base prática para a triagem dos pacientes porque, explicou Fernando Almeida, “estes anticorpos só são detetados 7 a 10 dias depois da infeção”, ou seja, não garantem a tempo “a situação - positiva ou negativa - de um suspeito de Covid-19”.
No entanto, os testes serológicos têm outra função que será explicada mais à frente.
Como é que se processa o teste?
O teste é muito rápido na sua execução. Passa pela recolha de amostras biológicas no nariz e na garganta: segundo a DGS, “é recolhida uma amostra de produto (exsudado) nasal (nasofaringe) ou da parte posterior da garganta (orofaringe), ou ambas, usando uma ‘espécie de cotonete’ (zaragatoa)”.
As amostras são depois enviadas para laboratório, onde são avaliadas para a deteção da Covid-19. De acordo com uma orientação da DGS, a metodologia aplicada é a “amplificação dos ácidos nucleicos [onde se encontra o vírus], pela reação de polimerase em cadeia (PCR)”.
Fazem-se, por norma, dois tipos de análise à amostra: um “teste de screening, que permita a deteção do sub-género Sarbecovirus (SARS-CoV, SARSCoV-2 e outros coronavírus de origem animal)” e um “teste confirmatório, específico para o novo coronavírus SARS-CoV-2”.
“Um caso confirmado laboratorialmente apresentará as duas reações de PCR positivas”, indicam as autoridades de saúde. No entanto, os testes confirmatórios só costumam ser ser realizados “para resultados inconclusivos”.
Onde posso ir fazer o teste?
Para além dos centros hospitalares, de norte a sul do país, vários municípios desdobraram-se em iniciativas — algumas em colaboração com o setor privado — para garantir às suas populações centros de teste para fazer o despiste à Covid-19. Segundo a DGS, são já 87 os postos de colheita em Portugal Continental, sendo esta lista de localidades com os centros, até à data.
Uma vez encaminhado para fazer o teste, dirijo-me para um centro de teste, de diagnóstico ou de rastreio?
Os dois primeiros termos estão corretos, mas o terceiro não. Segundo a ARS de Lisboa e Vale do Tejo, o termo rastreio é erróneo porque implica o convite a grupos populacionais para detetarem determinadas doenças, como o cancro do cólon e reto ou do útero.
Neste caso, tratam-se de centros de testes destinados à Covid-19, onde se visa perceber se pessoas sintomáticas são doentes que podem ser acompanhados em casa, ou se, dada a agudização dos sintomas, devem ir para internamento.
Ao receberem a requisição do teste, a DGS indica que os visados devem contactar telefonicamente o centro ou laboratório onde pretendem realizar o teste de Covid-19 e agendá-lo. Este pode até nem ser feito no centro ou laboratório e sim em casa, mediante marcação.
OK, o teste está feito. E agora?
Feito o teste, o utente deverá ir para casa fazer quarentena e aguardar o resultado, que deverá estar pronto em 48 horas. Este será colocado numa plataforma chamada "Trace Covid-19" — uma ferramenta de suporte para os profissionais de saúde onde registam o teste feito a um utente. O médico de família que está nestes ADCs vai ligar ao utente, dizendo uma de duas coisas.
O primeiro cenário - se o teste der positivo para o novo coronavírus.
Se o utente não tiver sintomas agudizados, fica em quarentena e, durante 14 dias, um médico assistente vai ligar-lhe uma vez por dia para perceber se estes sintomas se mantêm inalterados ou se se agudizaram. Ou seja, faz-se um seguimento diário do utente para perceber qual o comportamento do seu estado clínico.
Se melhorar ou ficar na mesma?
Se mantiver sempre o mesmo estado clínico, ou seja, com sintomas ligeiros, mantém-se em casa em quarentena até findarem os 14 dias. Se se mantiver assim, durante os 14 dias, volta-se a fazer um teste para que se certifique que o utente já não tem a doença. Segundo a DGS, considera-se atualmente uma pessoa curada quando apresentar dois testes diagnósticos consecutivos negativos. Os testes são realizados com intervalos de 2 a 4 dias, até haver resultados negativos. A duração depende de cada doente, do seu sistema imunitário e de haver ou não doenças crónicas associadas, que alteram o nível de risco.
E se piorar?
Se piorou substancialmente e está com dificuldade respiratória profunda e com febre igual ou superior a 38º, nesse caso, o médico envia o utente para um hospital, porque carece de internamento.
Como é que se tem a certeza do diagnóstico?
Dado que o período de incubação da doença após infeção está estimado entre os cinco e os sete dias, por uma questão de segurança esperam-se assim outros sete — o que perfaz 14 dias, o período recomendado de quarentena — para fazer novos testes. Nesta fase, fazem-se um teste e um contra-teste no espaço de 24 horas. Se ambos forem negativos, o doente está, para efeitos clínicos, assintomático.
Toda a gente deve fazer dois testes?
O princípio de segurança é esse, como disse Graça Freitas a 2 de abril: “Nós continuamos obviamente a considerar que o padrão melhor de boas práticas é ter dois testes negativos, será a certeza de que, de facto aquela pessoa já está negativa e, à partida, não estará a contagiar outras”.
No entanto, já houve casos de doentes em Portugal que receberam alta hospitalar sem fazerem o segundo teste, sendo que o que foi utilizado para diagnóstico foram “critérios clínicos” dos profissionais de saúde. Nesses casos, o que é avaliado é “a condição clínica destas pessoas, se estão assintomáticas”, segundo Graça Freitas.
O segundo cenário - o teste dá negativo.
É preciso fazer quarentena durante 14 dias à mesma, pois mesmo que o teste seja negativo, existe a possibilidade da doença não se ter manifestado ainda ou do teste ter resultado num falso-negativo.
Falso-negativo? Mas os testes não são fiáveis?
Os testes RT-PCR são os mais fiáveis atualmente disponíveis no mercado, mas ainda assim tem havido casos em que falham. Este é um dos grandes desafios de lidar com uma pandemia de uma doença da qual ainda se pouco conhece, inclusive, sobre como analisar os resultados dos testes.
Um doente, por exemplo, se receber um teste positivo, é quase garantido ter a doença, mas se receber um teste negativo, este pode ser falso-negativo e a pessoa estar doente, mas a Covid-19 não ter sido detetada por ter ainda uma baixa carga viral da doença.
Esta é a hipótese avançada por um estudo publicado no Mayo Clinic Proceedings, que calcula que numa população de 40 milhões de pessoas testadas, dois milhões podem ser falsos-negativos, o que pode significar uma segunda vaga de infetados que na verdade já o eram.
No entanto, o problema não se fica por aqui, já que começaram a surgir nos Estados Unidos da América relatos de pessoas com sintomatologia óbvia para Covid-19 mas que testam negativo para a doença numa primeira instância.
Para além do problema acima referido da possível baixa carga viral, outros obstáculos podem comprometer a exatidão dos testes. Os testes PCR necessitam de uma amostra retirada da nasofaringe e/ou da osofaringe, locais onde se aloja o vírus. No entanto, estas duas partes do corpo são de difícil acesso — daí o uso das zaragatoas — e é possível, conforme explicou uma especialista ao The Verge, que se retire uma amostra incompleta que resulte num diagnóstico positivo errado por não ter matéria viral suficiente.
Mais: dada a urgência do momento e a escassez de testes, repetem-se casos onde o resultado não foi totalmente conclusivo mas não é possível repetir o teste, pelo que o critério baseia-se na interpretação dos sintomas feita pelos profissionais de saúde, como no caso acima descrito.
As pessoas assintomáticas devem ir fazer testes?
É uma questão difícil de responder. Se por um lado, existe o exemplo dado pela Islândia, país que testou a 10% da sua população e descobriu que metade dos infetados com o coronavírus eram assintomáticos, por outro, as suspeitas acima descritas de potenciais casos falsos-positivos podem ter implicações graves se um paciente sem sintomas estiver infetado e agir como se não estivesse.
O subdiretor-geral da saúde, Diogo Cruz, aludiu a este aspeto na conferência de imprensa realizada na sede da DGS no passado dia 24 de março, dizendo que fazer testes sem sintomatologia dá “uma falsa sensação de segurança”. “A realização de testes enquanto as pessoas estão assintomáticas não nos dá nenhuma garantia de que a pessoa não venha a desenvolver [a doença], sendo que hoje não toma as medidas de proteção e amanhã está infetada e pode contagiar as outras pessoas”, disse.
O problema encontra-se no facto de ainda não se saber ao certo qual a melhor altura no estágio de evolução da doença para se fazer o teste. No caso de uma gripe comum, por exemplo, a melhor altura é nos primeiros sintomas porque esta doença tem um período curto de incubação. No entanto, a Covid-19 tem um período bastante mais longo e que ainda está a ser estudado, não se sabendo em que fase é que é mais provável de se obter um resultado de teste exato.
Há exceções no acesso aos testes?
Sim, em caso de impossibilidade de testar toda a gente com suspeita de infeção, a DGS estabeleceu uma cadeia prioritária: primeiro, são os doentes com critérios de internamento hospitalar; segundo, os recém-nascidos e as grávidas; terceiro, os profissionais de saúde com sintomas.
Seguem-se os doentes com comorbidades (como asmáticos, insuficientes cardíacos, diabéticos, doentes hepáticos ou renais crónicos, pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica e doentes com cancro) ou pessoas com imunidade mais frágil; e as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, como residentes em lares ou que estão em unidades de convalescença.
Quanto a estes últimos, dado serem maioritariamente habitados por pessoas nos maiores grupos de risco e de serem potenciais focos de infeção, os lares para a terceira idade de todo o país começaram a ser alvo de ações de despiste à Covid-19.
A operação, organizada em conjunto entre o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (que tutela os lares) e o Ministério da Ciência, e feita em parceria com a Cruz Vermelha e o Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa (que criou uma versão própria de um kit de diagnóstico do vírus), começou no dia 30 de março
Os concelhos de Lisboa, Aveiro, Évora e Guarda foram os primeiros a ser visados, o que levou a várias queixas de outros municípios quanto aos critérios de escolha.
Para além dos grupos acima mencionados, também as forças e serviços de segurança e os bombeiros passaram a ser prioritárias nos testes à Covid-19 A decisão partiu do Governo, tendo sido a secretária de Estado da Administração Interna a anunciá-la.
O Governo sugeriu ainda a possibilidade de passar a testar profissionais de Saúde, hipótese avançada pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, a 24 de março, mas tal não se veio a materializar, apesar dos pedidos das diferentes classes.
Como é tem corrido o abastecimento dos testes em Portugal?
Esse tem sido um dos maiores desafios do Governo, munir as unidades de saúde e os laboratórios dos componentes necessários para a realização de testes.
De acordo com os números governamentais apresentados, Portugal realizou desde 1 de março “mais de 200 mil testes” à Covid-19, tendo a maioria sido feita já em abril. Lacerda Sales informou também que a média de testes feitos em Portugal ronda os 10 mil, o que faz o país aproximar-se de “uma taxa de quase 18 mil testes por milhão de habitantes”.
Isso, segundo as medições do World of Meters, faz com que Portugal esteja em 18º lugar a nível mundial no que toca à proporção de testes por milhão de habitantes, ultrapassando países como a Alemanha, a Coreia do Sul ou a Itália.
Para chegar a estes valores, não tem sido uma tarefa fácil. Aqui, a política tem sido a de “racionalização” e não de “racionamento”, ou seja, o Governo defende que não está necessariamente a poupar na compra de testes, devendo ir sendo feita mediante as necessidades do país ao longo da evolução da pandemia.
A esse respeito, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, salientou que tem que haver “um critério racional” para aplicar os testes porque “não se pode fazer um rastreio populacional de 10 milhões de habitantes, não há capacidade para isso”.
No entanto, desde o início da pandemia que as autoridades se têm debatido com problemas de escassez, havendo vários atrasos na entrega de kits de extração, zaragatoas e reagentes para laboratório, o último dos quais admitido no passado dia 12. No entanto, neste momento o país já conta com um milhão e 35 mil testes em stock.
Os problemas prendem-se essencialmente com a elevada procura destes bens a nível mundial, assim como alguns constrangimentos no seu transporte para Portugal. "O mercado é o mercado", tem dito Lacerda Sales.
Quem foi infetado pela Covid-19, adquire imunidade?
Essa é a grande questão que se segue. A comunidade científica tem vindo a reunir-se em torno da possibilidade de quem foi infetado passar a adquirir imunidade, mas ainda não há certezas. Essas só poderão ser atingidas com os testes sorológicos.
Estes são testes que permitem verificar se uma pessoa está protegida contra uma doença infecciosa, quer tenha ou não sintomas, ao pesquisarem no soro sanguíneo a presença de anticorpos específicos capazes de neutralizar antigénios, as substâncias produzidas pelos agentes infecciosos ou tóxicos.
Na prática, a análise é feita a partir de uma colheita de sangue e, até ao aparecimento de uma vacina eficaz, devem ser repetidos periodicamente para se ver se a quantidade de anticorpos produzidos se mantêm nos níveis adequados.
Portugal vai avançar com os primeiros testes sorológicos para o novo coronavírus, anunciou Graça Freitas, a 4 de abril. O projeto vai ter início numa fase piloto, no final de abril ou na primeira semana de maio, abrangendo cerca de 1.700 pessoas, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, o laboratório nacional de referência sob a tutela do Ministério da Saúde.
Estando a maioria dos doentes em Portugal ainda em "fase de recuperação", a diretora-geral da Saúde alertou que se a análise "for demasiado precoce", pode "ainda não haver anticorpos", pelo que é preciso aguardar pela "data ideal para fazer isso numa amostra da população". Para além disso, vai ser preciso repetir testes para "ver a duração dessa imunidade", já que "o histórico do vírus é muito curto".
Vários laboratórios científicos estão a desenvolver estes testes, esperando tê-los validado no fim de abril ou início de maio.
Especialistas consideram que estes testes são uma ferramenta importante para se perceber quem já contactou com o SARS-CoV-2 e, em princípio, está protegido e quem não foi infetado e está exposto.
Para os imunologistas, os testes serológicos podem ser úteis, numa fase avançada de uma epidemia, e num cenário de isolamento social generalizado, para um governo decidir que pessoas podem regressar progressivamente à vida normal, por exemplo ao trabalho ou à escola, ou que profissionais de saúde podem continuar, sem riscos acrescidos, na linha da frente dos cuidados a doentes.
O teste, porém, já foi utilizado. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa foi dos primeiros portugueses a ser submetido ao novo teste sorológico, que lhe revelou que não tinha adquirido imunidade porque não chegou a ser infetado.
*com Agência Lusa
Comentários