A “casa aberta”, o ex-presidente internado, o bom filho que a casa tornou e aqueles que procuram uma nova vida

António Moura dos Santos
António Moura dos Santos

Estar nesta área, em que se acompanha a atualidade e se escreve notícias em conformidade, implica que se dê boas e más novas no espaço de horas, às vezes meros minutos. Hoje aconteceu algo assim.

A seguir à hora de almoço, a task-force da vacinação anunciou que quaisquer utentes ainda por vacinar contra a covid-19 podem agora beneficiar da “casa aberta”, ou seja, sem marcação prévia, em qualquer ponto do país — e podem até receber a segunda dose num espaço diferente de onde levaram a primeira. Para tal, basta utilizar o sistema de senha digital que tal regime implica.

A razão para a medida é simples e é um atestado ao sucesso que o esforço de vacinação tem tido: visto que “grande parte da população portuguesa elegível já se encontra vacinada", refere a task-force, passou a haver “uma maior disponibilidade nos vários centros de vacinação abertos ao momento".

A esta boa notícia — não só porque significa uma desburocratização e simplificação do processo, mas também porque é sinal do avanço da vacinação — sucedeu-se uma má.

A meio da tarde começaram a surgir relatos de que Jorge Sampaio foi transportado de urgência para o Hospital de Santa Cruz, em Lisboa. O ex-Presidente da República, que se encontrava no Algarve, terá sentido dificuldades respiratórias e, dado o seu historial de doença cardíaca, foi de imediato internado.

Neste momento sabe-se pouco quanto ao seu estado de saúde — o prognóstico é “reservado”, segundo fontes hospitalares — e o que se sabe foi revelado de forma algo indiscreta por alguém que ocupa o mesmo cargo que já teve, Marcelo Rebelo de Sousa.

"Está, como é público, sedado e, portanto, está num processo de estabilização em termos respiratórios e pouco a pouco [os médicos] vão ver se retiram a sedação e ver como será a reação", disse o atual Presidente da República.

Enquanto alguns lutam pela sua vida, o resto do dia fez-nos saber que outros decidiram mudar o rumo da sua. Foi o caso de Cristiano Ronaldo. Os rumores tornaram-se ensurdecedores nas últimas semanas quanto ao seu mal-estar na Juventus — para onde se mudou em 2018 com a promessa de ajudar o clube de Turim vencer uma Liga dos Campeões.

Tal não aconteceu, ainda que o astro português tenha engrossado o seu currículo com outros títulos, e Ronaldo saiu mesmo. O temor de muitos fãs do jogador era de que ingressasse no Manchester City, rivais figadais do Manchester United, onde jogou durante seis anos. Os primeiros relatos apontavam para isso mesmo.

No entanto, ao aterrar em Lisboa, já com Turim lá atrás, o cenário mudara radicalmente de figura — era mesmo para o United onde iria a seguir, regressando ao fim de 12 anos e provando, quiçá, que ainda há romance no futebol.

Mas o avião onde Ronaldo viajou não foi o único de menção a aterrar em solo nacional. No rescaldo do atentado ontem perpetrado pelo ISIS-K em Cabul, no Afeganistão — que, de acordo com o balanço mais recente, vitimou 170 pessoas e afinal resultou de uma única explosão —, chegou hoje a Portugal um avião com refugiados afegãos, ao Aeródromo de Figo Maduro.

São ao todo 24 pessoas, incluindo crianças, que colaboraram com Portugal e, por isso, corriam risco de represálias dos talibãs. O grupo, acompanhado pelos militares portugueses que estavam destacados no Afeganistão, foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa e João Gomes Cravinho.

Se este último, o Ministro da Defesa, disse aos jornalistas que a sua vinda se tratou de honrar uma "dívida de gratidão", Marcelo Rebelo de Sousa, frisou que se tratou de uma missão para ajudar quem "esteve connosco" em "situações difíceis".

"Portugal sai de cabeça erguida daquilo que era o cumprimento de um princípio moral. Quem esteve connosco sempre, em situações difíceis, merecia que nós estivéssemos com eles e elas na situação mais difícil da sua vida, que é a situação de assistir ao drama a que se assiste com o povo afegão", afirmou o Presidente da República.

Durante a noite deverá chegar ainda outro avião — a quem bem vier, basta uma simples mensagem: “sejam bem-vindos”.

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