A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) considerou hoje que "ainda há espaço" para três grandes grupos de saúde privada voltarem atrás relativamente ao fim das convenções com a ADSE, abrindo a porta ao diálogo com o Estado.
O primeiro-ministro, António Costa, garantiu hoje que a ADSE não vai acabar e reafirmou a intenção do Governo de negociar preços justos com os grupos privados prestadores de cuidados de saúde.
O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE vai reunir-se com a ministra da Saúde na próxima terça-feira, segundo informou hoje este órgão que representa os beneficiários e onde têm também assento membros do Governo.
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, defendeu hoje que é urgente que o Estado resolva o problema entre os privados e a ADSE e aproveite a disponibilidade do setor social.
A Fundação Champalimaud admite conseguir absorver alguns beneficiários da ADSE provenientes de hospitais que suspendam as suas convenções e garante que o relacionamento com o subsistema se mantém de forma tranquila.
O PS apelou hoje a uma negociação "serena" entre ADSE e grupos privados de saúde, visando a preservação deste esquema segurador dos funcionários públicos, mas salientou que o Governo deve ser "firme" em defesa do interesse público.
A presidente da ADSE afirma que tem em análise “largas centenas” de pedidos de novas convenções, mas indica que estão a ser feitos “todos os esforços” para resolver as questões com os privados que ameaçam abandonar o sistema.
A regularização de faturas por parte da ADSE, contestada pelo privado, vai acabar em breve, segundo a presidente do subsistema de saúde, que adianta ainda que os hospitais privados ainda não formalizaram qualquer cancelamento de convenções.
O conselho de administração do grupo Lusíadas Saúde anunciou hoje que está a “analisar opções para a cessação das atuais convenções existentes” com o subsistema público de saúde da ADSE.
A ADSE conta com 1,2 milhões de beneficiários, entre funcionários públicos no ativo, aposentados do Estado e familiares, sendo um sistema de saúde pago exclusivamente com os descontos mensais dos beneficiários titulares.
O presidente do PSD, Rui Rio, afirmou hoje que se o Governo pretende destruir a ADSE é uma “estratégia suicida”, mas disse concordar com negociações para acabar “com abusos” no setor.
A ADSE precisa de 80 mil novos beneficiários nos próximos cinco anos para compensar os que vão abandonando a instituição, segundo um estudo sobre a sustentabilidade do subsistema público promovido no ano passado pela associação dos hospitais privados.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, acusou hoje o setor privado de fazer "uma chantagem intolerável" na questão das convenções com a ADSE, considerando um "exemplo acabado" do que faz "o negócio privado da doença quando tem poder".
A Frente Comum pediu hoje “bom senso” no processo de suspensão das convenções entre grupos privados e o sistema de saúde dos funcionários públicos e desafiou os hospitais a divulgar quanto ganharam com a ADSE nos últimos anos.
A Comissão de Saúde aprovou hoje por unanimidade a audição da ministra da Saúde e do Conselho Diretivo da ADSE sobre “a ameaça” de interrupção da prestação de cuidados de saúde a beneficiários do subsistema, segundo o BE.
O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE aprovou hoje, por unanimidade, uma resolução onde apela para um “urgente diálogo” entre os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu hoje "bom senso e capacidade de entendimento" no conflito entre os grupos privados de saúde e a ADSE, admitindo que se trata de "uma situação muito complexa".
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje os dois grupos da área da saúde que suspenderam os serviços à ADSE de estarem a fazer chantagem com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O PSD pediu hoje a audição urgente da ministra da Saúde e outras entidades sobre a suspensão de convenções com a ADSE por dois grupos privados, alertando para os riscos de sobrecarregar um Serviço Nacional de Saúde “sem folgas”.
A José de Mello Saúde formalizou na segunda-feira a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção.
O BE requereu hoje as audições urgentes da ministra da Saúde e do Conselho Diretivo e do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE "sobre a chantagem dos hospitais privados e ameaça de interrupção da prestação de cuidados".
Os membros do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE reúnem-se na terça-feira, encontro onde será abordada a questão da eventual rutura entre grupos privados e o sistema de saúde dos funcionários públicos, disseram hoje fontes daquele órgão.
A Frente Comum quer que o Governo e a ADSE tomem medidas para acabar com a discriminação dos beneficiários que diz verificar-se em “muitos hospitais privados” com convenção com este subsistema de saúde dos funcionários públicos.
Os ministérios das Finanças e da Saúde esclareceram hoje que o diploma que entrou em vigor a 1 de janeiro não traz qualquer alteração aos benefícios da ADSE face ao observado nos últimos anos.