Até nunca, 2020

Tomás Albino Gomes
Tomás Albino Gomes

2020, annus horribilis, termina com um retrato daqueles que foram os últimos nove meses, desde que no dia dois de março foi detetado o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus em Portugal. Hoje, dia 31 de dezembro, foi o pior dia da pandemia com a Direção-Geral de Saúde a contabilizar 7.627 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. Um murro no estômago entre festas para garantir, como se fosse sequer possível, de que não nos iríamos esquecer de vinte vinte, o número redondo que não nos fez andar em círculos, mas que nos fechou nos nossos quadrados.

2021 vai começar da mesma forma, para a esmagadora maioria da população. Cada um no seu quadrado, como um dia profetizou Iran Costa. A partir das 23 horas o país entra em recolher obrigatório até 5h00 do dia 1 de janeiro, o primeiro de três - sexta-feira, sábado e domingo - em que as pessoas terão entre as 5h00 e as 13h00 a única janela temporal para poder sair de casa. Medidas restritivas, antagónicas às do período natalício. É a dieta para curar o pecado.

Mas não fujamos já para lá da meia-noite, não vá existir alguma superstição igual à dos parabéns antecipados e azaremos já isto tudo. Embalemos o novo ano com a esperança e as coisas boas de 2020 - sim, aconteceram. O Almanaque da Felicidade dá hoje a conhecer mais duas histórias, a da cientista Maria Manuela Mota, que coordenou a criação dos primeiros kits de diagnóstico portugueses da covid-19, e Miguel Oliveira, piloto de Moto GP, que este ano conquistou os seus dois primeiros Grandes Prémios.

Agora, o que é aconteceu no mundo no último dia do ano? Coisa pouca, mas importante. O caso da morte de Ihor Homeniuk conheceu hoje um novo capítulo com a notícia de que a família do cidadão ucraniano, que morreu às mãos do SEF vai ser indemnizada em cerca 800 mil euros. Para além disso, a campanha de vacinação nos Açores começou hoje. E, a fechar o pódio, o Ministério da Justiça admitiu a existência de "dois lapsos" no currículo do procurador José Guerra que enviou para o Conselho da União Europeia, no âmbito da sua nomeação para o cargo de procurador europeu.

Acho que está tudo. Vamos fechar isto? Permita-me apenas deixar em jeito de sugestão, para quando estiver a contar as passas, a verificar se não esqueceu de vestir roupa interior azul ou a preparar as panelas e frigideiras para ir para a janelas espantar os males deste ano, sugerir quatro artigos que são o olhar sobre 2020 sob a lente do SAPO24. O primeiro, o retrato de 12 meses que foram marcados por uma série de avanços e recuos no que toca aos impactos ambientais. O segundo, o obituário do ano, um artigo que mesmo que tenha só um nome, será sempre um nome a mais. Terceiro, o resumo de 2020 em imagens, porque às vezes os clichês também são verdade e uma fotografia pode mesmo valer por mil palavras. Por último, mas não menos importante, o resumo do ano no SAPO24, casa que eu e os meus colegas partilhámos consigo. Aqui vai encontrar o principal de 2020 e os artigos mais vistos por quem nos leu.

Agora sim, votos de muita saúde e felicidade. Que o próximo ano consiga cumprir o requisito mínimo de ser melhor do que este.

P.S. Já temos spoilers de como vai ser 2021. Espreite aqui esta galeria com as imagens de quem já lá chegou.

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