“Os russos estão definitivamente a mudar de tática” e quando a invasão militar em larga escala se aproxima do primeiro ano, referiu Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).
O objetivo destes falsos mísseis consiste em sobrecarregar os sistemas de defesa aérea devido aos numerosos alvos a abater.
“Querem sobrecarregar o sistema antiaéreo para garantirem uma hipótese suplementar de atingiram serviços de infraestruturas”, indicou Podolyak, acrescentando que as defesas aéreas ucranianas estão a adaptar-se à nova situação.
Após uma vaga de mísseis e ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) lançados contra diversos objetivos estratégicos ucranianos desde outubro, num esforço para danificar infraestruturas essenciais durante o inverno, a Rússia poderá registar uma escassez deste tipo de armamento, segundo avançaram fontes ucranianas e ocidentais.
Podolyak disse que a Rússia enfrenta uma “exaustão de mísseis” e que a escassez de reserva forçou a uma alteração da tática. Assegurou ainda que Moscovo está a misturar velhos mísseis da era soviética com “novos mísseis que têm algum valor”.
Moscovo não reconheceu até ao momento qualquer problema com o fornecimento de armamento.
O Ministério da Defesa britânico disse no final de novembro que a Rússia parece estar a retirar ogivas nucleares de velhos mísseis de cruzeiro para depois serem disparados sem os explosivos.
“A Rússia pretende que esses mísseis funcionem como uma manobra de distração para as defesas aéreas ucranianas”, disse a fonte britânica.
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido defesas aéreas em resposta aos bombardeamentos russos, e estes sistemas têm contribuído para suster a superioridade da Rússia neste setor.
A nova estratégia da Rússia também deverá incluir o uso de “balões aéreos especiais”, segundo a designação de Podolyak, que não emitiu mais detalhes.
Por sua vez, Oleksiy Danilov, secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia admitiu que os balões russos transportam refletores para confundir as defesas aéreas e indicou que Moscovo “se prepara para utilizar outros métodos”, sem especificar.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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