Luzes de alerta e luzes de festa

Margarida Alpuim
Margarida Alpuim

O baque foi grande. Mesmo. Daqueles que nos fazem suster a respiração por uns segundos e ganhar algumas tonturas. De repente, a menos de meio metro de distância dos meus olhos, as imagens que não queria ver. O The Guardian tinha publicado um vídeo do momento em que a polícia abate o homem que hoje atacou várias pessoas na London Bridge.

Uns segundos depois, o vídeo já lá não estava - fiquei tão supreendida com aquela publicação, como aliviada por perceber que o The Guardian sabia que aquelas imagens não eram para estar ali.

Hoje o dia foi assim: cheio de intermitências. Entre as luzes que nos deixam de sobreaviso e as que nos convocam para um tempo, por definição, de esperança.

As primeiras luzes de alerta chegaram pelas 14h. Mais um ataque na London Bridge (a mesma ponte tinha sido palco de um atentado terrorista em 2017). Neste momento sabemos que há pelo menos duas vítimas mortais, além do atacante.

A contrastar com a escuridão que agora cai sobre os familiares das vítimas está a força das pessoas que iam a passar na rua e que decidiram intervir e confrontar o atacante. São luzes de coragem.

Ainda as informações de Londres não estavam todas confirmadas e mais uma notícia de um ataque nos chegava. Desta vez em Haia. Numa rua comercial da cidade holandesa, um homem esfaqueou pelo menos três pessoas. À hora a que lhe escrevo este texto, ainda as sirenes dos carros da polícia e das equipas de emergência iluminam o local.

Por cima delas, outras luzes se acendem. As de Natal. Um final de novembro com notícias a pesar no coração, numa altura em que se começa a sentir o espírito natalício.

Por Portugal, são várias as cidades onde as luzes de celebração desta época estão a chegar. Em Lisboa, as iluminações acenderam-se hoje, e com elas vieram feiras, mercados e concertos - consulte aqui todo o programa. Mais a norte, a Vila de Natal de Óbidos também abriu as portas hoje e propõe uma viagem “da terra até à lua”. Nadamos até ao Funchal e por lá encontraremos mais de um milhão de lâmpadas para iluminar o Natal madeirense - mas só a partir de dia 1.

Além das luzes, há também o Circo de Natal no Porto, um presépio gigante em Vila Real de Santo António, sacos de plástico a compor as decorações em Santiago do Cacém, e muitos outros - prometemos ir atualizando a lista no SAPO24.

Antes de apagar as luzes por hoje, deixo-lhe quatro sugestões para amanhã:

  • Em Lisboa, no Cinema Ideal, às 18h45, vai haver uma sessão especial do multipremiado filme português "Vitalina Varela”, de Pedro Costa. Depois da exibição, uma conversa com o artista Rui Chafes e a realizadora Marta Mateus.
  • No Porto, no auditório de Serralves, poderá assistir à conferência “Sophia e as Artes Plásticas”, incluída nas comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner - se se quiser inspirar, temos um belo trabalho da Alexandra Antunes, com o Pedro Botelho, o Paulo Rascão e o Pedro Marques dos Santos, onde a amizade, a obra e a vida de Sophia e de Jorge de Sena surgem numa conversa para ler e ouvir.
  • Por falar em Jorge de Sena, no Casino da Figueira da Foz, haverá um jantar literário a assinalar os 100 anos do nascimento do escritor.
  • Por todo o país, arranca mais uma campanha do Banco Alimentar Contra a Fome. A recolha de alimentos vai ser feita por 40 mil voluntários em cerca de duas mil lojas durante todo o fim de semana.

Sem intermitências e com vontade de me manter atenta às luzes que por aí andam (as que desafiam a resistência, as que nos alertam para a dureza do mundo e as que alimentam o coração), o meu nome é Margarida Alpuim e hoje o dia foi assim.

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